Despenalização do aborto?

O Tribunal de Justiça de São Paulo promoveu uma audiência pública a respeito da reforma do Código Penal Brasileiro. Temáticas prioritárias cederam espaço aos discursos monopolizados por militantes feministas, representantes de movimentos sociais, Fundações e Ong’s. Reportagens feitas no local da audiência destacaram o clima de euforia criado pelas feministas exibindo um anteprojeto de lei pela descriminalização e pela legalização do aborto “já”. A tal audiência tornou-se comício dos grupos de pressão cujo objetivo único pela legalização do aborto dispensaria outras discussões. Entre os projetos de lei que postulam o aborto não lograram êxito. Alguns tramitam no Congresso Nacional há 20 anos, como o PL 1135/91 pedindo a revogação dos artigos 124 a 128 do Código Penal, legalizando o aborto em quaisquer situações. Outros projetos preveem casos de anencefalia e má-formação até o 3º mês de gravidez.

Todos os anteprojetos de lei pró-aborto foram rejeitados por várias comissões legislativas. Entretanto o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3, assinado pelo presidente Lula em 2009) apresenta o aborto como programa político do governo. Com a nomeação da secretaria para as Políticas para a Mulher o assunto volta à baila. Os deputados federais dificilmente aprovariam projetos desse gênero, pois na certa, sabem que perdem votos. A maioria da população é contrária ao aborto.

A pressão pela legalização do aborto faz parte de acordos para o desenvolvimento celebrados entre a ONU e países emergentes da América Latina (como o plano Rockfeller, Marshall, Kissinger, etc.) Tais acordos prometem investimentos nos países da América Latina, mediante cláusulas vinculantes pelo controle demográfico da população. O aborto obedeceria à política familiar global, baseada em cálculos econômicos.
Daí o patrocínio das fundações aos grupos de feministas que apregoam a ideologia do aborto, “em nome dos direitos da mulher ao próprio corpo”.

Grupos de pressão defensores do “direito” ao aborto são unilaterais, porquanto cabe somente à mulher decidir sobre a pena de morte ao embrião ou nascituro indefeso. O falso argumento é que embrião não é gente, negando-se o princípio da vida, desde a sua concepção. Essa é a “lógica” materialista. A Igreja sempre defenderá a vida através de políticas de saúde para a gestante e para o nascituro; para a mãe e para as crianças. A descriminalização do aborto provocado é um assassinato de inocentes indefesos, definitivamente privados do
direito de viver. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º garante o direito à vida, desde a sua concepção até a morte natural.

Que a urgência da reforma do Código Penal Brasileiro não seja atropelada por grupos de pressão ideológica, contrários ao sagrado direito à vida. O 5º. Mandamento da Lei de Deus confirma a lei natural: não matarás. A “causa” do aborto se baseia na visão antropológica materialista, ao negar ou prescindir dos valores éticos
e morais. A ONU pretende manter uma espécie de controle mundial partindo da visão puramente mercantilista da vida dos seres humanos e dos povos. O desenvolvimento dos países emergentes constitui uma ameaça aos governos dos países ricos. É isso que está em jogo: menos comensais para maiores benesses dos países ricos.

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Dom Aldo Pagotto
Arcebispo Metropolitano da Paraíba

Fonte:
http://www.domluizbergonzini.com.br/2012/03/despenalizacao-do-aborto-dom-aldo.html

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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