Carta aos sacerdotes

Carta do Prefeito da Congregação para o Clero, Mons Mauro Piacenza

Cidade do Vaticano, quarta-feira, 25 de abril de 2012 (ZENIT.org) – Oferecemos o texto completo da carta dirigida aos sacerdotes pelo cardeal Mauro Piacenza, prefeito da Congregação para o Clero e pelo secretário do dicastério, monsenhor Celso Morga Iruzubieta, arcebispo titular de Alba Marítima.


Caros Sacerdotes,

Na próxima solenidade do Sagrado Coração de Jesus (que será no dia 15 de junho de 2012) celebraremos, como de costume, a ” Jornada Mundial de Oração pela Santificação do Clero”.

A expressão da Escritura, «esta é a vontade de Deus: a vossa santificação !» (1Ts 4,3), mesmo que dirigida a todos os cristãos, refere -se de modo particular a nós, sacerdotes, que respondemos não apenas ao convite de “santificar -nos”, mas também àquele de nos tornarmos “ministros da santificação” para os nossos irmãos.

Em nosso caso, esta “vontade de Deus”, por assim dizer, redobrou -se, multiplicou-se ao infinito, e isto de tal modo que podemos e devemos obedecê -la em cada ação ministerial que levamos a cabo.

Este é o nosso magnífico destino: não podemos santificar-nos sem trabalhar pela santificação dos nossos irmãos, e não podemos trabalhar pela santificação dos nossos irmãos sem que primeiro tenhamos trabalhado e ainda trabalhemos em nossa própria santificação.

Introduzindo a Igreja no novo milênio, o Beato João Paulo II nos recordava a normalidade deste “ideal de perfeição”, que deve ser oferecido desde o início a todos: «Perguntar a um catecúmeno: “Queres receber o Batismo?” significa ao mesmo tempo perguntar-lhe: “Queres fazer-te santo?”» (Beato JOÃO PAULO II, Carta Apostólica Novo millennio ineunte, 6 de janeiro de 2001, n. 31.)

Certamente, no dia da nossa Ordenação Sacerdotal, esta mesma pergunta batismal ressoou novamente em nosso coração, solicitando ainda a nossa resposta pessoal; mas esta nos foi feita, também, para que soubéssemos transmiti -la aos nossos fiéis, conservando-lhe a beleza e a preciosidade.

Esta persuasão não é desmentida pela consciência das nossas pessoais inadimplências, e muito menos pelas culpas daqueles que, em certas ocasiões, humilharam o sacerdócio aos olhos do mundo.

Com a distância de dez anos – considerando os ulteriores agravamentos das notícias difundidas – devemos fazer ressoar ainda em nosso coração, com maior força e urgência, as palavras que João Paulo II nos dirigiu na Quinta -feira Santa do ano de 2002:

«Neste momento nós, sacerdotes, temos sido pessoal e profundamente perturbados pelos pecados de alguns irmãos nossos que atraiçoaram a graça recebida na Ordenação, chegando a ceder às piores manifestações do mysterium iniquitatis que atua no mundo. Originaram-se assim escândalos graves, com a consequência duma pesada sombra de suspeita lançada sobre os restantes sacerdotes benfazejos, que

desempenham o seu ministério com honestidade, coerência e até caridade heróica. Enquanto a Igreja manifesta a sua solicitude pelas vítimas e procura dar resposta, segundo verdade e justiça, a cada penosa situação, todos nós – cientes da fraqueza humana, mas confiando na força sanante da graça divina – somos chamados a abraçar o “mysterium Crucis” e empenhar-nos ainda mais na busca da santidade. Devemos rezar a Deus para que, na sua providência, suscite nos corações um generoso ressurgimento daqueles ideais de total doação a Cristo que estão na base do ministério sacerdotal» (IDEM, Carta aos sacerdotes por ocasião da Quinta -feira Santa de 2002)

Como ministros da misericórdia de Deus, nós sabemos, por isso, que a busca da santidade pode recomeçar sempre através do arrependimento e do perdão. Todavia, sentimos também a necessidade de pedi -lo individualmente, como sacerdotes, em nome de todos os sacerdotes e por todos os sacerdotes (CONGREGAÇÃO PARA O CLERO, O sacerdote ministro da Misericórdia Divina. Subsídio para os Confessores e

Diretores espirituais, 9 de março de 2011, 14-18; 74-76; 110-116 (sacerdote como penitente e discípulo espiritual).

A nossa confiança é ulteriormente reforçada pelo convite que a própria Igreja nos dirige de ultrapassarmos novamente a Porta fidei, acompanhando todos os nossos fiéis.

Sabemos que este é o título da Carta Apostólica com a qual o Santo Padre Bento XVI convocou o Ano da Fé, que iniciará proximamente, em 12 de outubro de 2012.

Uma reflexão sobre as circunstâncias deste convite pode nos ajudar.

Este se coloca no cinquentésimo aniversário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II (11 de outubro de 1962) e no vigésimo aniversário da publicação do Catecismo da Igreja Católica (11 de outubro de 1992). Além disso, para o mês de outubro de 2012, foi convocada a Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos sobre o tema da Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã.

Nos será pedido, então, de trabalhar profundamente sobre cada um destes “capítulos”:

– sobre o Concílio Vaticano II, para que seja novamente acolhido como «grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX »: «uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa», «uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja» (S.S. BENTO XVI, Carta Apostólica sob a forma de Motu Proprio Porta fidei, 11 de outubro de 2011, n. 5.);

– sobre o Catecismo da Igreja Católica , para que seja verdadeiramente acolhido e utilizado como «norma segura para o ensino da fé e, por isso, instrumento válido e legítimo ao serviço da comunhão eclesial» (Ibidem, n. 11.);

– sobre a preparação do próximo Sínodo dos bispos, para que seja verdadeiramente « uma ocasião propícia para introduzir o complexo eclesial inteiro num tempo de particular reflexão e redescoberta da fé» (Ibidem, n. 5.)

Por ora, como introdução de todo este trabalho, podemos meditar brevemente sobre esta indicação do Pontífice, para a qual tudo converge:

«É o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28, 19). Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé» (Ibidem, n. 7.)

“Todos os homens de todas as gerações “, “todos os povos da terra”, “nova evangelização”: diante deste horizonte tão universal, sobretudo nós sacerdotes devemos perguntar-nos como e onde estas afirmações podem coligar -se e ter consistência.

Podemos, então, começar recordando como o Catecismo da Igreja Católica se abre já com um abraço universal, reconhecendo que «o homem é “capaz” de Deus» (Primeira Seção. Capítulo I.); mas o faz escolhendo – como sua primeira citação – este texto do Concílio Ecumênico Vaticano II:

«A razão mais sublime (“eximia ratio”) da dignidade humana consiste na sua vocação à comunhão com Deus. Desde o começo da sua existência, o homem é convidado a dialogar com Deus: pois se existe, é só porque, criado por Deus por amor (“ex amore”), é por Ele, e por amor (“ex amore”), constantemente conservado: nem pode viver plenamente segundo a verdade, se não reconhecer livremente esse amor e

não se entregar ao seu Criador (“hanc intimam ac vitalem coniunctionem cum Deo”)»( CONCÍLIO VATICANO II, Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo atual Gaudium et Spes, 7 de dezembro de 1965, n. 19 e Catecismo da Igreja Católica, n. 27.)

Como esquecer que, com o texto que acabamos de citar – propriamente mediante a riqueza das formulações escolhidas – os Padres conciliares tinham a intenção de dirigir-se diretamente aos ateus, afirmando a imensa dignidade da vocação da qual eles se tinham afastado já enquanto seres humanos? E o faziam com as mesmas palavras que servem para descrever a experiência cristã, no nível máximo

de sua intensidade mística!

Também a Carta Apostólica Porta Fidei começa afirmando que esta «introduz na vida de comunhão com Deus», o que significa que esta nos permite imergir -nos diretamente no mistério central da fé que devemos professar: « Professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – equivale a crer num só Deus que é Amor »( S.S. BENTO XVI, Carta Apostólica sob a forma de Motu Proprio Porta fidei, n. 1.).

Tudo isso deve ressoar particularmente em nosso coração e na nossa inteligência, para tornar-nos conscientes de qual seja atualmente o drama mais grave dos nossos tempos.

As nações já cristianizadas não são mais tentadas a cair num genérico ateísmo (como no passado), mas correm o risco de serem vítimas daquele particular ateísmo que consiste em esquecer a beleza e o calor da Revelação Trinitária.

Hoje, são sobretudo os sacerdotes que, em sua adoração quotidiana e em seu quotidiano ministério, devem reconduzir tudo à Comunhão Trinitária: somente a partir desta e imergindo-se nessa os fiéis podem descobrir realmente a Face do Filho de Deus e a sua contemporaneidade, e podem verdadeiramente atingir o coração de cada homem e a pátria à qual todos são chamados. E, apenas assim, nós sacerdotes podemos oferecer novamente aos homens de hoje a dignidade de ser pessoa, o sentido das relações humanas e da vida social, e o objetivo de toda a criação.

“Crer em um só Deus que é Amor”: nenhuma nova evangelização será realmente possível se nós cristãos não estivermos em condições de impactar e comover novamente o mundo com o anúncio da Natureza de Amor do Nosso Deus, nas Três Pessoas Divinas, que a exprimem e que nos envolvem em sua própria vida.

O mundo de hoje, com as suas lacerações sempre mais dolorosas e preocupantes, precisa do Deus-Trindade, e anunciá-lo é tarefa da Igreja.

A Igreja, para poder executar esta tarefa, deve permanecer indissoluvelmente abraçada a Cristo e não deixar-se nunca separar dele: necessita de Santos que morem “no coração de Jesus” e sejam testemunhas felizes do Amor Trinitário de Deus.

E os Sacerdotes, para servirem a Igreja e o Mundo, precisam ser Santos!

Vaticano, 26 de março de 2012

Solenidade da Anunciação da B.V.M.

Mauro Card. Piacenza

Prefeito

Celso Morga Iruzubieta

Arcebispo titular de Alba Marittima

Secretário



Leituras e Textos

para eventuais aprofundamentos ou celebrações

Leituras Bíblicas

Do Evangelho de São João, 15,14-17

Do Evangelho de São Lucas, 22,14-27

Do Evangelho de São João, 20,19-23

Da Carta aos Hebreus, 5,1-10

Leituras Patrísticas

SÃO JOÃO CRISÓSTOMO, O sacerdócio, III, 4-5; 6.

ORÍGENES, Homilias sobre o Levítico, 7,5.

Leituras do Magistério

Gaudium et Spes, n. 19 e Catecismo da Igreja Católica, n. 27.

JOÃO PAULO II, Carta aos sacerdotes por ocasião da Quinta -feira Santa, 2001.

BENTO XVI, Homilia da Quinta-feira Santa, 13 de abril de 2006.

Leituras dos Escritos dos Santos

SÃO GREGÓRIO MAGNO, Diálogos, 4,59.

SANTA CATARINA DE SENA, Diálogo da Providência Divina, cap. 116; cfr. Sl 104,15.

SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS, Ms A 56r; LT 108; LT 122; LT 101; Pr n. 8.

BEATO CHARLES DE FOUCAULD, Escritos Espirituais, pp. 69-70.

SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ (EDITH STEIN), WS, 23.
Oração pela Santa Igreja e pelos Sacerdotes


Ó meu Jesus, Vos peço por toda a Igreja,


concedei-lhe o amor e a luz do Vosso Espírito,


dai vigor às palavras dos sacerdotes,


de tal modo que os corações endurecidos

se enterneçam e retornem a Vós, Senhor.


Ó, Senhor, dai-nos santos sacerdotes;


Vós mesmo, conservai-lhes na santidade.


Ó Divino e Sumo Sacerdote,


que a potência da vossa misericórdia


lhes acompanhe em todos os lugares


e lhes defenda das insídias e dos laços do diabo,


pois ele tenta continuamente as almas dos sacerdotes.


Ó Senhor, que a potência da Vossa misericórdia


quebre e aniquile tudo aquilo


que possa obscurecer a santidade dos sacerdotes,


porque Vós podeis todas as coisas.


Meu Jesus amantíssimo,


Vos peço pelo trinfo da Vossa Igreja,


para que abençoes o Santo Padre e todo o clero;


para obter a graça da conversão


dos pecadores obstinados no pecado;


por uma especial bênção e luz,


Vos peço, Jesus, pelos sacerdotes


com os quais me confessarei durante toda a minha vida.



(Santa Faustina Kowalska)


Exame de Consciência para o Sacerdotes


1. « Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela
verdade » (Jo 17,19) Proponho-me seriamente à santidade em meu
ministério? Estou convencido de que a fecundidade do meu ministério
sacerdotal vem de Deus e que, com a graça do Espírito Santo, devo
identificar -me com Cristo e dar a minha vida pela salvação do mundo?


2. « Isto é o meu Corpo » (Mt. 26,26) O Santo Sacrifício da Missa é o
centro da minha vida interior? Preparo -me bem, celebro devotamente e,
depois, me recolho em ação de graças? A Missa constitui o ponto de
referência habitual em minha jornada para louvar a Deus, agradecê -lo
pelos seus benefícios, recorrer à sua benevolência e reparar pelos meus
pecados e pelos de todos os homens?


3. « O zelo pela tua casa me devora » (Jo. 2,17) Celebro a Missa segundo
os ritos e as normas estabelecidas, com autêntica motivação, com os
livros litúrgicos aprovados? Estou atento às sagradas e spécies
conservadas no Sacrário, renovando -as periodicamente? Conservo os vasos
sagrados com atenção? Uso dignamente todas as vestes sagradas previstas
pela Igreja, tendo presente que atuo in persona Christi Capitis?


4. « Permanecei em meu amor » (Jo. 15,9) Causa-me alegria permanecer
diante de Jesus Cristo presente no Santíssimo Sacramento, em minha
meditação e silenciosa adoração? Sou fiel à visita diária ao Santíssimo
Sacramento? O meu tesouro é o Sacrário?


5. « Explica-nos a parábola » (Mt. 13,36) Faço diariamente a minha
meditação, com atenção e procurando superar qualquer tipo de distração
que me separe de Deus, buscando a luz do Senhor, a quem sirvo? Medito
assiduamente a Sagrada Escritura? Recito atentamente as minhas orações
habituais?


6. É necessário « orar sempre, sem desfalecer » (Lc. 18,1) Celebro
quotidianamente a Liturgia das Horas integralmente, dignamente,
atentamente e devotamente? Sou fiel ao meu compromisso com Cristo nesta
dimensão importante do meu ministério, orando em nome de toda a Igreja?


7. « Vem e segue-me » (Mt. 19,21) Nosso Senhor Jesus Cristo é o
verdadeiro amor da minha vida? Observo com alegria meu compromisso de
amor a Deus na continência celibatária? Detive -me conscientemente em
pensamentos, desejos ou atos impuros; tive conversas inconvenientes?
Coloquei -me em ocasião próxima de pecado contra a castidade? Procuro
guardar a vista? Fui imprudente ao tratar as diversas categorias de
pessoas? A minha vida representa, para os fiéis, um testemunho do fato
de que a pureza é poss ível, fecunda e alegre?


8. « Quem tu és? » (Jo. 1,20) Encontro elementos de fraqueza, preguiça e
fragilidade em minha conduta habitual? As minhas conversas estão de
acordo com o sentido humano e sobrenatural que um sacerdote deve ter?
Estou atento para que não se introduzam em minha vida elementos
superficiais ou frívolos? Sou coerente, em todas as minhas ações, com a
minha condição de sacerdote?


9. « O Filho do homem não há onde repousar a cabeça » (Mt. 8,20) Amo a
pobreza cristã? Coloco meu coração em D eus e sou desapegado
interiormente de todo o resto? Estou disposto a renunciar, para melhor
servir a Deus, às minhas comodidades atuais, aos meus projetos pessoais,
aos meus afetos legítimos? Possuo coisas supérfluas, fiz gastos
desnecessários ou me deixo levar pela ânsia do comodismo? Faço o
possível para viver os momentos de repouso e de férias na presença de
Deus, recordando que sou sacerdote sempre e em todo lugar, também nestes
momentos?


10. « Escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revel aste
aos pequenos » (Mt. 11,25) Existem em minha vida pecados de soberba:
dificuldades interiores, suscetibilidade, irritação, resistência a
perdoar, tendência ao desencorajamento, etc.? Peço a Deus a virtude da
humildade?


11. « Imediatamente, saiu sangue e água » (Jo. 19, 34) Tenho a convicção
de que, ao agir « na pessoa de Cristo », sou diretamente envolvido no
próprio Corpo de Cristo, a Igreja? Posso dizer sinceramente que amo a
Igreja e que sirvo com alegria ao seu crescimento, as suas causas, cada
um de seus membros e toda a humanidade?


12. « Tu és Pedro » (Mt. 16,18) Nihil sine episcopo – nada sem o bispo –
dizia Santo Inácio de Antioquia: estas palavras são a base do meu
ministério sacerdotal? Recebi docilmente as indicações, conselhos ou
correções do meu Ordinário? Rezo especialmente pelo Santo Padre, em
plena união com os seus ensinamentos e intenções?


13. « Amai-vos uns aos outros » (Jo. 13,34) Tenho vivido com diligência a
caridade ao tratar com os meus irmãos sacerdotes ou, ao contrário,
desinteresso-me deles por egoísmo, apatia ou frieza? Tenho criticado os
meus irmãos no sacerdócio? Tenho estado junto daqueles que sofrem pela
enfermidade física ou pelas dores morais? Vivo a fraternidade afim de
que ninguém esteja só? Trato todos os meus irm ãos sacerdotes e também
aos fiéis leigos com a mesma caridade e paciência de Cristo?


14. « Eu sou o caminho, a verdade e a vida » (Jo. 14,6) Conheço
profundamente os ensinamentos da Igreja? Os assimilo e transmito
fielmente? Sou consciente de que ensinar o que não corresponde ao
Magistério, solene ou ordinário, é um grave abuso, que causa dano às
almas?


15. « Vai e não tornes a pecar » (Jo. 8,11) O anúncio da Palavra de Deus
leva os fiéis aos sacramentos. Confesso -me com regularidade e com
freqüência, de acordo com o meu estado e com as coisas santas que trato?
Celebro generosamente o sacramento da reconciliação? Sou amplamente
disponível à direção espiritual dos fiéis, dedicando a isto um tempo
específico? Preparo com desvelo a minha pregação e a minha ca tequese?
Prego com zelo e com amor de Deus?


16. « Chamou os que ele quis. E foram a ele » (Mc. 3,13) Estou atento a
descobrir os sinais das vocações ao sacerdócio e à vida consagrada?
Preocupo -me em difundir entre todos os fiéis uma maior consciência da c
hamada universal à santidade? Peço aos fiéis para que rezem pelas
vocações e pela santificação do clero?


17. « O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir » (Mt.
20,28) Tenho procurado doar-me aos outros na vida de cada dia, servindo
evang elicamente? Manifesto a caridade do Senhor através de minhas
obras? Na Cruz, vejo a presença de Jesus Cristo e o triunfo do amor? Dou
ao meu dia-a-dia a marca do espírito de serviço? Considero o exercício
da autoridade ligada ao ofício uma forma imprescindível de serviço?


18. « Tenho sede » (Jo. 19,28) Tenho efetivamente rezado e me
sacrificado com generosidade pelas almas que Deus me confiou? Cumpro os
meus deveres pastorais? Tenho solicitude pelas almas dos fiéis defuntos?


19. « Eis o teu filho. Eis a tua mãe » (Jo. 19,26-27) Acudo cheio de
esperança à Santíssima Virgem Maria, Mãe dos sacerdotes, para amar e
fazer com que amem mais ao seu Filho Jesus? Cultivo a piedade mariana?
Reservo um espaço a cada dia para o Santo Rosário? Recorro à sua materna
inte rcessão na luta contra o demônio, a concupiscência e o mundanismo?


20. « Pai, em vossas mãos entrego o meu espírito » (Lc. 23,44) Sou
solícito em assistir e administrar os sacramentos aos moribundos?
Considero a doutrina da Igreja sobre os Novíssimos em minha meditação
pessoal, na catequese e na pregação ordinária? Peço a graça da
perseverança final e convido os fiéis a fazerem o mesmo? Sufrago
freqüente e devotamente as almas dos fiéis defuntos?

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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