O dom da Piedade nos orienta divinamente em todas as relações que temos com Deus e com o próximo, fazendo-as mais perfeitas.
São Paulo se refere a isso: “Recebestes o Espírito de adoção filial, pelo qual bradamos: ‘Abbá ó Pai´ (Rm 8,15). O Espírito Santo, mediante o dom da piedade, nos faz, como filhos adotivos, reconhecer Deus como Pai. E, pelo fato de reconhecermos Deus como Pai, consideramos as criaturas com olhar novo, inspirado pelo mesmo dom da piedade.
Este dom nos leva a não considerar tanto os benefícios recebidos da parte de Deus, mas, muito mais, o fato de que Deus é sumamente santo e sábio: “Nós vos damos graças por vossa grande glória. É o dom da piedade que leva os santos a desejar, acima de tudo, a honra e a glória de Deus”… para que “em tudo seja Deus glorificado”, diz São Bento, ao passo que Santo Inácio de Loyola exclama: “… para a maior glória de Deus”.
É também o dom da piedade que desperta no cristão viva e inabalável confiança em Deus Pai, como, por exemplo, Santa Teresinha. Este dom leva o cristão a ver o outro como irmão e a amá-lo como filho de Deus. É como São Paulo que disse: “Quanto a mim, de bom grado me despenderei, e me despenderei todo inteiro, em vosso favor” (2 Cor 12, 15).