Papa Francisco descreve como Deus é e põe a misericórdia entre suas principais virtudes

PapaAudienciaGeneralO site ACI Digital noticiou que o Papa Francisco dedicou a catequese de hoje (13/01/2016) à “misericórdia”, um assunto sobre o qual tratará também nas próximas audiências por motivo do Jubileu que teve início no dia 8 de dezembro do ano passado e que concluirá em 20 de novembro deste ano, festividade de Cristo Rei. Dá início, portanto, a um novo ciclo de catequeses centradas neste tema.

A Audiência Geral de hoje, a primeira do ano 2016, não ocorreu na Praça de São Pedro como de costume, mas sim na Sala Paulo VI, para prevenir do frio do inverno em Roma.

O Papa qualificou Deus como “misericordioso e piedoso, lento na ira e grande no amor e na fidelidade” e falou sobre cada um destes aspectos. Reconheceu que tem “a pausa ampla da paciência e da capacidade de suportar”.

“Deus sabe esperar, não é impaciente como os homens; é como o agricultor que sabe esperar, deixa crescer o bom trigo e, por amor dele, não arranca sequer o joio”, assegurou.

Estas catequeses serão “segundo a perspectiva bíblica, para que aprendamos o conceito ouvindo o que o próprio Deus nos ensina, com a sua Palavra”, esclareceu o Santo Padre.

“Iniciamos do Antigo Testamento, que nos prepara e nos conduz à revelação plena de Jesus Cristo, no qual de modo completo se revela a misericórdia do Pai”.

O Papa recordou que na Escritura “o Senhor é apresentado como ‘Deus misericordioso’. E este é seu nome, através do qual Ele nos revela, por assim dizer, seu rosto e seu coração”.

Francisco recordou alguns versículos da Bíblia nos quais se menciona Deus como “misericordioso”. “Sempre a insistência é posta sobre a misericórdia e sobre o amor de Deus que não se cansa nunca de perdoar”, disse.

Segundo o Pontífice, a palavra misericórdia “evoca uma atitude de ternura como a de uma mãe para com seu filho”.

“O termo judeu usado na Bíblia faz pensar nas vísceras ou no ventre materno. Por isso, a imagem que sugere é aquela de um Deus que se comove por nós como uma mãe quando toma o filho nos braços, querendo somente amar, proteger, ajudar, pronta a doar tudo, até a si mesma”, explicou.

Mas Deus também é “piedoso”. “No sentido de que dá a graça, tem compaixão e, na sua grandeza, inclina-se sobre os frágeis e pobres, sempre pronto a acolher, a compreender, a perdoar”.

“É como o pai da parábola do Evangelho do Lucas, que não se fecha no ressentimento pelo abandono do filho mais novo, pelo contrário, continua lhe esperando, gerou-o, e depois vai ao seu encontro e o abraça, não lhe deixa sequer terminar sua confissão, (como se lhe tampasse a boca)”, explicou Francisco.

Inclusive, “depois vai também chamar o filho mais velho, que está zangado e não quer festejar, o filho que permaneceu sempre em casa mas vivendo como um servo a mais” e “também sobre ele o pai se inclina, convida-o a entrar, buscar abrir seu coração ao amor, para que ninguém permaneça excluído da festa da misericórdia”.

A última definição que fez de Deus foi “grande no amor e na fidelidade”. “Aqui está tudo, porque Deus é grande e poderoso, mas esta grandeza e poder se desdobram em nos amar, nós assim tão pequenos, tão incapazes”.

“A palavra ‘amor’ aqui utilizada indica o afeto, a graça, a bondade. Não é amor de telenovela. É amor que dá o primeiro passo, que não depende dos méritos humanos, mas de uma imensa gratuidade. É a solicitude divina que nada pode deter, nem o pecado, porque sabe ir além do pecado, vencer o mal e perdoá-lo”.

Uma “fidelidade” sem limites significa que “Deus nunca falha, porque o Senhor é o guardião que, como diz o Salmo, não se adormece, mas sim vigia continuamente sobre nós para nos levar à vida”.

“E Paulo diz algo belo: se você, diante Dele, não é fiel, Ele permanecerá fiel porque não pode renegar a si mesmo, a fidelidade na misericórdia é o ser de Deus. E, por isso, Deus é totalmente e sempre confiável. Uma presença sólida e estável. É esta a certeza de nossa fé”, concluiu.

Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/papa-francisco-descreve-como-deus-e-e-poe-a-misericordia-entre-suas-principais-virtudes-52561/

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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