A Radio Vaticana informou que hoje (20 de março de 2013), o Papa Francisco receberá as delegações ecumênicas e de outras religiões que foram a Roma para a missa de início do seu pontificado.
O Santo Padre receberá em audiência separada, Bartolomeu I, o Patriarca Ecumênico de Constantinopla; logo após, o Metropolita Hilarion, do Patriarcado de Moscou; e ao meio-dia, encontrará os delegados de Igrejas, comunidades eclesiais, organismos ecumênicos internacionais e o argentino Claudio Epelman, Diretor do Congresso Judaico Latino-americano.
Dom Francisco Biasin, que é Bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ) e Presidente da Comissão Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Interreligiosos da CNBB, ao ser questionado a respeito das expectativas geradas com a eleição de um Papa que provém da América Latina para o diálogo interreligioso e ecumênico, respondeu:
“O Papa Francisco, vindo da Argentina, portanto tendo esta cultura includente, aberta, dialogante, tem uma marcha a mais em relação ao diálogo interreligioso. Em Buenos Aires, por sinal, tem uma forte comunidade islâmica e, sobretudo, judaica. A Sinagoga de Buenos Aires é muito famosa. Pelo que me consta, ele teve sempre uma relação muito aberta, muito dialogante. Eu diria de abertura muito grande com nossos irmãos maiores, que são os hebreus e, da mesma forma, com o mundo islâmico. Abrem-se novos horizontes no diálogo ecumênico e interreligioso. Sei que em Buenos Aires, alguns anos atrás, houve um encontro de neopentecostais com a Igreja Católica. O então Arcebispo, Card. Bergoglio, ele se ajoelhou no estádio e pediu a bênção aos pastores sobre ele. Portanto, o gesto que ele fez na sacada da Basílica de S. Pedro de pedir a bênção do povo faz parte da personalidade dele, essa atitude dialogante, sobretudo de uma fé vivida em comum em tudo quanto é possível, respeitando naturalmente as diversas tradições religiosas e eclesiais. Para mim, a escolha deste novo papa, além de ser uma surpresa para o mundo todo, é uma surpresa de Deus para nós. Tenho certeza, aquela esperança cristã que já é certeza, de que o diálogo ecumênico e interreligioso será muito potencializado dentro da nossa Igreja e trará frutos muito grandes e muito ricos entre todas as tradições cristãs e no diálogo também com as outras religiões”.