Há um provérbio que diz: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso”.
Na adolescência o mundo começa a se abrir para a criança. Os pais precisam compreender e ajudar os filhos nesta idade com especial carinho e atenção. Eles já foram adolescentes e devem recordar essa fase da vida. Na adolescência, tanto para o menino como para a menina, há mudanças fisiológicas consideráveis provocadas pelos hormônios do desenvolvimento da idade. De uma hora para outra eles dão uma espichada no corpo e também no psiquismo. É a fase também em que descobrem o mundo, os amigos, as saídas de casa, as aventuras etc. É a fase da contestação.
O adolescente é como um pintinho que faz força para sair da casca do ovo; ele esperneia, quer se afirmar como “alguém”. “Não sou mais criança”. Algumas vezes ele mostra alguma agressividade, rebeldia e quase sempre “é do contra”; tudo isto é da idade, e os pais têm que ter sabedoria e paciência para educá-los sem perder a calma. Isto não quer dizer abrir mão dos conceitos do certo e do errado, mas não perder a via do diálogo, sem o que nada será possível. E o mais importante e a amizade e o exemplo.
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Meu filho está namorando. O que fazer?
Pais: esforcem-se para atualizar-se na realidade do adolescente: suas músicas, o computador, os jogos, as gírias, a moda etc. Não fique para trás; acompanhe-os para ter condições de orientar sem sufocar. Há algo de bom neste comportamento, às vezes excêntrico, que tanto irrita os adultos. É a fase em que o jovem busca a “liberdade” e a “independência”. Daí a importância de que os jovens já tenham recebido dos pais o real sentido e formação sobre a disciplina, liberdade e independência, amor, fé, namoro, o uso de bebidas ou drogas, da homossexualidade, e outros assuntos delicados, para que não caminhem por vias tortas. O leão é domado mais com uma pedra de açúcar na boca do que com o chicote.
Precisamos ser sábios o suficiente para saber aproveitar toda esta energia acumulada na adolescência. Sem ventos e correntes o barco não pode navegar, mas o marujo precisa saber aproveitá-los para que a viagem seja boa. Saiba dirigir a potência dos seus filhos para atividades que eles gostam e que lhes fazem bem. Saibam dosar com inteligência e prudência as reprimendas, castigos e recompensas, tudo muito bem regado com diálogo e boa explicação de tudo. Saiba ser paciente e nunca deixe de dar outra oportunidade para que o jovem possa se redimir do seu erro. E saiba elogiar.
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Por que os filhos devem obedecer seus pais?
O bom castigo e a boa correção não podem faltar quando a falha é grave; eles no fundo querem ser educados, e sabem que isto acontece porque são amados por seus pais. Crianças sem correção chegam a conclusão que não são amadas pelos pais, que não se interessam por elas. Mas a correção não pode ser violenta e muito menos humilhante. Às vezes o adolescente irrita os pais e “os tira do sério”, mas é preciso estar predisposto a não perder a calma. O furacão passa. Não dê importância demais às palavras deles, pois, muitas vezes estão extravasando os seus sentimentos mais secretos. Lembro-me de um amigo que chegou às lágrimas quando leu no diário de sua filha o seguinte: “aquele [um palavrão] do meu pai não me deixou ir ao show”. Ela já tinha obtido a permissão da mãe, mas o pai não a autorizou. Meu amigo quase morreu de desgosto; eu o fiz ver que a expressão da filha, embora grave, não podia ser motivo de uma crise; tudo devia ser resolvido com uma boa conversa. Pai e mãe precisam conversar antes de autorizar ou não algum pedido deles. Nunca um deles deve autorizar algo complicado sem antes ter falado com o outro. Isto evita que um seja jogado contra o outro.
Conquiste seu filho adolescente, não com o que você dá a ele, mas com o que você é para ele; tenha tempo para ele. Então, poderá educa-lo como deseja e poderá falar para ele dos perigos da vida que os espera e o caminho certo a seguir.
Prof. Felipe Aquino