Gérard-François Dumont
Professor, economista e geógrafo. Professor da Universidade La Sorbonne de Paris. Membro de seção do Conselho Econômico e Social da França. Autor de mais de vinte livros e duzentos e cinquenta publicações.
[Resumo]
A unidade de tempo em demografia é de cerca de trinta anos, o tempo de uma geração. Os fenômenos demográficos verificam-se lentamente e por isso tardam a ser percebidos e compreendidos pela opinião pública. A expressão “implosão demográfica” deve ser, assim, manejada com cuidado, porque, embora seja verdade que na Europa existe uma diminuição da proporção dos jovens, esta diminuição produzirá seus efeitos muito lentamente: o envelhecimento da população a diminuição do crescimento natural. A análise da implosão permite distinguir dois fenômenos que frequentemente são confundidos. De um lado, a proporção de pessoas idosas aumenta porque aumenta a expectativa de vida no nascimento e diminui a mortalidade. Este “gerontocrescimento ” é, portanto, o efeito de melhores condições de vida e, em particular, de uma medicina melhor. Por outro lado, a queda da fecundidade implica um envelhecimento na base, que se reflete na ausência de reposição da população.
É necessário, assim, atentar para a distinção de dois tipos de envelhecimento: o que existe no vértice, que reflete os múltiplos benefícios do progresso para os homens e as mulheres, e o envelhecimento na base, que reflete um desafeto em relação à vida. A gravidade da situação demográfica européia é óbvia. A pirâmide da população inverteu-se. Esta é expressão da implosão demográfica, de um “inverno demográfico” que ameaça a própria existência da sociedade. Este fato começa a ser conhecido pela opinião pública e, em particular, pelos jovens.
(Controle dos nascimentos e implosão demográfica; Demografia, transição demográfica e política demográfica; Economia doméstica; Família e desenvolvimento sustentável; família e princípios de subsidiariedade; Novo modelo de “Welfare State”).
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Leia o texto integral, entre outros, em Lexicon: termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas, Pontifício Conselho para a Família, Edições CNBB.