Europa condena violência terrorista contra cristãos

Primeira
reação de satisfação da Igreja através da “Rádio Vaticano”

BRUXELAS,
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) – Os ministros de Relações Exteriores da União
Europeia expressaram sua condenação dos “atos terroristas” contra as
minorias cristãs e seus lugares de culto, bem como contra outras minorias
religiosas, incluindo os muçulmanos, nas conclusões de uma reunião realizada ontem
em Bruxelas.

No
documento final da reunião, os ministros europeus afirmam que a Europa
“continuará apoiando iniciativas no âmbito do diálogo intercultural e
inter-religioso, em um espírito de abertura, participação e compreensão
mútua”.

Também
reafirmaram “o forte compromisso da União Europeia (UE) na promoção e
proteção da liberdade de religião ou credo, sem discriminação”.

Neste
sentido, pedem a Lady Catherine Ashton, Alta Representante para Assuntos
Exteriores e de Segurança da UE, que apresente “propostas concretas de
ação da UE neste sentido”.

Afirmando
sua vontade de cooperar “para promover a tolerância religiosa e proteger
os direitos humanos”, os ministros anunciaram que a Europa “estará
mais envolvida ainda em todos os fóruns multinacionais, especialmente nas
Nações Unidas, para unificar apoios em todas as regiões, na luta contra a
intolerância religiosa”.

O
comunicado conclui afirmando o dever de proteger-se “daqueles que querem
usar a religião como um instrumento de divisão, para  incentivar o
extremismo e a violência”.

Esta
decisão foi imediatamente elogiada pela Rádio Vaticano, que, em sua edição
francesa, afirmou que a UE “fez um gesto em favor da liberdade
religiosa”.

A emissora
vaticana coletou as primeiras declarações telefônicas do cardeal Jean-Pierre
Ricard, arcebispo de Bordéus, na qual felicitava os ministros europeus por essa
decisão.

O cardeal
Ricard manifestou sua satisfação não apenas em nome dos representantes das
conferências episcopais católicas da Europa, mas também dos representantes ortodoxos,
protestantes, anglicanos, que se reuniram na sexta-feira passada em Belgrado e
pediram, em uma carta, que os ministros de Assuntos Exteriores levassem em
consideração a situação dos cristãos perseguidos.

Em
particular, revelou o purpurado, pensavam nos cristãos do Iraque, Egito e
Paquistão.

“Nossa
posição não é partidária e não expressa somente a solidariedade com os
cristãos, mas com todos os crentes. Mas, ao mesmo tempo, dissemos que, se não
defendemos aqueles que hoje, no mundo, são talvez os mais atacados – os
cristãos -, então, quem vai defendê-los?”

“Alegra-me
saber que os ministros se manifestaram, apesar da relutância que houve dos
ministros de cinco países”, esclareceu.

“Teria
sido catastrófico permanecer em uma espécie de silêncio, de incapacidade para
tomar a palavra. Agora, houve uma declaração pública e espero que ela se
traduza em iniciativas concretas neste campo. Mas acho bom que os ministros de
Assuntos Exteriores tenham podido superar suas reticências e falar com uma só
voz. Eu realmente estou feliz por isso”, disse ele.

“Esperamos
que as relações de alguns países da UE com os países em que há perseguição de
minorias religiosas façam ouvir a sua voz e exerçam pressão, porque a tentação
consiste em permanecer em um silêncio prudente, por razões comerciais e
econômicas.”

“Está
em jogo a liberdade de consciência e o respeito à dignidade humana”,
sublinhou, considerando que, até agora, a Europa se deixou levar, neste campo,
por interesses econômicos.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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