Educar é “emergência” na missão da Igreja

Arcebispo
de Braga faz reflexão sobre o tema em jornada da família

ROMA,
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) – “Educar e testemunhar segundo a Boa-Nova de
Jesus Cristo é uma verdadeira emergência na missão da Igreja”, afirma o
arcebispo de Braga, Dom Jorge Ortiga.

Em uma
reflexão apresentada na VI Jornada da Família, no arciprestado de V. Nova de
Famalicão, nesse sábado, o arcebispo destacou que hoje se vive “num tempo novo
que exige de nós o esforço contínuo de repensar os modelos educativos”.

Dom Jorge
Ortiga adverte do risco das correntes pedagógicas do facilitismo e da lei do
menor esforço no âmbito da educação. Incentivam-se “pedagogias centradas na
auto-realização individual sem vislumbrar uma cultura da fraternidade e da
partilha de valores”. 

Trata-se de
um panorama que contagiou a família, a escola e a própria Igreja.

“A família,
na sua forma materna e paterna, já não ousa contrariar as crianças e permite
precocemente, por demissão ou por omissão, todo o tipo de experiências que
desequilibram o crescimento integral da pessoa.”

Segundo o
arcebispo, “é preciso clareza e comunhão no exercício do testemunho parental.
Onde está um sim também pode estar um não”.

Já a
escola, “na perspectiva redutora de uma formação pluricultural, não tem sido
capaz de delinear um projeto educativo respeitador e promotor de uma cultura
verdadeiramente humana”.

“Impõe-se a
todo o custo uma ideologia educativa estatal com a consequente eliminação
silenciosa de todas as propostas educativas que orientem para os valores do
testemunho, da autoridade, da seriedade, da vontade de trabalho e de
iniciativa, da fé e da visão cristã do mundo.”

Dom Jorge
Ortiga também assinala que a Igreja, “na sua tarefa irrenunciável de apresentar
um projeto educativo à luz do pensamento cristão, nem sempre tem sido capaz de
propor um itinerário de crescimento e de diálogo entre a fé e a razão”.

“A formação
dos agentes educativos da Igreja é urgentíssima porque estamos a perder
oportunidades únicas de testemunhar com a vida o anúncio primordial da fé
cristã”, afirma.

Para
enfrentar essa situação, o arcebispo indica alguns “ministérios possíveis”,
como a utilização das novas tecnologias, a criação de equipes de jornalismo
para elaborar boletins paroquiais, a formação de equipes de voluntariado de
ação social, a promoção de iniciativas de índole cultural onde o pensamento
cristão seja apresentado com criatividade e originalidade.

Segundo o
arcebispo, não se pode exigir dos católicos que “venham somente à Eucaristia
dominical, é preciso que a comunidade acolha com a alegria as várias sinergias
e dons ao serviço do Evangelho”.

Ensino

Dom Jorge
Ortiga partilhou sua preocupação da redução da educação em Portugal “a uma
certa demagogia ideológica”.

“Ultimamente
verifica-se uma polarização da perspectiva economicista da educação. Por nosso
lado não podemos deixar de dizer que o ensino privado não pode ser visto como
contraponto do estatal.”

O ensino
privado – prossegue o arcebispo – “é ensino público na medida em que está ao
serviço de toda a sociedade na formação dos quadros diretivos e do tecido
produtivo do nosso país”.

“Certamente
que a questão econômica não é despicienda mas é necessário garantir o direito
das famílias poderem escolher o modelo educativo para os seus filhos.”

O prelado
fez um apelo “a uma educação integral resultante de testemunho de vida e da
competência técnica de todos aqueles que interagem no acompanhamento vocacional
das crianças e dos jovens”.

“Uma
educação que não seja auto-realização ou funcionalista mas que eduque as novas
gerações para uma cidadania exigente e ativa na luta por um progresso justo e
humano.”

Ele pediu
ainda o compromisso dos cristãos em “propor uma educação católica, universal e
diversificada, que toque as grandes questões da nossa existência”.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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