CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
34ª Reunião Ordinária do Conselho Permanente/1994
Brasília, DF, 22 a
25 de novembro de 1994
60. Nas celebrações com doentes, não se usem gestos que dão a falsa impressão de um gesto sacramental coletivo ou
que uma espécie de “fluido espiritual” viesse a operar curas.
62. Orar e falar em línguas: O destinatário da oração em línguas é o próprio
Deus, por ser uma atitude da pessoa absorvida em conversa particular com Deus.
E o destinatário do falar em línguas é a comunidade. O apóstolo Paulo ensina:
“Numa assembléia prefiro dizer cinco palavras com a minha inteligência
para instruir também aos outros, a dizer dez mil palavras em línguas”
(1Cor 14,19). Como é difícil discernir, na prática, entre inspiração do
Espírito Santo e os apelos do animador do grupo reunido, não se incentive
a chamada oração em línguas e nunca se
fale em línguas sem que haja intérprete.
63. Dom da profecia: Na Bíblia, profeta é o que fala em nome de Deus.
Significa, pois, um evangelizador. É a comunicação de assuntos espirituais aos
participantes de reuniões comunitárias, aos quais se dirigem palavras de exortação
e encorajamento. “Aquele que profetiza, fala aos homens: edifica, consola,
exorta” (1Cor 14,3). É um dom para o bem da comunidade e não tem em vista
adivinhações futuras.
65. Em Assembléias, grupos de oração, retiros e outras reuniões evite-se
a prática do assim chamado “repouso no Espírito”. Essa prática
exige maior aprofundamento, estudo e discernimento.
66. Poder do mal e exorcismo: Cristo venceu o demônio e todo o espírito do mal. Nem tudo se pode atribuir ao
demônio, esquecendo-se o jogo das causas segundas e outros fatores psicológicos
e até patológicos.
68. Procure-se, ainda, formar adequadamente as lideranças e os membros da RCC para superar uma preocupação exagerada com
o demônio, que cria ou reforça uma
mentalidade fetichista, infelizmente presente em muitos ambientes.