Carta Apostólica Salvifici Doloris: O Sentido do Sofrimento Humano (Parte 4)

VI. O Evangelho do Sofrimento
25. As testemunhas da Cruz e da Ressurreição de Cristo transmitiram à Igreja e à humanidade um Evangelho específico do sofrimento. O próprio Redentor escreveu este Evangelho; em primeiro lugar, com o seu sofrimento assumido por amor, a fim de que o homem « não pereça, mas tenha a vida eterna ».(80) Este sofrimento, juntamente com a palavra viva do seu ensino, tornou-se uma fonte abundante para aqueles que participaram nos sofrimentos de Jesus na primeira geração dos seus discípulos e confessores. E é consolador – como é também evangélica e historicamente exato – notar que ao lado de Cristo, em primeiríssimo lugar e bem em evidência junto dele, se encontra sempre a sua Mãe santíssima, porque com toda a sua vida ela dá um testemunho exemplar deste particular Evangelho do sofrimento. Em Maria, os sofrimentos, numerosos e intensos, sucederam-se com tal conexão e encadeamento, que bem demonstram a sua fé inabalável; e foram, além disso, uma contribuição para a Redenção de todos. Na realidade, desde o colóquio misterioso que teve com o anjo, Ela entrevê na sua missão de mãe a  «destinação » de compartilhar, de maneira única e irrepetível, a mesma missão do seu Filho. E teve bem depressa a confirmação disso, quer nos acontecimentos que acompanharam o nascimento de Jesus em Belém, quer no anúncio explícito de velho Simeão, que lhe falou de uma espada bem afiada que haveria de trespassar-lhe a alma, quer, ainda, na ansiedade e nas privações da fuga precipitada para o Egito, motivada pela decisão cruel de Herodes. E mais ainda: depois das vicissitudes da vida oculta e pública do seu Filho, por ela certamente partilhadas com viva sensibilidade, foi no Calvário que o sofrimento de Maria Santíssima, conjunto ao de Jesus, atingiu um ponto culminante dificilmente imaginável na sua sublimidade para o entendimento humano; mas, misterioso, por certo sobrenaturalmente fecundo para os fins da salvação universal. A sua subida ao Calvário e aquele seu «estar» aos pés da Cruz com o discípulo amado foram uma participação muito especial na morte redentora do Filho, assim como as palavras que ela pôde escutar dos lábios de Jesus foram como que a entrega solene deste Evangelho particular, destinado a ser anunciado a toda a comunidade dos fiéis.
Testemunha da paixão pela sua presença, nela participante com a sua compaixão, Maria Santíssima ofereceu uma contribuição singular ao Evangelho do sofrimento, realizando antecipadamente aquilo que afirmaria São Paulo com as palavras citadas no início desta reflexão. Sim, Ela tem títulos especialíssimos para poder afirmar que «completa na sua carne – como igualmente no seu coração – aquilo que falta aos sofrimentos de Cristo». À luz do inacessível exemplo de Cristo que se reflete com uma evidência singular na vida da sua Mãe, o Evangelho do sofrimento, através da experiência e da palavra dos Apóstolos, torna-se fonte inexaurível para as gerações sempre novas, que se sucedem na história da Igreja. O Evangelho do sofrimento significa não apenas a presença do sofrimento no Evangelho, como um dos temas da Boa Nova, mas também a revelação da força salvífica e do significado salvífico do sofrimento na missão messiânica de Cristo e, em seguida, na missão e na vocação da Igreja. Cristo não escondia aos seus ouvintes a necessidade do sofrimento. Pelo contrário, dizia-lhes muito claramente: «Se alguém quer vir após mim… tome a sua cruz todos os dias»; (81) e aos seus discípulos punha algumas exigências de ordem moral, cuja realização só é possível se cada um se «renega a si mesmo». (82) O caminho que conduz ao reino dos céus é «estreito e apertado»; e Cristo contrapõe-no ao caminho «largo e espaçoso» que, porém, «leva à perdição». (83) Diversas vezes Cristo disse também que os seus discípulos e confessores haveriam de encontrar muitas perseguições; o que – como se sabe – aconteceu, não só nos primeiros séculos da vida da Igreja, nos tempos do império romano, mas não cessou de se verificar também em diversos outros períodos da história e em diversos lugares da terra, mesmo nos nossos dias. Eis aqui algumas frases de Cristo sobre este tema: «Deitar-vos-ão as mãos e perseguir-vos-ão, entregando-vos às sinagogas, e metendo-vos nos cárceres, arrastando-vos à presença de reis e de governadores, por causa do meu nome; isso proporcionar-vos-á ocasião para dardes testemunho de mim. Gravai, pois, no vosso coração que não deveis preparar a vossa defesa, porque eu vos darei língua e sabedoria tais a que não poderão contrastar nem contradizer os vossos adversários. Sereis traídos até pelos vossos pais, pelos irmãos, pelos parentes e amigos, e causarão a morte a alguns de vós. Sereis odiados por todos por causa do meu nome; mas nem um só cabelo da vossa cabeça se perderá. Pela vossa constância ganhareis as vossas almas». (84) O Evangelho do sofrimento fala em diversos pontos, primariamente, do sofrimento «por Cristo», «por causa de Cristo»; e isto é expresso com as próprias palavras de Jesus, ou então com as palavras dos seus Apóstolos. O Mestre não esconde aos seus discípulos e àqueles que o seguirão a perspectiva de um tal sofrimento; pelo contrário, apresenta-lha com toda a franqueza, indicando-lhes ao mesmo tempo as forças sobrenaturais que os acompanharão no meio das perseguições e tribulações sofridas « pelo seu nome ». Estas serão, ao mesmo tempo, como que um meio especial de verificar a semelhança a Cristo e a união com ele. «Se o mundo vos odeia, ficai sabendo que, primeiro do que a vós, me odiou a mim…; mas porque não sois do mundo – ao contrário, eu vos separei do meio do mundo – por isso é que o mundo vos odeia… O servo não é maior que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos hão-de perseguir a vós… Mas farão tudo isso contra vós por causa do meu nome, porque não conhecem Aquele que me enviou». (85) «Disse-vos isto para que tenhais paz em mim: no mundo tereis que sofrer. Mas tende confiança! Eu venci o mundo». (86) Este primeiro capítulo do Evangelho do sofrimento, que fala das perseguições, isto é, das tribulações por causa de Cristo, contém em si um chamamento especial à coragem e à fortaleza, apoiado pela eloquência da Ressurreição. Cristo venceu definitivamente o mundo com a sua ressurreição; todavia, porque a sua ressurreição está ligada à sua paixão e morte, ele venceu este mundo, ao mesmo tempo, com o seu sofrimento. Sim, o sofrimento foi inserido de um modo singular naquela vitória sobre o mundo que se manifestou na ressurreição. Cristo conserva no seu corpo ressuscitado os sinais das feridas causadas pelo suplício da Cruz: nas suas mãos, nos seus pés e no seu lado. Pela ressurreição, ele manifesta a força vitoriosa do sofrimento; e quer incutir a convicção desta força no coração daqueles que escolheu como seus Apóstolos e daqueles que ele continua a escolher e a enviar. O Apóstolo Paulo dirá:
«Todos aqueles que querem viver piedosamente em Jesus Cristo serão perseguidos».(87)

26. Se é verdade que o primeiro grande capítulo do Evangelho do sofrimento vai sendo escrito ao longo das gerações, por aqueles que sofrem perseguições por Cristo, também é verdade que a « paripassu » com ele um outro grande capítulo deste Evangelho do sofrimento se vai desenrolando ao longo da história. Escrevem-no todos aqueles que sofrem com Cristo, unindo os próprios sofrimentos humanos ao seu sofrimento salvífico. Neles se realiza aquilo que as primeiras testemunhas da Paixão e da Ressurreição disseram e escreveram acerca da participação nos sofrimentos de Cristo. Neles se realiza, por conseguinte, o Evangelho do sofrimento; e, ao mesmo tempo, cada um deles continua, de certo modo, a escrevê-lo: escreve-o e proclama-o ao mundo, anuncia-o no próprio ambiente e aos homens seus contemporâneos. No decorrer dos séculos e das gerações, tem-se comprovado que no sofrimento se esconde uma força particular que aproxima interiormente o homem de Cristo, uma graça particular. A esta ficaram a dever a sua profunda conversão muitos Santos como, por exemplo, São Francisco de Assis, Santo Inácio de Loyola etc. O fruto de semelhante conversão é não apenas o fato de que o homem descobre o sentido salvífico do sofrimento, mas sobretudo que no sofrimento ele se torna um homem totalmente novo. Encontra como que uma maneira nova para avaliar toda a sua vida e a própria vocação. Esta descoberta constitui uma confirmação particular da grandeza espiritual que no homem supera o corpo de um modo totalmente incomparável. Quando este corpo está gravemente doente, ou mesmo completamente inutilizado, e o homem se sente como que incapaz de viver e agir, é então que se põem mais em evidência a sua maturidade interior e grandeza espiritual; e estas constituem uma lição comovedora para as pessoas sãs e normais. Esta maturidade interior e grandeza espiritual no sofrimento são fruto, certamente, de uma particular conversão e cooperação com a graça do Redentor crucificado. É Ele próprio a agir, no mais vivo do sofrimento humano, por meio do seu Espírito de Verdade, do Espírito Consolador.

É Ele que transforma, em certo sentido, a própria substância da vida espiritual, indicando à pessoa que está a sofrer um lugar perto de si. É Ele – como Mestre e Guia interior – que ensina ao irmão e à irmã que sofrem esta admirável permuta, que se situa no coração do mistério da Redenção. O sofrimento é, em si mesmo, experimentar o mal; mas Cristo fez dele a base mais sólida do bem definitivo, ou seja, do bem da salvação eterna. Com o seu sofrimento na Cruz, Cristo atingiu as próprias raízes do mal: as raízes do pecado e da morte. Ele venceu o autor do mal, que é Satanás com a sua permanente rebelião contra o Criador. Perante o irmão ou a irmã que sofrem, Cristo abre e descobre gradualmente os horizontes do reino de Deus: os horizontes de um mundo convertido ao Criador, de um mundo liberto do pecado, que se vai edificando, alicerçado no poder salvífico do amor. E, lenta mas eficazmente, Cristo introduz neste mundo, neste reino do Pai, o homem que sofre, através, em certo sentido, do coração do seu sofrimento. De fato, o sofrimento não pode ser transformado e mudado por uma graça que aja do exterior, mas sim por uma graça interior. Cristo, mediante o seu próprio sofrimento salvífico encontra-se bem dentro de cada sofrimento humano, e pode assim atuar a partir do interior do mesmo, pelo poder do seu Espírito de Verdade, do seu Espírito Consolador. E não é tudo: o divino Redentor quer penetrar no ânimo de todas a pessoas que sofrem, através do coração da sua Mãe Santíssima, primícia e vértice de todos os redimidos.

Como que a prolongar aquela maternidade, que por obra do Espírito Santo lhe havia dado a vida, Cristo ao morrer conferiu à sempre Virgem Maria uma nova maternidade – espiritual e universal – em relação a todos os homens, a fim de que cada um deles, na peregrinação da fé, à semelhança e junto com Maria, lhe permanecesse intimamente unido até à Cruz; e assim, todo o sofrimento, regenerado pela virtude da Cruz, de fraqueza do homem se tornasse poder de Deus. Entretanto, este processo interior não se realiza sempre da mesma maneira. Ele inicia-se e estabiliza-se, não raro, com dificuldade. O próprio ponto de partida já é diverso, pois é com disposições diferentes que o homem encara o estado de sofrimento. Pode-se todavia admitir que as pessoas quase sempre entram no sofrimento com uma queixa tipicamente humana e com a pergunta sobre o seu « porquê ». Interrogam-se sobre o sentido do sofrimento e procuram uma resposta à pergunta no seu plano humano. Por certo, fazem muitas vezes esta pergunta também a Deus, e fazem-na igualmente a Cristo. Além disso, não podem deixar de se aperceber de que Aquele a quem fazem a sua pergunta também Ele sofre e quer responder-lhes da Cruz, do meio do seu próprio sofrimento. Contudo, por vezes é necessário tempo, muito tempo mesmo, para que esta resposta comece a ser percebida interiormente. Cristo, de fato, não responde diretamente e não responde de modo abstracto a esta pergunta humana sobre o sentido do sofrimento.

O homem percebe a sua resposta salvífica à medida que se vai tornando ele próprio participante dos sofrimentos de Cristo. A resposta que lhe chega mediante essa participação, ao longo da caminhada de encontro interior com o Mestre, é, por sua vez, algo mais do que a simples resposta abstrata à pergunta sobre o sentido do sofrimento. Tal resposta é, sobretudo, um apelo. É uma vocação. Cristo não explica abstratamente as razões do sofrimento; mas, antes de mais nada, diz: «Segue-me!». Vem! Participa com o teu sofrimento nesta obra da salvação do mundo, que se realiza por meio do meu próprio sofrimento! Por meio da minha Cruz. A medida que o homem toma a sua cruz, unindo-se espiritualmente à Cruz de Cristo, vai-se-lhe manifestando mais o sentido salvífico do sofrimento. O homem não descobre este sentido ao seu nível humano, mas ao nível do sofrimento de Cristo. Ao mesmo tempo, porém, deste plano em que Cristo se situa, este sentido salvífico do sofrimento desce ao nível do homem, e torna-se, de algum modo, a sua resposta pessoal. E é então que o homem encontra no seu sofrimento a paz interior e mesmo a alegria espiritual.

27. Desta alegria fala o Apóstolo na Carta aos Colossenses: « Alegro-me nos sofrimentos suportados por vossa causa…». (88) Torna-se fonte de alegria o superar o sentimento da inutilidade do sofrimento, sensação que, por vezes, está profundamente arreigada no sofrimento humano; e isto, não só desgasta o homem por dentro, mas parece fazer dele um peso para os outros. O homem sente-se condenado a receber ajuda e assistência da parte dos outros e, ao mesmo tempo, considera-se a si mesmo inútil. A descoberta do sentido salvífico do sofrimento em união com Cristo transforma esta sensação deprimente. A fé na participação nos sofrimentos de Cristo traz consigo a certeza interior de que o homem que sofre «completa o que falta aos sofrimentos do mesmo Cristo», e de que, na dimensão espiritual da obra da Redenção, serve, como Cristo, para a salvação dos seus irmãos e irmãs. Portanto, no só é útil aos outros, mas presta-lhes ainda um serviço insubstituível. No Corpo de Cristo, que cresce sem cessar a partir da Cruz do Redentor, precisamente o sofrimento, impregnado do espírito de Cristo, é o mediador insubstituível e autor dos bens indispensáveis para a salvação do mundo. Mais do que qualquer outra coisa, o sofrimento é aquilo que abre caminho à graça que transforma as almas humanas. Mais do que qualquer outra coisa, é ele que torna presentes na história da humanidade as forças da Redenção. Naquela luta « cósmica » que se trava entre as forças espirituais do bem e as do mal, de que fala a Carta aos Efésios, (89) os sofrimentos humanos, unidos ao sofrimento redentor de Cristo, constituem um apoio particular às forças do bem, abrindo caminho à vitória destas forças salvíficas.

E por isso a Igreja vê em todos os irmãos e irmãs de Cristo que sofrem como que um sujeito multíplice da sua força sobrenatural. Quantas vezes os pastores da Igreja recorrem precisamente a eles e procuram concretamente neles ajuda e apoio! O Evangelho do sofrimento vai sendo escrito, sem cessar, e fala constantemente com as palavras deste estranho paradoxo: as fontes da força divina jorram exatamente do seio da fraqueza humana. Aqueles que participam nos sofrimentos de Cristo conservam nos sofrimentos próprios uma especialíssima parcela do infinito tesouro da Redenção do mundo, e podem partilhar este tesouro com os outros. Quanto mais o homem se vê ameaçado pelo pecado, quanto mais se apresentam pesadas as estruturas do pecado que comporta o mundo de hoje, maior é a eloquência que o sofrimento humano encerra em si mesmo e tanto mais a Igreja sente a necessidade de recorrer ao valor dos sofrimentos humanos para a salvação do mundo.

VII. O Bom samaritano
28. A parábola do Bom Samaritano pertence também – e de modo orgânico – ao Evangelho do sofrimento. Nesta parábola Cristo quis dar uma resposta à pergunta «quem é o meu próximo?».(90) De fato, dos três que passavam pela estrada de Jerusalém a Jericó, à beira da qual jazia por terra, meio morto, um homem roubado e ferido pelos ladrões, foi exatamente o Samaritano quem demonstrou ser na verdade «próximo» daquele infeliz: «próximo» significa também aquele que cumpriu o mandamento do amor ao próximo. Outros dois homens seguiam o mesmo caminho; um era sacerdote e o outro levita; mas ambos «o viram e passaram adiante». O Samaritano, ao contrário, «tendo-o visto, encheu-se de compaixão. Aproximou-se, pensou-lhe as feridas», e depois «levou-o para uma estalagem e prestou-lhe assistência». (91) E, ao ir-se embora, confiou aos cuidados do hospedeiro o homem que estava a sofrer, comprometendo-se a pagar-lhe o que fosse preciso.

A parábola do Bom Samaritano pertence ao Evangelho do sofrimento. Ela indica, de fato, qual deva ser a relação de cada um de nós para com o próximo que sofre. Não nos é permitido «passar adiante», com indiferença; mas devemos «parar» junto dele. Bom Samaritano é todo o homem que se detém junto ao sofrimento de um outro homem, seja qual for o sofrimento. Parar, neste caso, não significa curiosidade, mas disponibilidade. Esta é como que o abrir-se de uma disposição interior do coração, que também tem a sua expressão emotiva. Bom Samaritano é todo o homem sensível ao sofrimento de outrem, o homem que « se comove » diante da desgraça do próximo.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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