Os Anjos na Tradição da Igreja (Parte 1)

Da mesma forma que a Sagrada Escritura confirma a existência real dos anjos, a Tradição o faz. Vamos conferir as palavras dos mais destacados representantes dessa Tradição.

São Clemente, de Roma, foi o terceiro sucessor de S. Pe­dro na Sé de Roma,  na época dos imperadores Domiciano e Tra­jano (92 a 102). Viu os apóstolos e com eles conversou, havendo recebido diretamente deles os ensinamentos que pregou. Com esta autoridade ele afirmava que:  “os Anjos se acham a serviço de Cristo e  são superiores aos homens”.

São Policarpo, de Esmirna, martirizado no ano 156, em suas cartas revelava fé esclarecida na existência de Anjos e demônios.

Atenágoras, chamado de “o filósofo cristão de Atenas”, para provar que os cristãos não eram ateus, dizia, na  Súplica pelos Cristãos:

“Não so­mos ateus; cremos em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, mas ensi­namos também que existe uma multidão de Anjos servidores, minis­tros de Deus criador e ordenador do mundo nas coisas que aí se encontram e na sua ordem”.

Atribuía à influência do demônio, a difusão da idolatria, da mitologia pagã, as perseguições e a astrologia.

Atenágoras foi o primeiro filósofo cristão que tratou de provar a existência de Deus por argumentos da razão. Escreveu a ApoIo­gia dos cristãos, dirigida ao imperador romano Marco Aurélio.

Esse grande apologeta, ensinava que um Anjo superior havia sido criado (Apol. 1335). Era soberano sobre a matéria e encarregado de governá-la. O orgulho o fez prevaricar em sua missão. Isto provocou sua queda e castigo. Outros Anjos que ha­viam sido criados para determinadas missões particulares no mun­do o acompanharam em seu orgulho .

São Justino, mártir no ano 165, foi o mais famoso dos apologetas do século II. Em sua Apologética, cap.1,6 afirma praticamente o mesmo que Atenágoras, acrescentando que os An­jos foram criados antes dos homens. Uns Anjos se conservaram fiéis a Deus e outros apostataram.

Chama de Satanás e Serpente ao demônio e, afirma que este recebeu um castigo eterno. Os demônios estariam condenados ao fogo eterno, mas só depois do último juízo é que desceriam ao inferno. Afirma que os anjos bons ajudam aos mártires no suplício e acompanham suas almas ao Céu. Sua função especial no Céu é cantar louvores a Deus.

“Nós adoramos a Deus e a seu Filho por Ele gerado e ao Espírito Pro­fético, e que nos ensinou, bem como aos Anjos, que lhe são obe­dientes e semelhantes”.

Taciano,  nascido no “país dos assírios”, convertido por São Justino, escreveu o Diatessaron, uma fusão dos quatros evangelhos.

Segundo Taciano, o primogênito dos Anjos rebelou-se. Cedeu a seu orgulho e quis ser igual a Deus. Por isso foi transformado em demônio, juntamente com os que com ele se solidarizaram. Fo­ram todos precipitados no inferno eterno.

Acreditava na espiritualidade dos Anjos e dela tirou a conclu­são quanto à eternidade do castigo dos demônios. Taciano refutou a opinião dos que admitiam que os homens condenados se transfor­mariam em demônios.

Santo Irineu de Lião (130-208), foi discípulo de São Policarpo, que por sua vez foi discípulo de São João evangelista; é considerado o maior defensor da Igreja contra o gnosticismo, e quem pela primeira vez apresentou uma sólida doutrina, na qual tem lugar a existência dos Anjos e dos demônios. Antes de Irineu, são encontradas apenas poucas e valiosas referências aos anjos nos escritos cristãos.

“Deus é criador do céu e da terra e de todo o mundo, e formador dos Anjos e dos homens. Só Ele é Pai, Deus criador, formador e moldador. Ele criou e formou ambas as coisas, tudo: o visível e o invisível, neste mundo e no céu.”

“Por conseguinte, criou também os seres espirituais. O uni­verso não foi criado nem formado pelos Anjos; Deus não necessi­tava deles para esse fim”.

“Os Anjos são espirituais, não possuem carne”.

Santo  Irineu narra a queda dos anjos maus e como foram castigados.

“O pecado que cometeram teria sido a inveja dos homens, uma vez que Adão colocado como senhor da Terra, seria também senhor dos Anjos que estavam sobre a Terra.” (cf. Sb 2, 24)

Santo Irineu evidencia a posição singular ocupada pelo Verbo, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, de quem tudo o mais depende no existir, isto é, o céu, os Anjos e a terra. Ele acabou com a imagem gnóstica do mundo, como sendo uma série de “eones celestes” que emanam do “princípio primeiro”.

São Clemente de Alexandria (150-213), nasceu em Atenas. Converteu-se ao cristianismo, cuja doutri­na pregou com grande zelo; afirmou:

“Aquele que crê, reza com os Anjos, mesmo que reze so­zinho. Porque, com ele se reúne o coro dos santos que ficam em sua companhia”.

Orígenes (183-254), apresentou inúmeras contribuições para a devoção aos anjos, embora sua doutrina em outros pontos tenha merecido reparos e até condenações por parte da Igreja.

“Conforme o grau de iluminação que receberam, os Anjos possuem funções diversas na administração do Universo. As Dominações, Virtudes e Potestades são destinadas a diri­gir os outros Anjos. Os Anjos têm portanto uma certa subordinação entre si”.

“Onde quer que exista uma Igreja dos homens, ali haverá também uma Igreja de Anjos”.

“O culto que se deve aos Anjos é de veneração e não de adoração”.

“Cada diocese é dirigida por dois bispos, um secular e um Anjo”.

“Cada assembléia eclesiástica compreende também uma parte celestial formada por Anjos, os mensageiros de Deus, que habitam entre nós, que rezam com os homens e levam suas ora­ções ao céu. Apesar disso, os Anjos nunca abandonam a pre­sença de Deus. Sua amizade conosco, é um sinal de nosso bom relacionamento com Deus”.

“Os Anjos são diferentes uns dos outros”.

“Estão em toda a parte. Vigiam e governam a natureza”

“Se somos merecedores da presença dos Anjos bons, estes nos assistem e nos inspiram bons pensamentos e se comunicam com nossa alma durante o sono.

“Um homem iluminado com a luz do conhecimento sobre­natural, percebe a presença dos Anjos; vê os Anjos e a seu chefe Miguel. O mesmo com relação aos Arcanjos, Tronos, Dominações, Potestades e as Virtudes Celestes”.

“Os demônios são Anjos que pecaram por orgulho. Peca­ram voluntariamente e agora são habitantes do inferno.

“Satanás, príncipe dos demônios, e que era a coroa da bele­za do Paraíso, a estrela da manhã, é agora o príncipe deste mundo, cuja liberdade Deus respeita. Não pode exercer nenhum poder sobre aqueles que o rechassam.”

O universo para Orígenes, é assediado por demônios. Afirmava que apesar dos cristãos repudiarem o demônio ao serem batizados, são todavia por ele tentados e podem em consequência vir a cair no pecado. Essa doutrina é a que a Igreja sempre admitiu, quando caracterizou uma das formas pelas quais o homem pode ser induzido ao pecado.”Não é apenas o Sumo Sacerdote que ora com aqueles cuja oração é sincera, mas, há também os Anjos que rejubilam no céu. É de crer-se que lá (local de oração, onde os fiéis se reúnem), as potências angélicas participam das assembléias dos fiéis. É de fato lá, que desce a força do Senhor Nosso Salvador e se reúnem os espíritos dos santos…

Se temos o direito de nos referirmos aos Anjos graças ao adágio: “O Anjo de lahweh, acampa entre seus fiéis e os assiste.” (Ps. 34,8), e se Jacob ao mencionar o “Anjo que o salvou de todo o mal” (Gen. 48,16) referia-se não apenas a si próprio, mas a todas as pessoas devotas, é então verdade que quando várias pessoas se encontram reunidas para louvar a Cristo, o Anjo encarregado de proteger e conduzir cada um, rodeia aqueles que crêem em Deus.

Assim, quando pessoas santas se acham reunidas, acham-se em presença uma da outra, duas igrejas: a dos homens e a dos Anjos.

Se Rafael, afirma a Tobias que havia oferecido sua súplica diante da Glória do Senhor (Tobias 12,12), bem como as de Sara que se tornaria esposa do jovem Tobias – o que não se passa­rá, quando um número grande se reúne num mesmo local animado da mesma intenção e formando um só corpo com Cristo?” (Oríge­nes, De Oratione).

“Junto a cada homem existe sempre um Anjo do Senhor que o ilumina, o guarda e o protege de todo o mal”, (Comentários a Mt18, 10).

São Gregório, o Taumaturgo (213-270), discípulo de Orígenes, foi bispo de Neocesaréia,
no Ponto. Fala com grande amor dos “Santos Anjos de Deus, que desde mi­nha juventude me tem protegido”. (Oratio a Originem IV)

Entre os eremitas e ascetas que viviam nos desertos, havia grande devoção aos Anjos, aos quais recorriam para afugentar as tentações dos demônios.

Eusébio de Cesareia (265-340) afirma:

“Anjos, Arcanjos, Espíritos, Forças divinas, Exércitos Celes­tes, Virtudes, Tronos, Dominações, são orientados pelo Espírito Santo. Eles cantam o “Laudate Dominum de coelis” para exaltação da glória de Deus. A fé reconhece estas potestades divinas para o ser­viço e a liturgia de Deus todo poderoso”. (Praeparatio Evangélica VII)cpa_os_anjos

Santo Atanásio (295-373), Bispo de Alexandria, doutor da Igreja, foi o principal defensor da fé ensinada no Concílio de Nicéia, contra os Arianos. Afirmava que:

“Os Anjos veem a face do Pai por uma participação no logos, por uma graça do Espírito Santo”.

Acreditava que cada Ordem de Anjos é formada de Anjos de igual categoria (Oratio II contra Arianos XLIX) e diz ainda que “as hierarquias celestes encerram muitos mistérios” (carta a Serapion 1,13).

“Os Anjos foram criados antes do Cosmos” (Carta a Serapion 111,4).

São Basílio Magno (330-369), doutor da Igreja, foi monge e mais tarde bispo de Cesaréia; refere-se aos Anjos da guarda no tratado De Spiritu Sancto”, XIII 29, que dedicou a Anfilóquio, bispo de Icônio.

Santo Ambrósio (340-395) doutor da Igreja, que batizou Santo Agostinho em Milão, fala muitas vezes do anjo da Guarda (Expos. Ps. 38,32), e faz outras afirmações:

“No batismo, o sacerdote atua na missão de um Anjo” (De Mysteriis 11,6).

“Deus não tinha necessidade dos Anjos, porém o homem deles tem necessidade. Enquanto os homens foram criados à ima­gem de Deus, os Anjos o foram segundo o ministério de Deus” (Expos. Ps. 108).

“Todos aqueles que seguem a Cristo têm acesso aos An­jos” (De Sacramentis 1,6).

Santo Ambrósio recomendava a devoção popular aos Anjos (De viduitate, IX, 15),

“Os Anjos foram criados antes do mundo material” (ln Exo­dum XXVII, 185).

Afirmava Santo Ambrósio, acompanhando S. Cirilo e São Gre­gório de Nazianzo, que, no batismo, a renúncia a Satanás, se realiza na presença dos Anjos:

“Isto não deve ser ignorado nem negado: é um Anjo quem anuncia o reinado de Deus e a vida eterna”.

“Sozinha (a Virgem Maria) no interior da casa, apenas um Anjo haveria de encontrar aquela que homem algum veria; só, sem companhia; só, sem testemunha, afim de não se macular no trato com os demais; é um Anjo quem a saúda. Aprendei ó virgens a evitar a dissipação das palavras; Maria temia até mesmo a saudação de um Anjo.” (Comentário ao Ev. S.Lucas)

São Jerônimo (340-420), doutor da Igreja, combateu a idéia  de que as almas na vida futura se transformam em Anjos e que os demônios se converterão em Anjos. Afirmou que :

“Os Anjos cuidam e velam até pelos pormenores do cosmos (Comm. in Eccles. 10,20) e de forma especial, pelos homens (Comm. in 16.6,14)”.

São João Crisóstomo (= boca de ouro) (349-407), doutor da Igreja, Patriarca de Constantinopla, escreveu:

“Os Serafins louvam a Trindade. Rodeiam o altar celestial do qual a Igreja é modelo neste mundo”.

Acreditava que os Anjos não teriam condições de desvendar o mistério da Criação.

“Que espírito pode explicar este favor sobrenatural e majestoso privilégio que foi conferido à nossa natureza? Que Anjo, que Arcanjo seria capaz de saber? Ninguém no Céu nem na terra”. (Homília XI in Joannem)

“Os Anjos não conheciam o mistérioque estava oculto em Deus, ao longo dos séculos, até que foi revelado pela Igreja” (Ho­mília VII em Éfeso). “O ar que nos rodeia, está cheio de Anjos”.

Segundo São João Crisóstomo, é muito natural que os Anjos devam ajudar os homens.

“Na capital celeste, Jerusalém, nossa mãe comum, estão os Serafins, Querubins, muitos milhares de Arcanjos e inumeráveis An­jos” (Homília in Seraphin, 1).

“Saber que o lugar dos Serafins é junto a Deus é mais im­portante que o conhecimento de sua natureza” (Hom. in Seraphin 2).

“Que há de melhor, diga-me? Falar do vizinho e da vida alheia, bisbilhotar tudo, ou se entregar com os Anjos e com as coi­sas feitas para nos enriquecer? (Homilia in Jo. homi. 18).

Na chamada Missa de São João Crisóstomo,  rito oriental, os Anjos são citados 16 vezes.

São Cirilo de Jerusalém (315-386), doutor da Igreja, falando da grandeza do Sacramento do Batismo, declara:

“Todos os coros celestiais tomam parte em cada batismo e cantam sobre o novo cristão”. (Protocatechesis)

“Não podemos sondar a natureza dos Querubins; nem se­quer conheçemos a diferença entre Tronos, Dominações, Virtudes, Potestades, Poderes e Anjos; só sabemos que a diferença implica em graus diversos do conhecimento angélico de Deus”.

Achava São Cirilo que só Deus era puro espírito mas que “os Anjos podem entretanto, chamar-se spiritus, se a palavra designa algo que não é formada de matéria bruta”.

São Cirilo de Alexandria (380-444), doutor da Igreja que se tornou célebre por sua luta contra Nestório, no  Concilio de
Éfeso (431), afirmou sobre os anjos:

“Anjos e Arcanjos servem a Deus e o adoram em hinos sempiternos”. (Contestação ao imperador Juliano III)

“Os sacerdotes e os cantores ocupam durante a celebração da Eucaristia o posto dos Anjos” (Cat. XIII. 26; pg. 33, 804 5 – Ed. Reisch – Rupp II – 84-86).

“Os Anjos foram criados também à imagem de Deus, inclu­sive, incomparavelmente mais do que nós, em razão de sua espiri­tualidade superior à nossa.” (Resposta a Tiberium Sociosqua 14)

Santo Agostinho (354-430), doutor da Igreja, também estudou a questão dos anjos e  rejeitou definitivamente idéias fantasiosas sobre eles; como as de que o pecado dos anjos castigados em demônios teria sido pecado sexual.

No Livro IV do Genesi ad litteram, fez muitas considerações sobre os Anjos. Focalizou sobretudo o tema do conhecimento angélico.  Para ele, os anjos fiéis a Deus desde a sua criação, conheceram o mistério da Redenção e aderiram ao Verbo Eterno, Criador, conhecendo o Verbo e se conhecendo Nele, bem como  conhecendo todas as coisas.

Eis algumas afirmações de Santo Agostinho em relação aos Anjos:”Encontramos nas escrituras, que os Anjos apareceram a muitas pessoas e achamos portanto, que não é racional duvidar de sua existência”. (ln psal. 103)

“Aos Anjos não se oferece sacrifício; somente os venera­mos com amor”. (De Civitate Dei X,7)

“Aos Anjos celestes, que possuem a Deus na humildade e o servem na bem-aventurança, está submetida toda a natureza cor­poral e toda a vida irracional” (Livro VIII cap. 24, n. 45).

“Os demônios foram Anjos castigados por sua soberba e não por inveja, pois esta é subordinada ao orgulho e não pode ser considerada principal”. (De Gen. ad litt. XI 145)

“No céu os homens terão um corpo angélico de luz e éter.” (De div. quaest. 83)

“Juntamente com os Anjos, formamos uma só e mesma Ci­dade de Deus”. (De Civitate Dei, X, 7)

Com Santo Agostinho a doutrina sobre os Anjos atingiu seu ponto culminante. Nos séculos seguintes houve estudos sobre os Anjos, mas eram quase sempre repetições de teses e afirmações dos Padres da Igreja, e somente na Idade Média, retomando as doutrinas de Santo Agostinho e de Pseudo-Dionisio, foi que reacendeu o interesse pela teologia angélica.

São Gregório Nazianzeno (280-374), doutor da Igreja, nas “Orationes Theologicae” afirma: “Os Anjos contemplam a face do Pai, mas a íntima pro­fundidade do mistério lhes está oculto. Os Anjos e Arcanjos vêem apenas a glória de Deus, não sua própria natureza, que está oculta por trás dos Querubins.”

Quando São Gregório deixou Constantinopla, despediu-se com tristeza dos “Anjos custódios desta Igreja, de minha presença e de minha viagem” (Supremum vale 27).

“Satanás se fez excessivamente soberbo por seu elevado conhecimento de Deus, dai se originando seu pecado” (Sermones theologici, 11,12).São Dionisio o Areopagita, mártir do século I, era membro do Areópago de Atenas. Foi convertido por São Paulo, e foi o primeiro bispo de Atenas. Foram-lhe atribuídas várias obras de teologia mística, especialmente o Livro sobre a hierarquia celeste, a Influência da filo­sofia. neoplatônica e a Ascensão mística das almas a Deus.

Estudos exegéticos entretanto, levaram à conclusão que os livros atribuídos a Dionísio foram escritos no começo do século VI, daí serem conhecidos como de autoria de um Pseudo Dionísio. Esta obra, mesmo sem a certeza absoluta sobre o seu verdadeiro autor,  exerceu uma grande influência nos estudos teológicos sobre os espíritos celes­tes e na devoção aos mesmos.

No livro, A hierarquia Celeste, Dionisio ou Pseudo-Dionísio, supõe que o mundo supracelestial da Santíssima Trindade se mani­festa pelo mundo criado por irradiação da Santíssima Trindade. Essa irradiação ilumina em primeiro lugar as hierarquias celestes, e em seguida, a hierarquia da Igreja aqui na terra. Os seres angélicos ocupam assim, uma posição intermediária entre a da teologia pro­priamente dita, que se refere a vida de Deus, e a Igreja, como reali­zação da teologia na terra. Os seres espirituais formam como que uma hierarquia, um poder sacerdotal, traduzido pela mediação e comunicação do poder divino. O universo angélico constitui a imi­tação da ordem íntima da vida de Deus. Essa imitação se realiza pelo conhecimento de Deus, por uma iluminação concedida por Deus, e por uma ação pela qual cada categoria da hierarquia celes­te se relaciona com as outras.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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