O que é um “Ano Santo”? Como surgiu a tradição de celebrá-lo?

bigPhoto_0[1]O Judaísmo vétero-testamentário conhecia (Lv 25,8-12) o ano jubilar, que era celebrado a cada 50 anos e em que era feita a compensação da desigualdade social (perdão das dívidas e devolução de campos comprados), devendo, ao mesmo tempo, servir como advertência de a terra ter sido entregue pelo Criador ao homem por simples empréstimo.

A Igreja acolheu a ideia de um ano especial de graça, transformando-a em realidade com o Ano Santo ou Ano Jubilar. O Papa Bonifácio VIII estabeleceu, pela primeira vez na história da Igreja, o Ano Santo de 1300, que a partir de então deveria ser celebrado a cada 100 anos. O Papa Clemente VI (1342-1352) reduziu tal período para 50 anos, o Papa Urbano VI (1378-1389) para 33 anos (o tempo de vida de Cristo). Desde então, sempre que circunstâncias externas (guerra…) não o impeçam, é celebrado a intervalos de 25 anos. No entanto, entre tais períodos previstos, tem havido celebrações de Ano Santo por circunstâncias excepcionais: Pio XI determinou que fosse celebrado em 1933 como recordação dos 1900 anos da morte redentora de Cristo. E João Paulo II, em 1983, em memória dos 1950 anos do mesmo evento salvífico.

Conquanto a indulgência do jubileu, originariamente, só pudesse ser ganha em Roma (visita às quatro igrejas principais: São Pedro, São Paulo extramuros, São João do Latrão e Santa Maria Maior), foi possibilitada a sua obtenção, desde 1983, também nas catedrais e nos lugares de peregrinação das dioceses de todo o mundo.

Fonte: FISCHER-WOLLPERT, R. Os Papas e o Papado, de Pedro a Bento XVI. Ed. Vozes: Rio de Janeiro, 1985. p.183

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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