Discurso aos
participantes na Assembleia geral do Centro católico internacional para a
UNESCO
‘Enfrentai
os grandes desafios culturais do nosso tempo com respostas que sejam dignas da
pessoa humana’
Sua
Santidade João Paulo II recebeu em audiência, no dia 10 de Maio, os
participantes na Assembleia geral do Centro católico internacional para a
UNESCO. Durante o encontro com estas ilustres personalidades, realizado na Sala
Clementina do Palácio Apostólico no Vaticano, o Santo Padre dirigiu a todos, as
seguintes palavras:
Senhor Cardeal
Senhor Presidente
Queridos amigos do Centro católico internacional para a UNESCO
1. Sinto-me feliz em receber-vos esta manhã, exprimir-vos o meu reconhecimento
e garantir-vos a minha confiança por ocasião da vossa trigésima Assembeia
geral, que tem por tema “O diálogo intercultural e inter-religioso:
uma oportunidade para a humanidade”. Agradeço ao Presidente, Senhor
Bernard Lacan, as suas palavras gentis. Saúdo os membros do Centro católico, de
modo particular o Senhor Gilles Deliance, o seu Director, exprimindo a todos a
minha gratidão pela actividade que desempenhais ao serviço da cultura. Sinto-me
feliz por se encontrar aqui convosco o Observador Permanente da Santa Sé junto
da UNESCO, D. Renzo Frana, e agradeço-lhe o trabalho que realizou durante os
longos anos passados junto desta Organização das Nações Unidas. Recorda-se neste ano o cinquentenário da nomeação do primeiro Observador
permanente da Santa Sé junto da UNESCO, na pessoa de D. Roncalli, o
bem-aventurado Papa João XXIII. Desde então, a Santa Sé segue com atenção as
actividades da UNESCO nos âmbitos fundamentais da educação, das ciências
humanas, da comunicação e da informação, sendo todos eles aspectos da cultura,
“realidade fundamental que nos une e que está na base do estabelecimento e
das finalidades da UNESCO” (Discurso à UNESCO, Paris, 2 de Junho de 1980,
n. 8).
2. O vosso centro facilita o trabalho e a cooperação das Organizações
internacionais católicas que participam nas grandes actividades da UNESCO relacionadas
com a educação e a formação. Encorajo-vos, na vossa missão específica, a
difundir, através das vossas iniciativas e publicações, o saber e a capacidade
específicos, oferecendo aos nossos contemporâneos a possibilidade de enfrentar
os grandes desafios culturais do nosso tempo contribuindo com respostas dignas
da pessoa humana. Os grandes âmbitos da educação e da cultura, da comunicação e da ciência,
requerem uma dimensão ética fundamental. Para lhe dar respostas apropriadas, é
oportuno adquirir um justo conhecimento científico, fazer uma reflexão
aprofundada e propor o esclarecimento do humanismo cristão e dos valores morais
universais. A família deve ser objecto de uma atenção particular, pois a ela
compete, em primeiro lugar, a missão educativa dos jovens.
3. Encorajo-vos a prosseguir ininterruptamente o vosso trabalho, para que se realize
um diálogo fecundo entre a mensagem de Cristo e as culturas. Estou-vos grato
pelo serviço que prestais na formação de peritos católicos, ocupando-vos em prepará-los
com seriedade e enraizá-los na fé, tornando-os aptos para darem ao mundo um
testemunho credível, alimentado pela Palavra de Deus e pelos ensinamentos da
Igreja. Seria desejável que as vossas investigações de temas científicos,
culturais e educativos, realizados à luz do Evangelho, pudessem ser postos à
disposição dos católicos empenhados nestes campos, de maneira sistemática e
acessível, de acordo com as possibilidades oferecidas pelos meios modernos. Escolhestes Roma para realizar as vossas reuniões, manifestando a vossa afeição
ao Sucessor de Pedro e à Santa Sé.
Sensibilizado por este gesto, agradeço-vos a missão da
Igreja que vós garantis de maneira generosa e atenta na UNESCO, ao
serviço de todos os homens.
Concedo de bom grado a cada um de
vós, assim como a todas as pessoas
que vos são queridas, a Bênção apostólica.
Fonte: Jornal L’Osservatore Romano, 18 de Maio de 2002.