Perseguição aos cristãos se intensifica

“Um cristão é assassinado a cada cinco minutos”, alerta o conceituado sociólogo Massimo Introvigne

O Papa João Paulo II disse na celebração do Jubileu do Ano 2000 que o número de mártires do século XX superou o de todos os mártires dos dezenove séculos anteriores. Em muitas ocasiões os católicos foram massacrados: na revolução russa, chinesa, espanhola, mexicana, nazista, e também na África  nas lutas entre as seitas.

Hoje cresce ainda a perseguição aos cristãos, tanto no Oriente quanto no Ocidente; mas, escandalosamente a mídia secular quase não fala disso. Então, vejamos: “Um cristão é assassinado a cada cinco minutos”, afirmou o conceituado sociólogo Massimo Introvigne em sua intervenção na Conferência Internacional sobre Diálogo Inter-Religioso entre Cristãos, Judeus e Muçulmanos, realizada em Gödöllö (Budapeste), promovida pela presidência húngara da União Europeia. Isto significa que são 12 cristãos mortos por hora, 288 por dia, 8640 por mês e 103.680 por ano. Um absurdo. E tem gente que ainda aponta o dedo contra a Igreja.

A intolerância religiosa contra os cristãos ocorre no Egito, Arábia Saudita, China, Irã, Iraque, Indonésia, Índia, Nigéria e outros países.  Um levantamento feito, em maio, pela Comissão sobre Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos mostrou quanto a violência anticristã está disseminada mundo afora. Na China, segundo a Comissão, pelo menos 40 bispos católicos estariam presos ou desaparecidos. Na Nigéria, cerca de 13 mil pessoas teriam morrido em conflitos violentos entre muçulmanos e cristãos desde 1999. Na Arábia Saudita, lugares de cultos não muçulmanos são proibidos e livros escolares pregam a intolerância a outras etnias. Irã e Iraque também são citados. No Irã, mais de 250 cristãos teriam sido presos arbitrariamente desde meados de 2010. Já o país vizinho registra uma das maiores quedas no número de cristãos da sua história – em oito anos, esse grupo caiu pela metade e soma, hoje, 500 mil.

“Os atos de violência têm como objetivo pressionar a população a abandonar suas terras”, explica Keith Roderick, secretário-geral da Coalizão para a Defesa dos Direitos Humanos.

Uma notícia da France Press, de 25/4/2012, diz que na terceira semana da caça aberta a igrejas cristãs clandestinas, autoridades chinesas invadiram dezenas de casas e prenderam ao menos 36 pessoas em Pequim. Os fiéis estavam prestes a celebrar a Páscoa em uma praça pública ao noroeste da capital chinesa. Os detidos integram a Shouwang, uma das maiores “igrejas subterrâneas” de Pequim – nome dado às igrejas que se recusam a deixar o Partido Comunista controlar a sua crença, e, por isso, são consideradas ilegais e caçadas. A lei só permite o credo em igrejas registradas oficialmente. As igrejas oficiais do país têm cerca de 20 milhões de fiéis, mas calcula-se que haja 50 milhões de fieis em “igrejas subterrâneas”.

A organização “Ajuda à Igreja que sofre” lançou uma reportagem que revela que os cristãos são o grupo religioso mais perseguido do mundo: 75% das perseguições religiosas feitas no mundo são contra cristãos. Na Nigéria foram queimados vivos 50 membros de uma igreja no na casa do pastor. O ataque, realizado por homens armados, foi apenas o primeiro de uma onda de violência que se espalhou por 12 vilas e deixou mais de 100 mortos no estado nigeriano de Plateau, região que anteriormente estava fora da área de atuação do grupo islâmico terrorista Boko Haram e é a terra natal da etnia fula, majoritariamente islâmica. O Boko Haram, islâmico radical, assumiu a responsabilidade pelos ataques e prometeu mais violência. (Michael Carl – midiasemmascara.org – 23/7/2012). O porta-voz americano da Missão Portas Abertas, Jerry Dykstra, alertou que a onda de ataques está rapidamente se transformando em um funesto campo de batalha religioso, onde o Boko Haram declara que os cristãos devem se converter… ou morrer.

Em 1º de dezembro de 2012, dez cristãos foram decapitados por  Nigéria, no bairro cristão de Chibok, e os agressores ainda atearam fogo em casas e praticaram saques. Um funcionário da cidade, que pediu anonimato, disse à AFP que o grupo já tinha escolhido as casas que iria entrar.

A violência relacionada ao Boko Haram — cujo nome em Hausa (língua do Chade) significa “a educação ocidental é um pecado” — e sua sangrenta repressão pela polícia causaram mais de 3.000 mortes desde o início da insurgência islâmica em 2009. A Nigéria é o país mais populoso da África com 160 milhões de habitantes, é o maior produtor de petróleo do continente.

O cardeal Nicolás de Jesús López Rodríguez de Santo Domingo, República Dominicana, disse em  2 de dezembro de 2003 (ZENIT.org) que “É uma vergonha para a humanidade” que ainda existam regimes que cometam todo tipo de atropelos contra as pessoas «pelo simples fato delas serem crentes”.

Mas a perseguição acontece também no Ocidente, onde cresce o número de mulçumanos. Um laicismo anticatólico quer eliminar os sinais exteriores da fé católica, quer eliminar a moral católica e quer impor uma nova cultura sem Deus na sociedade.

Prof. Felipe Aquino

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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