VALENCIA,
26 Jan. 11 / 11:58 am (ACI).- O Presidente da plataforma espanhola Foro da Família, Benigno
Blanco, rechaçou que a Federação Espanhola de Sociedades de Sexologia (FESS)
pretenda censurar o ensino da educação afetivo-sexual segundo os critérios
pedagógicos morais dos pais de família nas escolas católicas de Valência que
incluem a promoção da continência e a virtude da castidade.
No dia 17 de janeiro passado, a Federação Espanhola de Sociedades de Sexologia
(FESS) publicou uma declaração oficial na qual questiona “a política
adotada pela Generalitat (órgão de administração local) Valenciana sobre a
Educação Sexual, que aparta os profissionais da saúde da Educação Sexual nos
colégios particulares”.
A FESS critica que muitos colégios católicos valencianos usem o material
didático distribuído pelo Instituto Valenciano de Fertilidade, Sexualidade e
Relações Familiares (IVAF), acusando-o de ter “fortes componentes
religiosos” por ter como pilar de seus conteúdos “a promoção da
‘continência’ e ‘a virtude da castidade'”.
A presidenta da FESS, Miriam Larrazábal, reclamou que a educação sexual
“se baseie em conhecimentos científicos, não em ideologias, moral ou religião”.
A sexóloga deplorou que se tente “educar nesta matéria segundo a opinião
moral de cada um”.
“A Educação Sexual tem que estar por cima de tudo isso e os dados
científicos são os únicos nos quais se deve apoiar, já que são contrastáveis,
comprováveis e incontrovertíveis”, indicou Larrazábal.
A FESS reclama o retorno ao sistema educativo anterior em Valência, que
sobressaía a informação científica e evitava a inclusão de conclusões morais
assim como a reposição de “profissionais da saúde no controle do currículo
da disciplina”.
Reação do Foro
“A pretensão da FESS de que o ensino em matéria afetivo-sexual não pode
ter uma visão valorativa ou moral da mesma é absolutamente inadmissível. O
ensino da sexualidade sem valores é uma pretensão ideológica e acientífica;
impor a todos os escolares espanhóis o sexo sem critérios humanos ou morais é
pura ideologia alheia à ciência e portanto quem se atreve a censurar outra
forma de educar nesta sexualidade desconhecendo o pluralismo e negando a
liberdade”, explicou Benigno Blanco.
O perito assinalou que “a postura expressa pela FESS é uma nova expressão
do radicalismo intolerante que se vai estendendo na Espanha e que se manifesta
na nova ‘Lei do Aborto‘
para impor uma única visão da sexualidade: a da ideologia de gênero,
violentando as liberdades básicas no sistema educativo isso não é ciência e sim
ideologia de matriz totalitária”.
Recordou que o Foro da Família desenvolve desde o ano passado a campanha ‘A
sexualidade importa, sem nenhum gênero de dúvida’; uma campanha de informação
por toda a Espanha sobre o ataque à liberdade de pensamento que supõem as
previsões dos 11 primeiros artigos da ‘Lei do aborto’ em matéria de educação
sexual.
Em uma nota de imprensa oficial, o Foro sustenta que a campanha pretende
despertar a consciência cidadã sobre a restrição à liberdade que supõe esta
nova intromissão ideológica do Governo no âmbito da educação.
Para isso, o Foro da Família criou um Observatório sobre a Doutrinação de
Gênero (OAG) www.adoctrinamientodegenero.org que recolhe as inquietudes
dos pais de família e organiza os processos ou denúncias judiciais que procedam
quando na escola ou por qualquer outro meio a Administração busque impor uma determinada
visão da sexualidade marcadamente liberal.