Sabemos que nenhum país da Europa hoje é capaz de manter a sua população, isto é, os nascimentos já não repõem os falecimentos, porque o índice de natalidade está abaixo de 2,1 filhos por mulher, o mínimo necessário para manter a população. No Brasil, infelizmente, este índice já está em 1,8. O Brasil também em breve não mais reporá a população. Isto é um absurdo porque enquanto o Japão tem 310 pessoas por quilometro quadrado, e faz campanha para aumentar a natalidade, o Brasil que tem apenas 20 pessoas/km2, controla a natalidade; um tiro no pé. Amanhã irá chorar; por ora não entendeu isso ainda.
Milão é uma grande cidade italiana que foi capital do Império romano com o imperador Valentin ano III (23-455) até a queda nas mãos dos bárbaros em 476. Em Milão, hoje, a crescente imigração chinesa legal e ilegal vai ocupando os vazios abertos pela limitação da natalidade. Os registros da prefeitura de Milão mostram que o sobrenome italiano Rossi ainda ocupa o primeiro lugar, mas é logo seguido por Hu, chinês.
Uma análise da lista dos quinze sobrenomes mais registrados, segundo o grande diário milanês “Il Giornale” é chocannte: Rossi, Hu, Chen, Brambilla, Zhou, Wang, Wu, Lin, Zhang, Fumagalli, Liu, Zhao, Li, Zhu e Zheng. São 12 chineses e apenas 3 italianos entre os primeiros 15. A conclusão é fácil de ser tirada. Esses dados falam tudo. Para o Jornal, trata-se de uma “revolução demográfica impensável há 25 anos”. Mas não são os únicos nomes estrangeiros. Mohamed, Ahmed e Ibrahim estão entre os que crescem, refletindo a imigração de países islâmicos.
Os chineses dominam os camelôs ilegais, as lojas sem registro, e as fábricas clandestinas, tendo se tornado também um fator de degradação de bairros antigos. Chinatown é uma realidade chocante em Milão, uma das capitais da moda e do luxo ocidental – comentou o Jornal milanês. [1]
Não só Milão, mas a Europa, de modo geral está “morrendo”, como morreu o Império Romano do Ocidente, numa longa agonia, por falta de filhos. O Dr. Piérre Chaunu, professor de História, PhD da universidade Sorbonne de Paris, afirma que o grande Império desabou por conta do controle da natalidade. A Nova Europa hoje experimenta o mesmo efeito. Relegou as leis de Deus, eliminou a vida, paga um preço vital.
Não se trata aqui de impedir a imigração de estrangeiros, que a Igreja defende como caridade para os que não conseguem viver em seus países. A imigração é um ato de caridade nacional. Não é preciso impedir a imigração para defender a nação. O Papa tem dito que os imigrantes podem e devem cooperar com o desenvolvimento da terra para onde migram e se tornarem bons cidadãos.
Mas, por outro lado, não se pode deixar perecer a nação em sua originalidade, em sua rica cultura e seus valores. E sem filhos uma nação não tem futuro. Por saber disso os governantes estão fazendo campanha para o aumento da natalidade; até no Japão. Mas a resposta da população é pífia. Qual a razão profunda de tudo isso? Os papas respondem:
O Papa João Paulo II disse que “quando o homem, em vez de desempenhar a sua função de colaborador de Deus, se coloca no lugar de Deus, acaba por provocar a rebelião da natureza”. [Carta enc. Centesimus annus, 37]
O Papa Bento XVI reclamava há pouco: “O patrimônio espiritual e moral no qual o Ocidente aprofunda suas raízes e que constitui sua força vital, hoje não mais é mais um valor profundo, a ponto que não está mais contido na instância da verdade. Também uma terra fecunda corre o risco de se tornar um deserto inóspito e a boa semente está sendo sufocada, pisoteada e perdida”.
“Infelizmente, o próprio Deus foi excluído do horizonte de muitas pessoas; e quando não encontramos indiferenças, fechamento ou recusa, o discurso sobre Deus ainda está relegado no âmbito subjetivo, reduzido a um fato íntimo e privado, marginalizado pela consciência pública. Passa por este abandono, por esta falta de abertura ao Transcendente, o coração da crise que atinge a Europa, que é uma crise espiritual e moral: o homem pretende ter uma identidade composta simplesmente de si mesmo”. Vivemos “num tempo no qual Deus se tornou para muitos o grande Desconhecido e Jesus simplesmente uma grande personagem do passado”. [2]
Prof. Felipe Aquino