Manuscritos da Biblioteca Vaticana digitalizados

image002Uma bela iniciativa do Vaticano mostra a importância de seu trabalho ao longo da História, sobretudo na Idade Média.

Códigos, manuscritos e cartas, até agora acessíveis somente aos peritos creditados junto à Biblioteca Apostólica do Vaticano, poderão ser consultados a quem desejar, de qualquer parte do mundo.

O papa Nicolau V fundou a biblioteca em 1448, reunindo cerca de 350 códices gregos, latinos e hebraicos. Entre eles, havia diversos manuscritos da biblioteca imperial de Constantinopla. A oficialização da fundação aconteceu com a bula Ad decorem militantis Ecclesiae (15 de junho de 1475), do papa Sisto IV, que definiu um orçamento específico para a biblioteca e nomeou como bibliotecário Bartolomeu Platina, responsável pelo primeiro catálogo das obras ali guardadas, elaborado em 1481.

O projeto digital  começou em 2011 e utiliza a tecnologia da NASA denominada Fits (Sistema de Transporte Flexível de Imagens, na sigla em inglês), criada no começo da corrida espacial para conservar as imagens das suas missões.

Os primeiros 256 documentos do imenso tesouro da “biblioteca dos papas” já estão on-line. Para vê-los, basta inscrever-se no site da Biblioteca Apostólica Vaticana, que é considerada desde a sua fundação, pelo Papa Nicolau V em 1448, como uma das mais antigas do mundo e guarda uma enorme coleção de textos históricos. Isso mostra a grande preocupação que a Igreja Católica sempre teve com a História e com as ciências de modo geral, o que faz calar aos que sem fundamento a querem como obscurantista, adversa da ciência.

O prefeito da Biblioteca do Vaticano, Dom Cesare Pasini, confirmou que que  todos os livros conservados na biblioteca, cerca de 80 mil, deverão ser disponibilizados na internet. A intenção do Vaticano é tornar os bens da humanidade acessíveis a todos os interessados em usá-los, conhecê-los e estudá-los. É um grande serviço que gratuitamente a Igreja presta à humanidade.

Entre os documentos históricos, há partituras musicais, textos cuneiformes e manuscritos gregos e judaicos. Há obras de Homero, Platão, Sófocles, Hipócrates, manuscritos judeus dentre os mais antigos preservados até hoje e alguns dos primeiros livros italianos impressos durante o Renascimento, de acordo com informações da agência EFE. Entre as joias está o “Codex Vaticanus”, um dos mais antigos manuscritos da bíblia grega de que se tem notícia.

A biblioteca possuía então mais de 3.500 manuscritos, o que já fazia dela, com grande diferença, a maior do mundo ocidental. Em 1587, Sisto V contratou o arquiteto Domenico Fontana para construir um novo edifício para a biblioteca, situado no interior do Vaticano. O edifício é usado até hoje.

Os estudiosos dividem a história da biblioteca em cinco etapas:

Pré-lateranense: os inícios da biblioteca, correspondentes à primeira etapa da história da Igreja, antes de ser instalada no Palácio de Latrão. Pouquíssimos livros fazem parte dessa etapa.

Lateranense: livros e manuscritos passam a ser guardados no Palácio de Latrão. Esta etapa vai até o final do século XIII, durante o papado de Bonifácio VIII.

Avignon: neste período, crescem notavelmente as coleções de livros e arquivos dos papas que residiram em Avignon, entre a morte de Bonifácio VIII e o ano de 1370, quando a sede papal retorna a Roma.

Pré-Vaticana: de 1370 a 1447, a biblioteca fica dispersa, com parte das obras em Roma, Avignon e outros lugares.

Vaticana: é a etapa atual, iniciada em 1448, quando a biblioteca é transferida para o Vaticano.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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