Cuidado com os falsos profetas

Vivemos uma
era super confusa, principalmente na área religiosa. Muitas religiões e Novos
Movimentos Religiosos buscam poder político, econômico e social. Por essa
ambição terrena causa discórdia na família e na sociedade. O resultado é o
escândalo, corrupção e crimes.

Milhões e
milhões de pessoas envolvidas com seitas estão oprimidas, deprimidas,
escravizadas e com lares divididos e outros destruídos.

A nossa
mais importante missão na face da terra é amar o bom Deus e expressar esse amor
anunciando o Santo Evangelho de Jesus Cristo para libertar todo escravizado por
qualquer que seja a prisão. E a pior prisão é a do falso sistema religioso. O
cárcere é mental, devido a lavagem cerebral.

O medo, o
erro e a ignorância fazem parte da cadeia mental. Pelo condicionamento
doutrinário e pela falta de conhecimento dos adeptos, a escravidão é bem
segura. A manipulação é forte eficaz e progressiva.

Os fatores
que levam a pessoa a ser presa fácil dos líderes sectários:

1. O Contexto
Cultural: ideologia da pobreza. Ser pobre é a garantia do Paraíso.
Analfabetismo, assistencialismo, paternalismo e escravagismo.

2. A busca para solução dos problemas da
vida: curas, milagres, exorcismo, felicidade, casamento e prosperidade.

3. Fuga do
medo: medo da morte, do demônio, do inferno e do feitiço. O medo busca
falsamento proteção nos amuletos; daí a dominação pela superstição. Medo e
superstição andam juntos para o abismo.

4. Falta de
uma consciência crítica: ignorância da realidade social, político, econômica e
religiosa.

5.
Barganhar com Deus: negociar as coisas sagradas pagando dízimos, ofertas e fazendo
sacrifícios para obter graças, bênçãos e vida eterna. A teologia da
prosperidade legítima essa negociata. Essa é a prática nefasta das seitas
neopentecostais.

INTELIGÊNCIA DOS LÍDERES

“O herege é
ovelha na lã raposa nas entranhas e lobo nas obras”.

São Bernardo de Claraval (1090-1153)

Abade e Doutor da
Igreja

O grande
Bispo e Doutor da Igreja Santo Agostinho de Hipona (354-430) nos esclarece com
categoria que os líderes heréticos são dotados de uma inteligência
extraordinária: “Não penses que as heresias são fruto de mentes obtusas. É
necessário uma mente brilhante para conceber e gerar uma heresia. Quanto maior
o brilho da mente, maiores as suas aberrações.”

Escreve o ilustre
professor e escritor Dr. Felipe Aquino: “A história das heresias na vida da
Igreja confirma o quanto Santo Agostinho tem razão. Os hereges sempre foram
“brilhantes” ao defender os seus erros, e por isso lograram grande êxito muitas
vezes” (1).

O Doutor
Angélico Santo Tomás de Aquino (1225-1274), comentando a passagem de Evangelho
de São João sobre o Bom Pastor diz a respeito do mercenário que foge diante do
lobo: “fugit non mutando loco, sed subtrahendo solatium, refugiens scilicet
gregis solicitudinem”, isto é, “foge, não mudando de lugar, mas retirando o
auxílio e recusando sua solicitude ao rebanho.” Entenda-se, não mudando
necessariamente de lugar, embora a fuga e simples seja igualmente uma atitude
de mercenário, na maioria dos casos.

E o que é lobo?
O lobo, diz Santo Tomás, no mesmo comentário, pode-se interpretar de três
maneiras: o demônio, o herege e o tirano.

Logo, ficar
do lado do lobo, negar auxílio e solicitude em defender o rebanho, consiste em
ficar do lado de um desses três ou dos três ao mesmo tempo.

Nosso
Senhor resistiu a esses três inimigos do rebanho, enfrentando o demônio no
deserto e no Calvário; os fariseus, nas disputas doutrinais, afirmando e
provando a sua divindade; e o tirano, no caso de Pôncio Pilatos, que preferiu o
seu bem próprio a salvar Jesus Cristo das mãos das autoridades de sua época. O
tirano, com efeito, é aquele que governa procurando não o bem de seus súditos,
mas o seu interesse pessoal.

Os lobos
(At 20, 29, os cães (Fl 3,2; Ap 22,15), falsos profetas (Mt 24,11), falsos
apóstolos (2Cor 11,13-15), falsos doutores (2 Pd 2,1), sedutores malignos (2 Jo
vv. 7-11) estrelas errantes e homens da luxúria (Judas vv 12-16), estes são
pregadores, pastores e apóstolos de Satanás (2Cor 11,13-15), falsificadores da
Palavra d Deus (2 Cor 2,17), cismáticos que não tem o Espírito Santo da
comunhão (Judas v.19).

A inteligência
dos lobos-mercenários (Jo 10,13-13) é tremenda para criar empresas religiosas,
seitas, heresias e congêneres. Esses lobos são devoradores impiedosos de ovelhas
e bodes. Segundo o profeta Isaías “são pastores gulosos, incapazes de
compreender. Todos seguem o seu próprio interesse” (Is 56,11).

O Papa João
Paulo II disse na Conferência de Santo Domingo (outubro de 1992): “o Documento
final descreve com clareza e precisão essas seitas e movimento, mostrou suas
características e modos de atuar, deixou claro os interesses políticos e
econômicos envolvidos na sua expansão em todo o continente… (Conclusões do IV
CELAM, mm. 139-152)”.

 FALSOS PREGADORES

Disse
Jesus: “atenção para que ninguém vos engane” (Mt 24,4).

Tinha Jesus
morrido havia poucos anos quando começaram a manifestar-se os sinais do
primeiro vaticínio. Os falsos profetas, os falsos cristos, os falsos apóstolos
pularam na Judéia como as serpentes saem das tocas ao chegar a canícula. Antes
de Pôncio Pilatos partir para o exílio, surgiu na Samaria um impostor que
prometia descobrir os vasos sagrados do Tabernáculo, enterrados por Moisés no
Monte Garizim. Os Samaritanos acreditavam que uma tal exumação seria o prelúdio
da vinda do Messias, e um numeroso bando armado se reuniu, ameaçador, nesse
monte,até ser disperso pelas espadas romanas.

Sob Cuspio
Fado, o procurador que governou de 44
a 66, apareceu um certo Teuda que se dizia uma grande
personagem e prometia grandes prodígios. Quatrocentos homens o seguiram, mas
por fim foi preso e decapitado e foram exterminados os que tinham acreditado
nele. Depois dele, surgiu um hebreu do Egito, que conseguiu reunir quatro mil
desesperados e acampou no Monte das Oliveiras, anunciando que a um sinal dele
cairiam os muros de Jerusalém. O procurador Félix atacou-o e obrigou-o a fugir
para o deserto.

Entretanto,
na Samaria, criava nome o famigerado Simão Mago, que fascinava as gentes com
prodígios e feitiços, fazendo-se passar pela “Virtude de Deus”, e a quem todos
davam ouvidos.

Vendo os
milagres de Pedro, quis tornar-se cristão por imaginar que o Evangelho não
passava de um dos muitos mistérios orientais e que bastaria iniciar-se nele
para logo adquirir novos poderes. Repelido por Pedro, Simão tornou-se o pai das
heresias. Acreditava que de deus procede a Ennoia encarnara-se em Helena de
Tiro, uma cortezã que o seguia por toda a parte; e ter fé nele e em Helena era
condição necessária pára a salvação. Com ele aprenderam Cerinto, o primeiro,
contra o qual João escreveu o seu Evangelho, e Menandro, que se gabava de ser o
salvador do mundo. Um outro, Elksai, confundia o velho e o novo pacto, falava
de múltiplas encarnações além da de Cristo e perdia-se com os seus discípulos
no estudo da magia e da astrologia. Hegesipo conta que um certo Tebutis, invejoso
de Simeão, primeiro bispo de Jerusalém, formou uma seita que reconhecia em
Jesus o Messias mas que em tudo o mais permanecia fiel ao antigo judaísmo.
Paulo, nas epístolas a Timóteo, previne os “santos” contra Himeneu, Fileto e
Alexandre “obreiros fraudulentos disfarçados de apóstolos de Cristo”, que
torciam a verdade e espalhavam a má semente das heresias nas primeiras igrejas.
Um certo Dositeu atrubuía-se o nome de Cristo; um certo Nicolau dava origem,
com os seus erros, à seita dos Nicolaítas, condenados por João no Apocalipse; e
os Zeladores fomentavam constantes tumultos, asseverando que os Romanos e todos
os Pagãos deviam ser expulsos para que Deus voltasse de novo a triunfar com o
seu povo (2).

CONCLUSÃO

Para livrar
as pessoas do império do falso sistema religioso, os verdadeiros cristãos
deveriam ocupar mais espaço social, meios de comunicação, praticar obras de
caridade, viver e pregar toda verdade do Reino de Deus.

Nenhuma
ideologia escravocrata, seja ela de qualquer sistema, não suporta o poder da
verdade libertadora da Boa Nova de Jesus de Nazaré.

Quem busca
com sinceridade a verdade para salvação de sua alma, encontra com a razão –
estudos; com fé – oração e com a iluminação do Espírito Santo. Este é quem
revela toda verdade da Santíssima Trindade ao coração sedento de amor, paz e
justiça. Toda verdade revelada para vida com Deus, está em Cristo e na Sua Igreja:
UNA, SANTA, CATÓLICA E APOSTÓLICA.

Pe. Inácio
José do Vale

Professor
de História da Igreja

Especialista
em Ciência Social
da Religião

E-mail: pe.inaciojose.osbm@hotmail.com

 

Nota:

(1) Aquino,
Felipe Rinaldo Queiroz. Falsas Doutrinas – seitas e religiões, 7ª edição.
Lorena: Cléofas, 2006, p.12.

(2) Papini,
Giovanni. História de Cristo, 6ª edição. Lisboa: Livros do Brasil, 1929, pp.209
e 210.

 

 

 

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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