Isto é o que o Papa Francisco pensa sobre o bullying

BohumilPetrikACIPrensa_090416Segundo o ACI Digital, em um novo encontro da fundação pontifícia Scholas Occurrentes, o Papa Francisco expressou sua opinião sobre o bullying que as crianças sofrem nas escolas de todo o mundo, falou sobre as guerras e a necessidade de dialogar para construir um mundo melhor.

Durante três dias, dezenas de jovens e pessoas de vários países refletiram no Vaticano sobre o tema “Entre a universidade e a escola, um muro ou uma ponte”. Na tarde do domingo, os participantes tiveram um encontro com o Pontífice, que respondeu uma série de perguntas formuladas pelos famosos Youtubers provenientes de diferentes países do mundo.

Um dos temas sobre os quais mencionou Francisco foi sua eleição como Papa, mas sobretudo dedicou sua intervenção a destacar a necessidade de construir pontes e não muros para que haja um mundo em paz.

Nesse sentido, aproveitou para falar acerca do problema do bullying, termo com que se aborda atualmente a perseguição escolar. O Papa assinalou o valor da linguagem dos gestos, porque “a linguagem dos gestos é distinta. Não basta só falar. Podemos cair no ‘xarope de pico’ e esse não funciona”.

“Linguagem dos gestos, que às vezes é uma palmada, um sorriso. Eu gostei do que você disse: ‘Este sorriso ninguém tira de mim’. Um sorriso que dá esperança, olhar nos olhos, gestos de aprovação ou de paciência, de tolerância, gestos. Deixar as agressões, o bulismo, o bullying, o bulismo é outra coisa, é uma agressão que esconde uma profunda crueldade e o mundo é cruel. O mundo é cruel. E as guerras são um monumento de crueldade”, assegurou.

Para ilustrar isto, Francisco mostrou umas fotografias e explicou: “Uma religiosa de um país africano no qual há guerras me enviou estas fotografias que eu trouxe. E, até onde chega a crueldade da guerra? Um menino degolado, um menino. Então, podemos entender o bullying. Se isto acontece, como não ocorre o bullying? É a mesma crueldade contra um menino e um menino que fará o mesmo com o outro, se vocês semearem crueldade”.

“Um menino massacrado em sua cabeça. E isto aconteceu no mês passado. Ou seja, para construir um mundo novo, um mundo melhor, devemos acabar com todo tipo de crueldade. E a guerra é uma crueldade. Mas neste tipo de guerra há mais crueldade ainda, porque é contra um inocente”, afirmou.

Construir pontes

Ante isto, o Santo Padre falou a respeito da importância de ter um bom ambiente, “esse clima de comunicação, que nos une e que representa um desafio neste mundo que sempre corre o risco de ser atomizado”. “Quando os povos se separam, as famílias se separam, os amigos se separam: na separação somente se encontra a inimizade, inclusive o ódio”, continuou.

“No entanto, quando as pessoas se unem, se dá a amizade social, a amizade fraterna; e se dá uma cultura do encontro, que nos protege de qualquer tipo de cultura de descarte. Obrigado por isso e por aquilo que vocês estão fazendo”, expressou.

“Acredito que para construir um mundo melhor podemos resumir todas essas coisas que falamos juntos, não é verdade? Ou seja, que cada pessoa seja reconhecida em sua identidade, mas a identidade não acontece se não houver pertença. Procurar dar pertença, e um de vocês me perguntava: se um menino, uma garota não tem pertença como posso ajudá-lo? ”.

“Pelo menos oferece a esta pessoa a pertença virtual, mas possa senti-la… e assim terá identidade. Mas uma pessoa sem identidade não tem futuro. Por isso urge, é urgente oferecer pertença de qualquer tipo, para que se possa sentir que se pertence a um grupo, a uma família, a uma organização: e isso dá uma identidade”.

O diálogo também é uma ponte

Em sua intervenção, o Santo Padre recordou que “o diálogo também é uma ponte”. “Trata-se de juntamente ir colocando as propostas para avançar juntos. No diálogo todo mundo ganha, ninguém perde. Na discussão, há um que vence e um que perde: mas na realidade ambos perdem. O diálogo é a capacidade de ouvir, colocar-se no lugar do outro, construir pontes”.

“E dentro do diálogo se eu penso diferente, não devo discutir, mas persuadir com mansidão”, acrescentou.

Deste modo, o Papa pediu deixar de um lado “o orgulho, a soberba”, “porque o orgulho e a soberba sempre acabam mal”. “O orgulhoso termina mau. Ou seja, eu te responderia essa pergunta: Como construir um mundo melhor? Por esse caminho. Nosso mundo precisa diminuir o nível de agressão. Precisa de ternura, de mansidão, de escuta, de caminhar juntos. Se não, isto e aquilo está acontecendo hoje, porque faltam todas essas atitudes que eu disse”.

Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/isto-e-o-que-o-papa-francisco-pensa-sobre-o-bullying-48631/

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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