O Patriarca São José

“O grande Bispo e Doutor da Igreja Santo Agostinho compara os outros santos às estrelas, mas, a São José, ele o compara ao Sol.”

O Papa Pio IX declarou São José padroeiro da Igreja Universal com o decreto Quemadmodum Deus. Leão XIII, na Encíclica Quanquam Pluries, propunha-o como advogado dos lares cristãos. Pio XII o propôs como exemplo para todos os trabalhadores e fixou o dia 1 de maio como festa de ao José Trabalhador, que “enobreceu o trabalho humano, sustentado e animando pela convivência de Jesus e Maria” e exercendo sua arte com empenho e virtude admiráveis, tornou-se o mestre de trabalho de Cristo Senhor que não desdenhou ser chamado filho do carpinteiro.

A festa de São José Operário é a festa da consagração a Cristo do trabalho.

A santa missão de São José na história da salvação consistiu em dar a Jesus um nome, faze-lo descendente da linhagem de Davi, como era necessário para cumprir as promessas.

“Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,21).

Sobre a figura e a missão de São José, o Papa João Paulo II dedicou à exortação apostólica Redemptoris Custos (o protetor do Redentor), publicada a 15 de agosto de 1989. Relembra o documento como os cristãos, desde os primeiros séculos, dedicaram a este santo uma particular devoção, pois “assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo Místico, a Igreja” (nº1).

O amado Papa João Paulo II acrescenta: “Hoje ainda temos motivos que perduram, para recomendar todos e cada um dos homens a São José (nº 31).

São José é o patriarca e cabeça da Sagrada Família de Nazaré.

 O “SIM” DE SÃO JOSÉ DEVE SER EXEMPLO PARA NÓS

 “Vi no céu os santos inclinarem a cabeça, quando pronunciavam o nome de São José”.

 Santo Gertrudes (1256-1302)

 Grande Místico da Saxônia

 A cultura do mundo atual, mais do que nunca, demonstra apreço pelas histórias que constam as lutas, as emoções, as incertezas, as derrotas e os triunfos das pessoas. Com essa postura, ela procura exaltar os méritos ou não das pessoas, relativamente apenas aos valores do mundo, sem relacioná-los ao Senhor Deus. As Sagradas Escrituras, entretanto, fazem exatamente o contrário: elas mostram que a exaltação das pessoas, aos olhos de Deus, é que tem valor. O caso de São José é um exemplo: o Evangelho fala pouco de sua vida, mas o exalta como um dos que buscaram “a obediência da fé” (Rm 1,5). E essa é uma grande exaltação!

 O Senhor diz: “Meus pensamentos não são os vossos, e vosso modo de agir não são os meus” (Is 55,8-9); entretanto, Ele conhece as nossas lutas pessoais como ninguém (Sl 56,9; Dt 2,7), e nos dá a graça necessária para vivermos apenas pela fé (Rm, 5,1.2; Hb 10,38), não importando quão difíceis sejam as circunstâncias. E São José, um homem humilde, entendeu isso claramente: ao se defrontar com uma situação inusitada e desafiadora, sua fé foi de valor impar, pois ao receber a orientação do anjo, ele não titubeou, e fez o que “o Senhor lhe havia mandato” (Mt 1,24). É o homem vencendo, pela fé, suas barreiras. Unicamente pela fé! E é isso que agrada ao Senhor bom Deus!

 São José, tal como a Virgem Maria, tinha uma missão importante a cumprir no plano da salvação de Deus, e o seu “Sim” fez com que ele viesse a ser pai nutrício de Jesus, o Filho amado de nosso Deus, o Todo Poderoso. O Senhor contou com ele, e não foi decepcionado. Uma história assim é que deve servir de exemplo, pois cada um de nós também tem uma missão a ser cumprida, dentro do plano da salvação de Deus. Para a cumprimos, tudo o que precisamos é considerar o “sofrimento da presente vida” (Rm 8,18; 2Cor 1,19) como nada, se comparados ao privilégio de podermos dizer “Sim” a Deus. Portanto, admire e siga o exemplo de São José, e responda “Sim” ao Senhor, com fé e amor obediente. “Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado” (Mt 1,24).

 Por sua fé e obediência ao Senhor, São José, no meio da noite, tomou o Menino Jesus e Sua mãe, e partiram todos para o Egito, frustrando, desse modo, o plano de rei Herodes, de matar a Jesus (Mt 2,13-15).

 São José: O Grande Mestre

A primeira mulher Doutora da Igreja, a ínclita reformadora do Carmelo e mística Santa Teresa de Ávila (1515-1582), disse de forma magistral: “Quem não achar mestre que lhe ensine a orar, tome São José por mestre e não errará o caminho”.

 Esse pensamento é muito profundo para riqueza espiritual e morada celestial.

 São José é o santo da espiritualidade do silêncio abissal. Ele entra mudo e sai calado na história da Sagrada Escritura. Ele é o servo que faz muito sem dizer nada. É o especial agente secreto de Deus.

São José nos ensina calar para o mundo e dialogar com Deus. Ele é insigne mestre da oração e da vida contemplativa. O patriarca da conduta místico familiar.

 São José é o exemplo de homem piedoso para aqueles que desejam uma vida ardente de íntima comunhão com Deus.

Com São José, se aprende de forma especial a orar, silenciar e trabalhar para Deus e para o próximo.

São José é o modelo de servo temente ao Senhor Deus, de pai presente e atencioso, de esposo amoroso e fiel, homem sábio, cuja prudência exorta os insensatos e o seu silêncio doutrina os tagarelas e boçais.

Temos muito que aprender com o grande mestre e carpinteiro de Nazaré…

São José,  rogai por nós!


Pe. Inácio José do Vale, Osbm

Professor de História da Igreja

Pregador de Retiros Espirituais

Especialistas em Ciência Social da Religião

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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