Conselho Pontifício para a Família: Manipulação da Linguagem

Warwick Neville

Doutor em Teologia (Angelicum de Roma). Estudou na Universidades de Sidney, na Dominican House of Studiens de Wahington.

[Resumo]

Nas discussões sobre o respeito à vida, sobre a família, o matrimônio, a questão da linguagem deve constituir-se objeto de um exame especial. Dois níveis de dificuldade devem ser levados em consideração. Em primeiro lugar, é necessário perceber que, a partir do nominalismo, o significado das palavras pôde variar muito, dependendo das determinações voluntárias daqueles que definem seu conteúdo.
Um exemplo entre outros: a definição de aborto pode variar segundo as conveniências do legislador: Por exemplo, numa nova falsa “definição” diz-se que o aborto consiste na expulsão voluntária do embrião implantado. Devemos, portanto, voltar para uma concepção da linguagem que se incline diante das realidades que não são constituídas pelo homem, mas que, ao contrário, lhe são impostas, e diante de fatos enunciados justamente na linguagem. Se o matrimônio é uma realidade natural, não pode ser reduzido a um contrato perpetuamente sujeito aos riscos de mudanças da vontade. Mas as dificuldades ligadas à linguagem a propósito do matrimônio e da família colocam-se também a nível teológico.
Para revelar-se aos homens, Deus utilizou a linguagem dos homens, uma linguagem que exprime a experiência humana, para que, à sua luz, se alcance a fé; algo do mistério divino. Deus se revela como Pai e nós temos a experiência daquilo que é a paternidade humana, mas a paternidade divina é ainda infinitamente mais rica do que a paternidade humana. Já que a linguagem se tornou uma arma de combate contra a família e contra a vida, é essencial deter-se sobre ela e ver como ela pode ser novamente evangelizada.

(Comitês de bioética; Escolha livre [“free choice”]; Manipulação verbal; Princípio e argumento do mal menor; Qual bioética?).

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Leia o texto integral, entre outros, em Lexicon: termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas,  Pontifício Conselho para a Família, Edições CNBB.

 

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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