Jornada Mundial da Juventude terá sabor “muito espanhol”

Coletiva de imprensa no Vaticano sobre a JMJ deste ano

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 15 de março de 2011 (ZENIT.org) – A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2011, de Madri, contará com a participação de mais de um milhão de jovens. E, ainda que o orçamento seja austero, o evento contará fundamentalmente “com a alegria espanhola da ‘festa’, porque será uma jornada muito espanhola”, indicou hoje o diretor executivo da JMJ, Yago de la cierva, em um briefing na Sala de Imprensa do Vaticano, diante de jornalistas dos mais variados países do mundo.

Jovens e novas tecnologias

Um dos aspectos que recebe maior atenção na organização da Jornada de Madri é o uso das novas tecnologias, tanto para acompanhar o evento e sua celebração como para questões de cunho organizativo.

“As novas tecnologias – indicou De la Cierva – beneficiarão particularmente os jovens, porque, graças a celulares, ipads, netbooks e outros instrumentos para a comunicação em rede, poderão saber onde estarão sendo realizados os eventos da jornada; e os participantes próximos da região em que se encontram, quais são os restaurantes que servem almoço etc.”

E inclusive poderão ver os vídeos dos eventos com Bento XVI e material multimídia, como “Em 100 segundos”, com conteúdos sobre como se reza o terço ou como se prepara uma confissão.

“Será, portanto, um evento marcado pelas sugestões que os jovens estão dando por meio do site www.madrid11.com, em 11 idiomas e com mais de um milhão de visitas ao mês.”

“Neste site, por exemplo, chegaram mais de 80 canções que, por sua vez, são votadas pelos internautas, de maneira que poderão ser tocadas nos eventos, além do hino oficial.”

Muito espanhol

A JMJ será um acontecimento “muito espanhol e com este espírito de festa – precisou De la Cierva -, no qual haverá uma conexão entre fé e beleza, em particular durante a Via Sacra”.

Nesta jornada, será possível ver a devoção impregnada de religiosidade e cultura espanhola, como também quis o Conselho Pontifício para os Leigos.

“E muito espanhóis serão também os horários – indicou o presidente -, porque no nosso país ninguém vai dormir antes da meia-noite. Portanto, haverá atividades variadas depois do almoço, como uma espécie de ‘noche blanca’, com museus abertos etc. Além disso, a temperatura será favoravel. No entanto, tudo começará uma hora mais tarde.”

O programa

Apesar de que o programa ainda possa sofrer variações, haverá diversos encontros. Um deles será com o mundo acadêmico, tendo presente que Bento XVI é um professor universitário. O Papa se reunirá, no El Escorial, com 1.500 professores universitários que tenham menos de 40 anos.

Haverá outro encontro com o mundo da vida consagrada, do qual participarão 1.500 religiosas de menos de 35 anos – sempre no El Escorial -, muitas das quais são contemplativas.

O Pontífice também terá um encontro com os voluntários da JMJ e outro com jovens portadores de problemas físicos e mentais.

Outro encontro será com os jovens seminaristas ou candidatos ao sacerdócio, na catedral, visto que nas JMJ anteriores, muitos jovens encontraram sua vocação religiosa.

Gestão de recursos

“A experiência de outros eventos – explicou – nos ajudou a aperfeiçoar a JMJ de Madri. Basta pensar nos telões, que são tantos, que foram calculados por metros quadrados, cerca de 1.400. Onze empresas se apresentaram e temos um orçamento de 4 milhões de euros.”

“O que nos interessa é que as pessoas possam ver. E também buscamos que o serviço de catering se baseie nos restaurantes de Madri, de maneira que também deixem algo para a cidade.”

“Queremos que os números sejam claros. Depois haverá uma revisão das contas, para saber onde foi parar cada euro que recebemos.” E precisou que, “por este motivo, ainda não há um orçamento final, visto que no mercado estamos encontrando preços mais baixos”.

Os inscritos são quase 300 mil, com 11.500 grupos. Da Espanha, Itália e França, participarão cerca de 45 mil, por país; dos Estados Unidos, 18 mil. “A projeção destes dados nos faz calcular que haverá mais de um milhão de jovens. Antes do final de março, os números subirão, entre outras coisas porque até lá há um desconto de 5%”, explicou De la Cierva.

Os voluntários necessários serão 25 mil, dos quais 20 mil já manifestaram a intenção de participar; destes, 8 mil não são espanhóis.

Por exemplo, em Varsóvia, realizou-se um encontro, em espanhol, de 1.300 voluntários, que estão estudando o idioma.

Os voluntários têm um desconto de 75% nas inscrições. Receberão refeições e hospedagem desde 10 dias antes, período em que receberão a devida formação, conhecerão a cidade, farão curso de primeiros socorros, de ajuda a portadores de deficiência, entre outras coisas.

“Deverão pagar um mínimo – explicou De la Cierva – porque, ainda que estejamos lhes pedindo o tempo, sua generosidade também é necessária.” Do pagamento dos voluntários, 25% será destinado ao fundo de solidariedade, porque “queremos evitar que seja uma jornada para os jovens dos países ricos. Há representantes, por exemplo, de países como Cuba, que serão ajudados com a viagem. E outros do Camboja, Laos etc. Inclusive de países muçulmanos”.

A mochila que será entregue aos participantes tem uma camiseta da JMJ, o ticket para o transporte na cidade, o boné, o guia do peregrino, o guia da JMJ e um terço.

Participação gratuita

A participação na JMJ é gratuita, aberta a todos. Para inscrever-se, é preciso preencher um formulário e escolher segundo três categorias: tempo de estadia, serviços requeridos e país de origem. Por exemplo, quem chega da Alemanha, com alojamento e alimentação, paga 210 euros. A contribuição pelo fim de semana nas mesmas condições é de 40 euros.

Para inscrever-se como voluntário, basta uma apresentação por parte do pároco ou bispo, “porque os voluntários serão o rosto da JMJ”. A idade mínima para participar é de 18 anos e não há limite de idade.

Haverá cerca de 1.400 lugares de hospedagem; portanto, foram escolhidos lugares com quantidades mais humanas, mas também haverá lugares cedidos pelas famílias de Madri.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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