Meditação: 2º dia da Semana pela Unidade dos Cristãos

Muitos
membros de um só corpo

CIDADE DO
VATICANO, terça-feira, 18 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) – Apresentamos o comentário aos textos bíblicos
e de oração escolhidos para o 2º dia da Semana de Oração pela Unidade dos
Cristãos, 19 de janeiro.

Este texto
faz parte dos materiais distribuídos pela Comissão Fé e Constituição, do
Conselho Ecumênico das Igrejas e pelo Conselho Pontifício para a Promoção da
Unidade dos Cristãos. A base do texto foi redigida por uma equipe de
representantes ecumênicos de Jerusalém.

* * *

Isaías 55,
1-4: Vinde para as águas

Salmo 85,
8-13: Sua salvação está bem próxima

1 Coríntios
12, 12-27: Fomos batizados em um só Espírito para formarmos um só corpo

João 15,
1-13: Eu sou a verdadeira videira

Comentário

A Igreja de
Jerusalém nos Atos dos Apóstolos é o modelo da unidade que buscamos hoje. Como
tal, ela nos lembra que a oração pela unidade dos cristãos não pode ser um
pedido de uniformidade, porque a unidade desde o começo foi caracterizada por
uma rica diversidade. A Igreja de Jerusalém é o modelo ou ícone da unidade na
diversidade.

A narrativa
de Pentecostes no Livro dos Atos nos conta que estavam representadas em
Jerusalém naquele dia todas as línguas e culturas do antigo mundo mediterrâneo
e, além disso, que as pessoas que ouviram o evangelho em suas diversas línguas
foram unidas umas às outras, pela pregação de Pedro, no arrependimento, nas
águas do Batismo e através do derramamento do Espírito Santo. Ou, como
escreveria São Paulo mais tarde, “todos nós fomos batizados em um só
Espírito, para formarmos um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou homens
livres, e todos nós bebemos de um único Espírito.” Não se trata de uma
comunidade uniforme de pessoas com pensamento semelhante, de pessoas unidas
pela língua e pela cultura que se tornaram um no ensinamento dos apóstolos, na
comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações. Mas era uma comunidade
ricamente diversificada, cujas diferenças poderiam facilmente explodir em
controvérsias, como foi o caso entre os helenistas e os cristãos hebreus sobre
o descaso em relação às viúvas gregas, que São Lucas relata em At 5,1. Ainda
assim, a Igreja de Jerusalém em unidade consigo mesma e era uma com o Senhor
Ressuscitado que diz “Eu sou a vinha, vocês são os sarmentos: aquele que
permanece em mim e no qual eu permaneço, esse produzirá frutos em
abundância”.

Rica
diversidade caracteriza hoje as Igrejas em Jerusalém, bem como no mundo
inteiro. Isso pode facilmente descambar para a controvérsia em Jerusalém, que
tem agora um acentuado clima de hostilidade política. Mas, como na primeira
Igreja de Jerusalém, os cristãos em Jerusalém hoje nos recordam que há muitos
membros num corpo, uma unidade na diversidade. Antigas tradições nos ensinam
que a diversidade e a unidade existem na Jerusalém celeste. Elas nos relembram
que diferença e diversidade não são o mesmo que divisão e desunião, e que a
unidade cristã pela qual oramos sempre preserva a autêntica diversidade.

Oração

Deus, de
quem flui toda a vida em sua diversidade, chamas tua Igreja, como corpo de
Cristo, a estar unida no amor. Possamos nós aprender mais profundamente nossa
unidade na diversidade, e buscar trabalhar juntos na pregação e na construção
do teu Reino de amor abundante para todos, enquanto nos acompanhamos uns aos
outros em cada lugar, em todos os lugares. Que tenhamos sempre em mente Cristo, como
fonte de nossa vida em
comum. Oramos na unidade do Espírito. Amém.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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