O Dogma diz que Deus possui o Ser Divino sem princípio nem fim, sem sucessão alguma, em um agora permanente e indivisível.
Provas das Escrituras:
“Antes que os montes, a terra e o universo tivessem sido criados, Tu existíeis desde a eternidade até a eternidade” (Sl 89,2).
“Antes que Abraão nascesse, eras Tu” (Sl 2,7; Jo 8,58).
Especulativamente, a eternidade de Deus se demonstra por sua absoluta imutabilidade; a razão última da eternidade de Deus é a plenitude absoluta de um ser que exclui toda potencialidade e, portanto, toda sucessão (S.Th. I,10,2-3).
Jesus Cristo é Verdadeiro Deus e Filho de Deus por essência
Declara o Símbolo “Quicumque” do Concílio de Toledo (400-447):
“É necessário para a eterna salvação crer fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, que é Deus e homem. É Deus engendrado na substância do Pai antes dos séculos…” (Dz. 40).
O dogma diz que Jesus Cristo possui a infinita natureza divina com todas suas infinitas perfeições, por haver sido engendrado eternamente por Deus.
Provas das Sagradas Escrituras:
Títulos que aludem à dignidade Divina do Messias:
Emanuel, Deus conosco (Is 7,14; 8,8).
Conselheiro admirável, Varão Forte, Pai do século futuro, Príncipe da Paz (Is 9,6).
“Tu és Meu Filho amado, em Ti deposito minha complacência…” (Batismo no rio Jordão – Mt 23,17).
“Este é Meu Filho muito amado, escutai-O …” (Monte Tabor – Mt 17,5).
“…Não sabias que Eu devo ocupar-me nas coisas que dizem respeito ao serviço de Meu Pai…” (Lc 2,49).
“Todas as coisas foram o Pai quem as colocou em Minhas mãos e ninguém conhece ao Filho senão o Pai, e ninguém conhece ao Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo…” (Mt 11,27).
Jesus equipara seu conhecimento ao conhecimento divino do Pai, porque possui em comum com o Pai a substância Divina. Os milagres são outra prova da divindade de Cristo:
“As obras que faço em nome de Meu Pai dão testemunho de Mim…” (Jo 10,25).
Jesus possui Duas Naturezas que não se transformam nem se confundem
Afirma São Leão I Magno (440-461) em sua epístola dogmática de 13 de Junho de 449:
“Ficando então a salvo a propriedade de uma e outra natureza… natureza íntegra e perfeita de verdadeiro homem, nasceu Deus Verdadeiro, inteiro no seu, inteiro no nosso” (Dz. 143 ss.)
Também diz o Concílio de Calcedônia (451, IV Ecumênico):
“…Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele mesmo perfeito na divindade e Ele mesmo perfeito na humanidade… que se há de reconhecer em duas naturezas: sem confusão, sem mudanças, sem divisão, sem separação e de modo algum apagada a diferença de natureza por causa da união, conservando cada natureza sua propriedade e concorrendo em uma só pessoa” (Dz. 148).
Tudo isto indica que Cristo é possuidor de uma íntegra natureza divina e de uma íntegra natureza humana: a prova está nos milagres e no padecimento.
Sagradas Escrituras:
“E o Verbo se fez carne…” (Jo 1,14).
“O qual, sendo de condição divina, não reteve avidamente o fato de ser igual a Deus, mas se despojou de si mesmo, tomando a condição de servo, fazendo-se semelhante aos homens e aparecendo em seu porte como homem…” (Fil 2,6-7).
Cada uma das Duas Naturezas em Cristo possui uma própria vontade física e uma própria operação física
Declara o III Concílio de Constantinopla (680-681), sob Santo Agatão (678-681):
“Proclamamos igualmente, conforme os ensinamentos dos Santos Padres, que não existem também duas vontades físicas e duas operações físicas de modo indivisível, de modo que não seja conversível, de modo inseparável e de modo não confuso. E estas duas vontades físicas não se opõe uma a outra como afirmam os ímpios hereges…” (Dz. 291 e Dz. 263-288).
Sagradas Escrituras:
“Não seja como Eu quero, mas sim como Tu queres…” (Mt 26,39).
“Não seja feita Minha vontade, mas sim a Tua…” (Lc 22,42).
“Desci do céu para fazer não a Minha vontade, mas sim a vontade de Quem Me enviou…” (Jn. 6,38).
“Ninguém Me tira, Eu a doei voluntariamente, tenho o poder para concedê-la e o poder de recobrá-la novamente…” (Jo 10,18).
Apesar da dualidade física das duas vontades, existiu e existe a unidade moral porque a vontade humana de Cristo se conforma com a livre subordinação, de maneira perfeitíssima à vontade Divina.
Jesus Cristo, ainda que Homem, é Filho Natural de Deus
Diz o Concílio de Trento (1545-1563), na sessão IV de 13 de Janeiro de 1547 (sob Paulo III; 1534-1549):
“…O Pai celestial… quando chegou a plenitude, enviou aos homens seu Filho, Jesus Cristo…” (Dz. 794, 299, 309).
Sagradas Escrituras:
“Deus não perdoou Seu próprio Filho, mas sim O entregou por todos nós…” (Rm 8,32).
“Deus tanto amou o mundo que lhe deu Seu Filho Unigênito…” (Jo 3,16).
“E uma voz que saia dos céus dizia: ‘este é Meu Filho amado, em quem me alegro…” (Mt 3,17).
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e pudemos contemplar Sua glória, glória que recebe do Pai como Filho Único, cheio de graça e verdade…” (Jo 1,14).
Os Santos Padres sempre rechaçaram a doutrina da dupla filiação de Cristo. O sentido do dogma é: a pessoa que subsiste na natureza humana (de Cristo) é o filho natural de Deus. A filiação é propriedade da pessoa, não da natureza. Em Cristo não existe mais que uma pessoa que procede do Pai por geração eterna; pelo mesmo motivo, em Cristo não pode haver mais que uma filiação de Deus: a natural.
Cristo imolou-se a Si Mesmo na Cruz como Verdadeiro e Próprio Sacrifício
Afirma o Concílio de Trento (1545-1563), sob Pio IV (1559-1565), a 17 de Setembro de 1562:
“O Sacrossanto Concílio… ensina, declara, ordena, que na Missa está contido e de modo não cruel se imola aquele mesmo Cristo, que apenas uma vez se ofereceu Ele mesmo cruelmente no altar da cruz…” (Dz. 940-122-951).
Sagradas Escrituras:
“Eis aqui o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo” (Jo 1,29).
“Cristo nos amou e se entregou por nós todos em sacrifício e oblação a Deus…” (Ef. 5,2).
“Porque nosso Cordeiro Pascal, Cristo já foi imolado…” (Rm 3,25).
“Cristo se ofereceu uma vez como sacrifício para tirar os pecados do mundo…” (Hb 9,28).
O adversário deste dogma é o racionalismo (Dz. 2038). Cristo quando instituiu a Sagrada Eucaristia recordou o sacrifício de Sua morte:
“Este é Meu corpo que será entregue por vós…” (Lc 22,19).
Cristo, por sua natureza humana, era ao mesmo tempo sacerdote e oferenda, mas por sua natureza Divina, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, era o que recebia o sacrifício.
Cristo nos resgatou e reconciliou com Deus por meio do Sacrifício de Sua Morte na Cruz
Declara o Concílio de Trento (1545-1563), sob Pio IV (1559-1565):
“O concilio… por inspiração do Espírito Santo, ensina, declara e manda… Este Deus e Senhor Nosso, Jesus Cristo quis oferecer-se a si mesmo a Deus Pai, como sacrifício apresentado sobre a ara da cruz em sua morte, para conseguir para eles o eterno perdão…” (Dz. 938). “… que nos reconciliou com Deus por meio de Seu Sangue fazendo-Se por nós a Justiça, a Santidade e a Redenção…” (Dz 790).
Sagradas Escrituras:
“Preço do resgate por muitos…” (Mt 20,28).
“O qual se deu a Si mesmo em preço do resgate…” (1Tm 2,6).
“São justificados por Sua graça…” (Rm 3,24).
“…Ele se deu a Si mesmo por nós para redimir-nos de toda iniquidade…” (1Tm 2,14).
“…este é Meu Sangue da Aliança que se derrama sobre muitos para a remissão dos pecados…” (Mt 26,28).
São Paulo atribui à morte de Cristo a reconciliação dos pecados com Deus, ou seja, a restauração da antiga relação de filhos e amigos com Deus (cf. Rm 5,10).
Os Dogmas da Igreja – Parte 2
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