Papa Francisco recebe líder ortodoxo: Ecumenismo dos mártires nos chama à unidade

FranciscoTewahedoEtiopia_LOsservatoreRomano_290216_1O site ACI Digital noticiou ontem, 29 de fevereiro, que o Papa Francisco recebeu o Patriarca da Igreja Ortodoxa Etíope Tewahido, Abuna Matthias I, em um encontro no qual o Santo Padre abordou o drama dos novos mártires no Oriente Médio e na África, cujo sangue “é um convite dirigido a nós aqui e agora a percorrer juntos para a unidade mais plena”.

Durante o encontro, o Santo Padre recordou as palavras do Apóstolo São Paulo quando afirma que “se um membro sofrer, todos sofrem com ele; e se um membro é honrado, todos se regozijam com ele”.

“Os sofrimentos compartilhados têm feito com que os cristãos, divididos pelo contrário em muitos aspectos, aproximassem-se uns aos outros. Da mesma maneira que o derramamento de sangue dos mártires se converteu na semente de novos cristãos na Igreja primitiva, hoje em dia, o sangue de tantos mártires de todas as igrejas se converte em semente da unidade dos cristãos”, assinalou o Papa.

Nesse sentido, afirmou que “os mártires e santos de todas as tradições eclesiais já são uma só coisa em Cristo; seus nomes estão escritos no único martirologio da Igreja de Deus. O ecumenismo dos mártires é um convite dirigido a nós aqui e agora a percorrer juntos o caminho rumo à unidade sempre mais plena”.

Francisco recordou que a Igreja Ortodoxa Tewahedo foi desde o começo uma Igreja de mártires e que ainda hoje em dia é testemunha “de uma violência devastadora contra os cristãos e contra outras minorias no Oriente Médio e em algumas partes da África”.

“Não podemos nos eximir de pedir, mais uma vez, aos que detêm o futuro político e econômico do mundo que promovam uma coexistência pacífica baseada no respeito recíproco e na reconciliação, no mútuo perdão e na solidariedade”, assinalou.

O Papa também afirmou que a visita do Patriarca reforça os laços fraternos que unem ambas as Igrejas, mencionando como marcos do caminho comum para a unidade os encontros do Patriarca Abuna Paulos com São João Paulo II em 1993 e com Bento XVI em 2009, que o convidou a participar do Sínodo dos Bispos sobre a África, como na igreja primitiva era comum que uma Igreja enviasse seus representantes ao sínodo das outras. Do mesmo modo, uma delegação da Santa Sé tomou parte em 2012 no funeral de Abuna Paulos.

Além disso, recordou que desde 2004 a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas Orientais trabalham no diálogo teológico na Comissão Mista Internacional. “Aquilo que nos une é muito maior que aquilo que nos divide”, afirmou Francisco.

“Minha fervorosa esperança é que este encontro dê origem a um novo tempo de amizade fraternal entre nossas Igrejas. Somos conscientes de que a história deixou uma carga de dolorosos mal-entendidos e de desconfiança, por isso pedimos o perdão e a cura de Deus”.

“Rezemos uns pelos outros invocando a proteção dos mártires e dos Santos sobre todos os fiéis confiados a nossos cuidados pastorais. Que o Espírito Santo continue alimentando em nós a esperança do dia em que estaremos unidos em volta do altar do Sacrifício de Cristo, na plenitude da comunhão eucarística “, concluiu o Pontífice.

Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/papa-francisco-recebe-lider-ortodoxo-ecumenismo-dos-martires-nos-chama-a-unidade-95563/

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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