Segundo o site ACI Digital (21/11/2017), o Papa Francisco estabeleceu uma Terceira Seção, ou departamento, da Secretaria de Estado da Santa Sé denominada “Seção para o Pessoal Diplomático”.
A nova seção, que teria começado a funcionar em 9 de novembro, tem a missão de supervisionar as pessoas que trabalham no serviço diplomático da Santa Sé em todo o mundo.
O Arcebispo Jan Romeo Pawlowski foi nomeado para liderar a terceira seção.
Dom Pawlowski foi núncio em Gabão e, em 2015, foi nomeado chefe do Escritório para Representações Pontifícias, uma espécie de “escritório de recursos humanos” dentro da Secretaria de Estado.
Esse escritório agora foi transformado em um departamento independente, junto com as duas seções que já constituíram a Secretaria de Estado do Vaticano.
A Secretaria de Estado foi criada no final do século XV. Em junho de 1988, São João Paulo II, com a Constituição Apostólica Pastor Bonus, estabelece as duas seções que existiam no organismo vaticano até a nova disposição do Papa Francisco.
A primeira seção da Secretaria de Estado supervisiona os assuntos gerais da Cúria Romana e é liderada pelo “substituto” da Secretaria, atualmente o Arcebispo Giovanni Angelo Becciu.
A segunda seção, a “Seção para Relações com os Estados”, é responsável pela atividade diplomática da Santa Sé. Liderada pelo Secretário de Relações com os Estados, muitas vezes apresentado como o “Ministro das Relações Exteriores” do Vaticano. O Arcebispo Paul Richard Gallagher, do Reino Unido, ocupa esta cargo.
O Papa estabeleceu a terceira seção através de uma carta enviada em outubro ao Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, e entregue às Nunciaturas Apostólicas, as embaixadas da Santa Sé em todo o mundo.
Em sua carta, o Pontífice manifestou que tinha um “grande apreço por aqueles que ajudam o ministério de Roma”, tanto por “aqueles que trabalham na Santa Sé, como no Estado da Cidade do Vaticano e na Sé Apostólica” e suas instituições vinculadas.
O Papa recordou sua mensagem à Cúria Romana para a saudação do Natal de 2013 e disse que, “desde o começo”, propôs o critério de “profissionalismo, serviço e santidade de vida” para ser um bom funcionário do Vaticano.
Além disso, sublinhou que expressou um “grande apreço” pelo trabalho de “representantes pontifícios”, um “trabalho importante, que tem dificuldades especiais”.
O Santo Padre explicou que a sua decisão foi motivada pela necessidade de proporcionar “um acompanhamento mais humano, mais sacerdotal, espiritual e profissional” para aqueles que estão “no serviço diplomático da Santa Sé”, tanto para os que são chefes da missão ou inclusive alunos da Academia Eclesiástica, onde os jovens sacerdotes são treinados para o serviço diplomático.
A carta diz que “o Escritório do Delegado para a Representação Pontifícia é fortalecido com uma Terceira Seção, com o nome de Seção para o Pessoal Diplomático da Santa Sé”. Esta “dependerá da Secretaria de Estado”, receberá “um número apropriado de funcionários” e demonstrará “a atenção do Papa para o pessoal diplomático”.
A carta do Papa também diz que o delegado “será capaz de visitar regularmente os representantes pontifícios” e supervisionará a “seleção permanente” do pessoal, assim como a “promoção profissional” para o pessoal diplomático.
De acordo com uma fonte dentro da Secretaria de Estado, esta reforma é apenas um passo adiante na reorganização geral do organismo do Vaticano.
O Conselho dos Cardeais discutiu várias vezes sobre a importância de esclarecer e apoiar o papel dos núncios e dos funcionários diplomáticos.
