Para onde caminhamos?

A
Demografia é das questões menos estudadas a nível da sociedade e aquela a que
os poderes públicos e o comum dos mortais deixou de prestar a mínima atenção.

Preocupados
todos com a crise econômica; vinculados ao consumismo e à cultura do prazer;
anestesiados pela segurança social; sobrevalorizados no nosso ego pelo primado
do individualismo e inundados de muitos outros “ismos” com que a comunicação
social nos inunda o coração e a cabeça, deixamo-nos possuir por perigosos mitos
de fundamento néscio – mas apelativos – e somos postos à beira de precipícios
cada vez mais perigosos.

Reduzida
a mortalidade infantil, instituída a pílula e outros métodos contraceptivos;
quebrados os laços familiares tradicionais; caídos aos pés dos arautos da
libertação da mulher; instituída a quase obrigatoriedade social daquela
trabalhar fora de casa; consolidada a ditadura dos direitos face aos deveres e
mais uma quantidade de coisas que seria ocioso enumerar – e de que todos temos
sido relapsos a reflectir nas consequências – veio a originar-se uma brutal
redução no número de nascimentos. Esta redução teve especial incidência nos
países da Europa Ocidental.

Ora
a redução da natalidade que a nível europeu desceu para uma média de 1,4
nascimentos por mulher veio colocar a questão da sobrevivência destas
sociedades no futuro.

De
fato sabe-se através de estudos sérios, que uma população para se renovar, cada
mulher precisa de conceber 2,1 filhos, em vida e que a mesma população deixa de
se poder manter em termos culturais quando esse número chega aos 1,9. Já se
sabe isto há muito tempo, mas ninguém liga coisa nenhuma, como se governos e
pessoas tivessem sido atacados por um desejo de suicídio coletivo. Faltam
braços para o trabalho, jovens para os Exércitos, fecham escolas e passou a
existir assimetrias etárias cada vez mais assinaláveis.

O
avanço da medicina tem aumentado a esperança de vida das pessoas o que faz com
que a população idosa seja cada vez maior, com o aumento de custos para a
Segurança Social. E tem sido por esta via – que não é a mais crítica, mas
aparenta ser a mais sensível – que alguns governantes se começaram a preocupar:
falta-lhes o dinheiro!

A
tudo isto é necessário juntar os fluxos emigratórios e imigratórios. Isto é,
por um lado os países ocidentais vêm chegar ao seu território milhões de seres
de outros continentes  e vêm partir, por outro lado, os seus melhores
cérebros, que procuram realizações pessoais em países mais avançados, ou de
oportunidade.

A
demografia tem sido escamoteada com os nascimentos de filhos de emigrantes o
que não é propriamente a mesma coisa que nascerem nacionais. A propaganda que
favorece e escamoteia tudo isto tomou o nome de “multiculturalismo”.

Não
estamos a defender ideias racistas, mas a tentar preservar justas aspirações de
individualidade cultural (e soberana) e a tentar evitar futuras convulsões
sociais graves. Acresce a isto a vontade de organizações internacionalistas em
quererem acabar com as Nações.

Face
a este descalabro social e nacional, os poderes públicos eleitos justamente
para cuidarem do governo da cidade, em vez de colocarem travões às quatro rodas
a esta tragédia que fará o holocausto parecer uma coisa menor; restaurarem o
cimento familiar e promoverem a fecundidade, optam justamente por fazer o
contrário. Satanás não faria melhor.

Em
vez de se promover a vida, aposta-se na cultura da morte, de que as leis abortivas
e a eutanásia são exemplos maiores; em vez de se organizar a educação e a
estrutura da sociedade para a harmonia familiar, tudo se faz para facilitar a
dissolução do casal e o afastamento de ascendentes e descendentes; em vez de se
apostar nos incentivos à natalidade, preocupam-se em dar subsídios a quem não
trabalha, a dar a mão (e seringas) a drogados e em melhorarem as condições a
quem se porta mal e está preso (por ex.).

Em
vez de haver preocupação em educar para uma natalidade consciente e para o
desenvolvimento de uma sexualidade madura, a única coisa em que se pensa é em
impôr aulas de educação sexual nas escolas, de gosto mais do que duvidoso,
distribuir preservativos a esmo, etc., e acham que o “vale tudo” é o que está
bem, havendo apenas que limitar os estragos.

Os
países “mais avançados” do que nós, que apostaram nestas modernices, andam
agora a verificar que nenhuma destas avançadíssimas atitudes, melhorou a saúde
pública; evitou as gravidezes indesejadas; o número de filhos sem pai; as adolescentes
grávidas; o número de abortos feitos em condições clínicas ou outras e toda a
parafernália de desarranjos e dramas sociais correlativos. A única coisa que se
conseguiu foi a sofisticação da prostituição, o aumento da pedofilia e a prosperidade
do negócio pornográfico.

Para
onde caminhamos?
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por João
José Brandão FerreiraFONTE:
http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/tag/fecundidade

 

 

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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