Exortação Apostólica pós-sinodal Verbum Domini do Papa Bento XVI (Parte 4)

Além disso,
os Padres sinodais puseram em evidência como ligado com o tema da inspiração
esteja também o tema da verdade das Escrituras.[69]
Por isso, um aprofundamento da dinâmica da inspiração levará, sem dúvida, também
a uma maior compreensão da verdade contida nos livros sagrados. Como indica a
doutrina conciliar sobre o tema, os livros inspirados ensinam a verdade: «E
assim, como tudo quanto afirmam os autores inspirados ou hagiógrafos deve ser
tido como afirmado pelo Espírito Santo, por isso mesmo se deve acreditar que os
livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro a verdade que
Deus, para nossa salvação, quis que fosse consi-gnada nas sagradas Letras. Por
isso, “toda a Escri-tura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para
corrigir, para instruir na justiça: para que o homem de Deus seja perfeito,
experimentado em todas as boas obras (2 Tm 3, 16-17 gr.)”».[70]

Não há
dúvida que a reflexão teológica sempre considerou inspiração e verdade como
dois conceitos-chave para uma hermenêutica eclesial das Sagradas Escrituras. No
entanto, deve-se reconhecer a necessidade actual de um condigno aprofundamento
destas realidades, para se responder melhor às exigências relativas à
interpretação dos textos sagrados segundo a sua natureza. Nesta perspectiva,
desejo vivamente que a investigação possa avançar neste campo e dê fruto para a
ciência bíblica e para a vida espiritual dos fiéis.

Deus Pai,
fonte e origem da Palavra

20. A economia da revelação tem o seu
início e a sua origem em
Deus Pai. Pela sua palavra «foram feitos os céus, pelo sopro
da sua boca todos os seus exércitos» (Sl 33, 6). É Ele que faz resplandecer «o
conhecimento da glória de Deus, que se reflecte na face de Cristo» (2 Cor 4, 6;
cf. Mt 16, 17; L?c 9, 29).

No Filho,
«Logos feito carne» (cf. Jo 1, 14), que veio para cumprir a vontade d’Aquele
que O enviou (cf. Jo 4, 34), Deus, fonte da revelação, manifesta-Se como Pai e
leva à perfeição a educação divina do homem, já anteriormente animada pela
palavra dos profetas e pelas maravilhas realizadas na criação e na história do
seu povo e de todos os homens. O apogeu da revelação de Deus Pai é oferecido
pelo Filho com o dom do Paráclito (cf. Jo 14, 16), Espírito do Pai e do Filho,
que nos «guiará para a verdade total» (Jo 16, 13).

Deste modo,
todas as promessas de Deus se tornam «sim» em Jesus Cristo (cf. 2
Cor 1, 20). Abre-se assim, para o homem, a possibilidade de percorrer o caminho
que o conduz ao Pai (cf. Jo 14, 6), para que no fim «Deus seja tudo em todos»
(1 Cor 15, 28).

21. Como
mostra a cruz de Cristo, Deus fala também por meio do seu silêncio. O silêncio
de Deus, a experiência da distância do Omnipotente e Pai é etapa decisiva no
caminho terreno do Filho de Deus, Palavra encarnada. Suspenso no madeiro da
cruz, o sofrimento que Lhe causou tal silêncio fê-Lo lamentar: «Meu Deus, meu
Deus, porque Me abandonaste?» (Mc 15, 34; Mt 27, 46). Avançando na obediência
até ao último respiro, na obscuridade da morte, Jesus invocou o Pai. A Ele Se
entregou no momento da passagem, através da morte, para a vida eterna: «Pai,
nas tuas mãos, entrego o meu espírito» (L?c 23, 46).

Esta
experiência de Jesus é sintomática da situação do homem que, depois de ter
escutado e reconhecido a Palavra de Deus, deve confrontar-se também com o seu
silêncio. É uma experiência vivida por muitos Santos e místicos, e que ainda
hoje faz parte do caminho de muitos fiéis. O silêncio de Deus prolonga as suas
palavras anteriores. Nestes momentos obscuros, Ele fala no mistério do seu
silêncio. Portanto, na dinâmica da revelação cristã, o silêncio aparece como
uma expressão importante da Palavra de Deus.

A resposta do homem a Deus que fala

Chamados a
entrar na Aliança com Deus

22. Ao
sublinhar a pluralidade de formas da Palavra, pudemos ver através de quantas
modalidades Deus fala e vem ao encontro do homem, dando-Se a conhecer no
diálogo. É certo que o diálogo, como afirmaram os Padres sinodais, «quando se
refere à Revelação comporta o primado da Palavra de Deus dirigida ao homem».[71]
O mistério da Aliança exprime esta relação entre Deus que chama através da sua
Palavra e o homem que responde, sabendo claramente que não se trata de um
encontro entre dois contraentes iguais; aquilo que designamos por Antiga e Nova
Aliança não é um acto de entendimento entre duas partes iguais, mas puro dom de
Deus. Por meio deste dom do seu amor, Ele, superando toda a distância,
torna–nos verdadeiramente seus «parceiros», de modo a realizar o mistério
nupcial do amor entre Cristo e a Igreja. Nesta perspectiva, todo o homem
aparece como o destinatário da Palavra, interpelado e chamado a entrar, por uma
resposta livre, em tal diálogo de amor. Assim Deus torna cada um de nós capaz
de escutar e responder à Palavra divina. O homem é criado na Palavra e vive
nela; e não se pode compreender a si mesmo, se não se abre a este diálogo. A
Palavra de Deus revela a natureza filial e relacional da nossa vida. Por graça,
somos verdadeiramente chamados a configurar-nos com Cristo, o Filho do Pai, e a
ser transformados n’Ele.

Deus escuta
o homem e responde às suas perguntas

23. Neste
diálogo com Deus, compreendemo-nos a nós mesmos e encontramos resposta para as
perguntas mais profundas que habitam no nosso coração. De facto, a Palavra de
Deus não se contrapõe ao homem, nem mortifica os seus anseios verdadeiros; pelo
contrário, ilumina-os, purifica-os e realiza-os. Como é importante, para o
nosso tempo, descobrir que só Deus responde à sede que está no coração de cada
homem! Infelizmente na nossa época, sobretudo no Ocidente, difundiu-se a ideia
de que Deus é alheio à vida e aos problemas do homem; pior ainda, de que a sua
presença pode até ser uma ameaça à autonomia humana. Na realidade, toda a
economia da salvação mostra-nos que Deus fala e intervém na história a favor do
homem e da sua salvação integral. Por conseguinte é decisivo, do ponto de vista
pastoral, apresentar a Palavra de Deus na sua capacidade de dialogar com os
problemas que o homem deve enfrentar na vida diária. Jesus apresenta-Se-nos
precisamente como Aquele que veio para que pudéssemos ter a vida em abundância
(cf. Jo 10, 10). Por isso, devemos fazer todo o esforço para mostrar a Palavra
de Deus precisamente como abertura aos próprios problemas, como resposta às próprias
perguntas, uma dilatação dos próprios valores e, conjuntamente, uma satisfação
das próprias aspirações. A pastoral da Igreja deve ilustrar claramente como
Deus ouve a necessidade do homem e o seu apelo. São Boaventura afirma no
Breviloquium: «O fruto da Sagrada Escritura não é um fruto qualquer, mas a
plenitude da felicidade eterna. De facto, a Sagrada Escritura é precisamente o
livro no qual estão escritas palavras de vida eterna, porque não só acreditamos
mas também possuímos a vida eterna, em que veremos, amaremos e serão realizados
todos os nossos desejos».[72]

Dialogar
com Deus através das suas palavras

24. A Palavra divina introduz cada um de
nós no diálogo com o Senhor: o Deus que fala, ensina-nos como podemos falar com
Ele. Espontaneamente o pensamento detém-se no Livro dos Salmos, onde Ele nos
fornece as palavras com que podemos dirigir-nos a Ele, levar a nossa vida para
o colóquio com Ele, transformando assim a própria vida num movimento para Deus.[73]
De facto, nos Salmos, encontramos articulada toda a gama de sentimentos que o
homem pode ter na sua própria existência e que são sapientemente colocados
diante de Deus; alegria e sofrimento, angústia e esperança, medo e perplexidade
encontram lá a sua expressão. E, juntamente com os Salmos, pensamos também em
numerosos textos da Sagrada Escritura que apresentam o homem a dirigir-se a
Deus sob a forma de oração de intercessão (cf. Ex 33, 12-16), de canto de
júbilo pela vitória (cf. Ex 15), ou de lamento no desempenho da própria missão
(cf. Jr 20, 7-18). Deste modo, a palavra que o homem dirige a Deus torna-se
também Palavra de Deus, como confirmação do carácter dialógico de toda a
revelação cristã,[74]
e a existência inteira do homem torna-se um diálogo com Deus que fala e escuta,
que chama e dinamiza a nossa vida. Aqui a Palavra de Deus revela que toda a
existência do homem está sob o chamamento divino.[75]

A Palavra
de Deus e a fé

25. «A Deus
que Se revela é devida “a obediência da fé” (Rm 16, 26; cf. Rm 1, 5; 2 Cor 10,
5-6); pela fé, o homem entrega-se total e livremente a Deus oferecendo a Deus
revelador “o obséquio pleno da inteligência e da vontade” e prestando
voluntário assentimento à sua revelação».[76]
Com estas palavras, a Constituição dogmática Dei
Verbum
exprimiu de modo claro a atitude do homem diante de Deus. A resposta
própria do homem a Deus, que fala, é a fé. Isto coloca em evidência que, «para
acolher a Revelação, o homem deve abrir a mente e o coração à acção do Espírito
Santo que lhe faz compreender a Palavra de Deus presente nas Sagradas
Escrituras».[77]
De facto, é precisamente a pregação da Palavra divina que faz surgir a fé, pela
qual aderimos de coração à verdade que nos foi revelada e entregamos todo o
nosso ser a Cristo: «A fé vem da pregação, e a pregação pela palavra de Cristo»
(Rm 10, 17). Toda a história da salvação nos mostra progressivamente esta
ligação íntima entre a Palavra de Deus e a fé que se realiza no encontro com
Cristo. De facto, com Ele a fé toma a forma de encontro com uma Pessoa à qual
se confia a própria vida. Cristo Jesus continua hoje presente, na história, no
seu corpo que é a Igreja; por isso, o acto da nossa fé é um acto
simultaneamente pessoal e eclesial. 

O pecado
como não escuta da Palavra de Deus

26. A Palavra de Deus revela
inevitavelmente também a dramática possibilidade que tem a liberdade do homem
de subtrair-se a este diálogo de aliança com Deus, para o qual fomos criados.
De facto, a Palavra divina desvenda também o pecado que habita no coração do homem.
Muitas vezes encontramos, tanto no Antigo como no Novo Testamento, a descrição
do pecado como não escuta da Palavra, como ruptura da Aliança e,
consequentemente, como fechar-se a Deus que chama à comunhão com Ele.[78]
Com efeito, a Sagrada Escritura mostra-nos como o pecado do homem é
essencialmente desobediência e «não escuta». Precisamente a obediência radical
de Jesus até à morte de Cruz (cf. Fl 2, 8) desmascara totalmente este pecado.
Na sua obediência, realiza-se a Nova Aliança entre Deus e o homem e é-nos
concedida a possibilidade da reconciliação. De facto, Jesus foi mandado pelo
Pai como vítima de expiação pelos nossos pecados e pelos do mundo inteiro (cf.
1 Jo 2, 2; 4, 10; Hb 7, 27). Assim, é-nos oferecida misericordiosamente a
possibilidade da redenção e o início de uma vida nova em Cristo. Por isso, é
importante que os fiéis sejam educados a reconhecer a raiz do pecado na não
escuta da Palavra do Senhor e a acolher em Jesus, Verbo de Deus, o perdão que
nos abre à salvação.

Maria
«Mater Verbi Dei» e «Mater fidei»

27. Os
Padres sinodais declararam que o objectivo fundamental da XII
Assembleia
foi «renovar a fé da Igreja na Palavra de Deus»; por isso é
necessário olhar para uma pessoa em Quem a reciprocidade entre Palavra de Deus
e fé foi perfeita, ou seja, para a Virgem Maria, «que, com o seu sim à Palavra
da Aliança e à sua missão, realiza perfeitamente a vocação divina da
humanidade».[79]
A realidade humana, criada por meio do Verbo, encontra a sua figura perfeita
precisamente na fé obediente de Maria. Desde a Anunciação ao Pentecostes,
vemo-La como mulher totalmente disponível à vontade de Deus. É a Imaculada
Conceição, Aquela que é «cheia de graça» de Deus (cf. L?c 1, 28), incondicionalmente dócil à
Palavra divina (cf. L?c 1, 38). A sua
fé obediente face à iniciativa de Deus plasma cada instante da sua vida. Virgem
à escuta, vive em plena sintonia com a Palavra divina; conserva no seu coração
os acontecimentos do seu Filho, compondo-os por assim dizer num único mosaico
(cf. L?c 2, 19.51).[80]

No nosso
tempo, é preciso que os fiéis sejam ajudados a descobrir melhor a ligação entre
Maria de Nazaré e a escuta crente da Palavra divina. Exorto também os estudiosos
a aprofundarem ainda mais a relação entre mariologia e teologia da Palavra. Daí
poderá vir grande benefício tanto para a vida espiritual como para os estudos
teológicos e bíblicos. De facto, quando a inteligência da fé olha um tema à luz
de Maria, coloca-se no centro mais íntimo da verdade cristã. Na realidade, a
encarnação do Verbo não pode ser pensada prescindindo da liberdade desta jovem
mulher que, com o seu assentimento, coopera de modo decisivo para a entrada do
Eterno no tempo. Ela é a figura da Igreja à escuta da Palavra de Deus que nela
Se fez carne. Maria é também símbolo da abertura a Deus e aos outros; escuta
activa, que interioriza, assimila, na qual a Palavra se torna forma de vida.

28. Nesta
ocasião, desejo chamar a atenção para a familiaridade de Maria com a Palavra de
Deus. Isto transparece com particular vigor no Magnificat. Aqui, em certa
medida, vê-se como Ela Se identifica com a Palavra, e nela entra; neste
maravilhoso cântico de fé, a Virgem exalta o Senhor com a sua própria Palavra:
«O Magnificat – um retrato, por assim dizer, da sua alma – é inteiramente
tecido de fios da Sagrada Escritura, com fios tirados da Palavra de Deus. Desta
maneira se manifesta que Ela Se sente verdadeiramente em casa na Palavra de
Deus, dela sai e a ela volta com naturalidade. Fala e pensa com a Palavra de
Deus; esta torna-se Palavra d’Ela, e a sua palavra nasce da Palavra de Deus.
Além disso, fica assim patente que os seus pensamentos estão em sintonia com os
de Deus, que o d’Ela é um querer juntamente com Deus. Vivendo intimamente
permeada pela Palavra de Deus, Ela pôde tornar-Se mãe da Palavra encarnada».[81]

Além disso,
a referência à Mãe de Deus mostra-nos como o agir de Deus no mundo envolve
sempre a nossa liberdade, porque, na fé, a Palavra divina transforma-nos.
Também a nossa acção apostólica e pastoral não poderá jamais ser eficaz, se não
aprendermos de Maria a deixar-nos plasmar pela acção de Deus em nós: «A atenção
devota e amorosa à figura de Maria, como modelo e arquétipo da fé da Igreja, é
de importância capital para efectuar também nos nossos dias uma mudança
concreta de paradigma na relação da Igreja com a Palavra, tanto na atitude de
escuta orante como na generosidade do compromisso em prol da missão e do
anúncio».[82]

Contemplando
na Mãe de Deus uma vida modelada totalmente pela Palavra, descobrimo-nos também
nós chamados a entrar no mistério da fé, pela qual Cristo vem habitar na nossa
vida. Como nos recorda Santo Ambrósio, cada cristão que crê, em certo sentido,
concebe e gera em si mesmo o Verbo de Deus: se há uma só Mãe de Cristo segundo
a carne, segundo a fé, porém, Cristo é o fruto de todos.[83]
Portanto, o que aconteceu em Maria pode voltar a acontecer em cada um de nós
diariamente na escuta da Palavra e na celebração dos Sacramentos.

A hermenêutica da Sagrada Escritura
na Igreja

A Igreja,
lugar originário da hermenêutica da Bíblia

29. Outro
grande tema surgido durante o Sínodo, sobre o qual quero debruçar-me agora, é a
interpretação da Sagrada Escritura na Igreja. E precisamente a ligação
intrínseca entre Palavra e fé põe em evidência que a autêntica hermenêutica da
Bíblia só pode ser feita na fé eclesial, que tem o seu paradigma no sim de
Maria. A este respeito, São Boaventura afirma que, sem a fé, não há chave de
acesso ao texto sagrado: «Esta é o conhecimento de Jesus Cristo, do qual têm
origem, como de uma fonte, a segurança e a inteligência de toda a Sagrada
Escritura. Por isso é impossível que alguém possa entrar para a conhecer, se
antes não tiver a fé infusa de Cristo que é lanterna, porta e também fundamento
de toda a Escritura».[84]
E São Tomás de Aquino, mencionando Santo Agostinho, insiste vigorosamente: «A
letra do Evangelho também mata, se faltar a graça interior da fé que cura».[85]

Isto
permite-nos assinalar um critério fundamental da hermenêutica bíblica: o lugar
originário da interpretação da Escritura é a vida da Igreja. Esta afirmação não
indica a referência eclesial como um critério extrínseco ao qual se devem
submeter os exegetas, mas é uma exigência da própria realidade das Escrituras e
do modo como se formaram ao longo do tempo. De facto, «as tradições de fé
formavam o ambiente vital onde se inseriu a actividade literária dos autores da
Sagrada Escritura. Esta inserção englobava também a participação na vida
litúrgica e na actividade externa das comunidades, no seu mundo espiritual, na
sua cultura e nas vicissitudes do seu destino histórico. Por isso, de modo
semelhante, a interpretação da Sagrada Escritura exige a participação dos
exegetas em toda a vida e em toda a fé da comunidade crente do seu tempo».[86]
Por conseguinte, «devendo a Sagrada Escritura ser lida e interpretada com o
mesmo Espírito com que foi escrita»,[87]
é preciso que os exegetas, os teólogos e todo o Povo de Deus se abeirem dela
por aquilo que realmente é: como Palavra de Deus que Se nos comunica através de
palavras humanas (cf. 1 Ts 2, 13). Trata-se de um dado constante e implícito na
própria Bíblia: «Nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular,
porque jamais uma profecia foi proferida pela vontade dos homens. Inspirados
pelo Espírito Santo é que os homens santos falaram em nome de Deus» (2 Pd 1,
20-21). Aliás, é precisamente a fé da Igreja que reconhece na Bíblia a Palavra
de Deus; como admiravelmente diz Santo Agostinho, «não acreditaria no Evangelho
se não me movesse a isso a autoridade da Igreja Católica».[88]
O Espírito Santo, que anima a vida da Igreja, é que torna capaz de interpretar
autenticamente as Escrituras. A Bíblia é o livro da Igreja e, a partir da
imanência dela na vida eclesial, brota também a sua verdadeira hermenêutica.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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