O domingo da Alegria

DSC05666“O pecado é o motivo de tua tristeza. Deixa que a santidade seja o motivo de tua alegria. A alegria abre, a tristeza fecha o coração. Deus é o Deus da alegria”. Santo Agostinho

O 3º Domingo do Advento é o domingo da Alegria (“Laetitia”); a Igreja medita a alegria do rei Davi. Ele celebrou a aliança e sua perpetuidade. Davi é o rei imagem de Jesus, unificou o povo judeu sob seu reinado, como Cristo unificará o mundo todo sob seu comando. Cristo é Rei e veio para reinar; mas o Seu Reino não é deste mundo; não se confunde com o “Reino dos homens”; o Reino de Cristo começa neste mundo, mas se perpetua na eternidade, na qual devemos ter os olhos fixos, sem tirar os pés da terra.

O Profeta Isaías anuncia a alegria que o Messias trará a seu povo: “Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu; enviou-me para dar a boa-nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção para os cativos e a liberdade para os que estão presos; para proclamar o tempo da graça do Senhor”. (Is 61,1s)

O salmista celebra a alegria: “Exulto de alegria no Senhor e minh’alma regozija-se em meu Deus; ele me vestiu com as vestes da salvação, envolveu-me com o manto da justiça e adornou-me como um noivo com sua coroa ou uma noiva com suas joias. A minh’alma se alegra no meu Deus”. E a Igreja nos faz rezar com a Virgem Maria o seu “Magnificat” (Lc 1,46)(Glorifica o Senhor!). É a alegria perene da salvação.

São Paulo nos chama a viver na alegria, porque “um cristão triste é um triste cristão!” “Estai sempre alegres! Rezai sem cessar. Dai graças em todas as circunstâncias, porque essa é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo. (1Ts 5,16-24)

A alegria é uma marca do cristão. Santo Agostinho dizia: “O pecado é o motivo de tua tristeza. Deixa que a santidade seja o motivo de tua alegria. A alegria abre, a tristeza fecha o coração. Deus é o Deus da alegria. A alegria é, portanto, a atitude da verdadeira piedade.”

O livro do Eclesiástico insiste na necessidade de lutar contra a tristeza; diz:

“Pois a tristeza apressa a morte, tira o vigor, e o desgosto do coração faz inclinar a cabeça (Eclo 38, 19).

“Não entregues teu coração à tristeza, mas afasta-a e lembra-te do teu fim” (38, 21).

“Não entregues tua alma à tristeza, não atormentes a ti mesmo em teus pensamentos” (Eclo 30, 22).

“Tem compaixão de tua alma, torna-te agradável a Deus, e sê firme; concentra teu coração na santidade, e afasta a tristeza para longe de ti, pois a tristeza matou a muitos, e não há nela utilidade alguma ( 30, 24-25).

O Evangelho aponta para João Batista, um homem enviado por Deus, para ser o Precursor do divino Redentor, veio para dar testemunho da Luz (Jo 1,6-8). Quando lhe perguntaram quem ele era, respondeu: “Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor”. “Nisso consiste a minha alegria, que agora se completa. Importa que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30).

Será que pode haver para nós mensagem mais profunda e santa para a vivência dessa terceira semana do Advento?

Que Jesus cresça nas almas, na sociedade, na cultura, na ciência, na música, nas artes, nos shows, nas praças, nas ruas, nos filmes, nas oficinas, no comércio, nos hospitais, nos lares, nas escolas e universidades, nos quarteis, nas prisões… e a gente desapareça. Seremos felizes!

Prof. Felipe Aquino

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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