Papa: ler “História de uma alma”, de Teresinha do Menino Jesus

Apresenta a vida da santa especialmente como guia para os teólogos

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 6 de abril de 2011 (ZENIT.org) – O Papa Bento XVI aconselhou hoje os fiéis a “redescobrir esse pequeno-grande tesouro” da autobiografia de Santa Teresa de Lisieux, “História de uma alma”.

O Pontífice dedicou sua catequese da audiência geral de hoje, realizada na Praça de São Pedro, a apresentar a vida e os ensinamentos da santa jovem francesa a quem João Paulo II proclamou Doutora da Igreja em 1997.

O Papa polonês a definiu como “especialista na ‘scientia amoris'”, uma afirmação sobre a qual Bento XVI aprofundou.

“A ‘pequena Teresa’ não deixou de ajudar as almas mais simples, os pequenos, os pobres, os que sofrem e os que rezam a ela, mas também iluminou toda a Igreja, com sua profunda doutrina espiritual.”

A “ciência do amor,” Teresa “a expressa principalmente no relato da sua vida, publicado um ano depois de sua morte sob o título ‘História de uma Alma'”, explicou o Papa, convidando todos a “redescobrir este pequeno-grande tesouro, este luminoso comentário do Evangelho plenamente vivido!”.

‘História de uma alma’, prosseguiu, “é uma maravilhosa história de amor, contada com tal autenticidade, simplicidade e frescor, que o leitor não pode deixar de ficar fascinado!”.

O Papa narrou os principais fatos da vida da santa, desde o seu nascimento, em Alençon (1873), passando pala morte da sua mãe na infância, sua experiência das graças divinas, sua entrada no Carmelo e sua morte, com apenas 24 anos de idade, em 1897.

Pelos ateus

Para Teresa, disse o Papa, ser religiosa “significa ser esposa de Jesus e mãe das almas”.

A última fase da sua vida foi marcada pela doença e pela experiência da provação espiritual. Ela “tem a consciência de viver esta grande prova para a salvação de todos os ateus do mundo moderno, chamados por ela de ‘irmãos'”, afirmou.

“Também nós, com Santa Teresinha do Menino Jesus, podemos repetir cada dia ao Senhor, que queremos viver de amor a Ele e aos outros, aprender na escola do santos a amar de maneira autêntica e total”, afirmou.

Teresa “é um dos ‘pequenos’ do Evangelho, que são guiados por Deus nas profundezas do seu mistério”.

Em particular, o Papa a propôs como guia “para os que, no povo de Deus, desenvolvem o ministério de teólogos”, pois, “com a humildade e a fé, caridade e esperança, Teresa entra continuamente no coração das Sagradas Escrituras, que contêm o mistério de Cristo. E essa leitura da Bíblia, alimentada pela ciência do amor, não se opõe à ciência acadêmica”.

“A ciência dos santos, de fato, da qual ela fala na última página de ‘História de uma alma’, é a ciência mais alta”, acrescentou.

Outro dos traços da santa é sua confiança total em Jesus: “Sim, eu o sinto; inclusive se tivesse sobre a consciência todos os pecados que se podem cometer, iria com o coração partido de arrependimento lançar-me nos braços de Jesus, porque sei o quanto Ele ama o filho pródigo que retorna a Ele”, escreveu Teresinha.

Assim, “Teresa indica a todos nós que a vida cristã consiste em viver em plenitude a graça do Batismo, no dom total de si ao amor do Pai, para viver como Cristo, no fogo do Espírito Santo, o seu próprio amor aos outros”, concluiu.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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