CNBB: Mensagem para o dia do trabalhador

BRASÍLIA, domingo, 1º de maio de 2011 (ZENIT.org) – Apresentamos a mensagem para o dia do trabalhador, divulgada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) neste domingo.

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Neste 1º de maio, dia do trabalho, celebra-se também em Roma, um grande acontecimento: a beatificação do papa João Paulo II.  Ele acompanhou de perto as grandes mudanças culturais, políticas e econômicas ocorridas no final do milênio, fazendo-se ele próprio um dos protagonistas dessas mudanças.

Neste dia do trabalhador e da trabalhadora, a CNBB, fazendo-se solidária com a classe trabalhadora brasileira, quer manifestar suas preocupações com o que vem acontecendo hoje no mundo do trabalho, consciente de que se trata de amplo debate político sobre as opções econômicos às quais o trabalho está sendo submetido.

A desregulamentação social que vem se impondo às relações trabalhistas, está atingindo de cheio a vida da classe trabalhadora. Muitas conquistas seguidamente são desrespeitadas pelo poder publico e pelas corporações econômicas nacionais e internacionas.

O sagrado direito do trabalhador ao descanso semanal ficou seriamente comprometido. Acentua-se o ritmo acelerado de execução das grandes obras de infraestrutura, com contratos coletivos de trabalho, que acabam esgotando rapidamente a capacidade do trabalhador e sua resistência física. Basta lembrar, recentemente, os problemas acontecidos nas obras das represas de Jirau e Santo Antonio, no Rio Madeira, em Porto Velho, Rondônia.

Continua a exploração do trabalho, sob formas novas e de diversas maneiras. Ainda persistem em nosso país situações de trabalho escravo, inclusive, utilizando-se de crianças e adolescentes, que o poder público procura combater com severidade.

Doutro lado, multiplicam-se milhares de iniciativas de trabalho em mutirões, visando o bem comum, em múltiplas formas de economia solidária, onde o fruto do trabalho é um bem coletivo. O trabalho humano permanece sendo um meio indispensável de sobrevivência e lugar de desenvolvimento das capacidades das pessoas, e que as habilita para o desenvolvimento da sociedade.

Essas desafiantes realidades no mundo do trabalho nos obrigam a prosseguirmos na luta pelo trabalho livre, digno, remunerado com justiça e que respeite a pessoa do trabalhador e o meio ambiente. É necessário provocar uma mobilização nacional que envolva desde as comunidades eclesiais, os movimentos sociais, os sindicatos, os órgãos de administração pública, municipal, estadual e federal, para lançar mão de todos os recursos humanos e materiais, a fim de acelerar o processo de ampliação de oportunidade de trabalho digno para todos.

O Beato João Paulo II, que tanto amou a classe trabalhadora, continue a interceder, lá no céu, pelo bem de toda a humanidade e nos ensine sempre a reconhecer no trabalho humano a realidade mais importante, fundamental e decisiva da vida em sociedade.

Brasília, 1º de maio de 2011

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário-Geral da CNBB

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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