Carlo Caffarra
Arcebispo de Bologna. Doutor em direito canônico e em letras clássicas (Franciscan University, Ohio). Laureado em teologia moral. Foi professor de teologia moral fundamental, matrimonial e bioética visiting professor na Universidade de Navarra, na Universidade Católica do Chile e na Franciscan University de Ohio. Numerosas publicações.
[Resumo]
A expressão “paternidade responsável” relaciona-se a uma conduta que tenha refletido, avaliado e mostrado as dimensões morais. Sugere a ideia de que essa conduta seja uma das mais claras expressões da liberdade do agente moral e da natureza relacional do homem, do significado procriativo e unitivo da sua sexualidade. A procriação responsável torna eticamente bom o ato de estabelecer as condições para a concepção da pessoa. A decisão de procriar deve levar em consideração a realidade concreta dos cônjuges, especialmente a da mulhe1; as condições necessárias para educar os filhos, a sociedade e a Igreja (ética da decisão).
A execução é uma segunda dimensão ética da procriação responsável. Na contracepção, exprime e realiza uma vontade anti-procriadora (impede a concepção e é sempre objetivamente ilícita), completamente diferente (do ponto de vista ético) da vontade não procriadora, que, quando existem razões suficientes, pode ser licitamente realizada mediante métodos naturais. Além disso, a verdadeira procriação responsável constitui uma pedagogia da virtude, porque permanece, de qualquer forma, o risco de que os métodos naturais sejam realizados no contexto de uma mentalidade contraceptiva.
(Direitos sexuais e reprodutivos; Fertilidade e continência; Maternidade e feminismo; Mentalidade contraceptiva; Saúde reprodutiva).
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Leia o texto integral, entre outros, em Lexicon: termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas, Pontifício Conselho para a Família, Edições CNBB.