Conselho Pontifício para a Família: Família e Personalismo

Fernando Moreno Valencia

Doutor em ciências políticas e sociais (Universidade de Lovaina). Professor titular da Pontifícia Universidade do Chile e docente da Universidade do Chile. Membro da Academia Chilena de Ciências Políticas, Sociais e Morais. Sócio da Pontifícia Academia de Santo Tomás de Aquino de Roma. Diversas publicações.   

[Resumo]

A noção de “pessoa” humana, herdada da antigüidade grega (e em particular de Aristóteles), evoluiu com a prática do direito e da filosofia estóica (Cícero, Marco Aurélio) na antigüidade romana e assumiu toda a sua amplitude no pensamento cristão (Boécio, Santo Tomás de Aquino). Em foro cristão, convergem as noções aristotélicas do homem como “animal racional” e o dado bíblico que revela a criação do homem à “imagem de Deus” (Gn 1,26-27). É a partir deste conceito de pessoa enquanto ser encarnado que se compreende a natureza de “animal social “, já que é dentro da sociedade que a pessoa encontra as condições próprias e necessárias para a sua vida e para o seu desenvolvimento. Nesta perspectiva personalista existe um risco que fez com que alguns caíssem sob a influência do marxismo, das teorias psicanalíticas, do feminismo radical e de outras mais. Todavia, a sabedoria milenar mais significativa, de Aristóteles a Confúcio, sublinhou sempre que a sociedade política (polis ou império) existiu somente a partir da família, porque a família era anterior à sociedade e mais necessária do que ela (Ética a Nicômaco, VII, 12 [7). Exatamente por ser o espaço próprio da verdade e do amor benevolente é que a família permite à pessoa humana abrir-se, através de atos autênticos, afim de “tornar-se mais” (Karol Wojtyla). Por outro lado, assim como a pessoa humana não se realiza por si mesma, sozinha, sem o auxílio de outros, do mesmo modo a família não se realiza sozinha, mas em relação com as outras e em comunicação e diálogo com a sua “causa primeira” que é Deus. Se este laço entre a família e seu Criador se debilita, ela torna-se frágil e perde sua capacidade de formadora da pessoa.

(Família ampliada; Família e filosofia; Família e princípio de subsidiariedade; Família monoparental; Família, natureza e pessoa; Família reconstruída; Família tradicional; Novos modelos de família).

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Leia o texto integral, entre outros, em Lexicon: termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas,  Pontifício Conselho para a Família, Edições CNBB.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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