Cardeal brasileiro: Agora é momento para recuperar o país

f00016751gO site ACI Digital noticiou ontem, 12 de maio, que com a aprovação da abertura do processo de impeachment contra a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, na quinta-feira pelo Senado federal, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, considerou que agora é um momento para “recuperar o país”.

A abertura do processo de impeachment foi aprovada por 55 votos a favor e 22 contra no Senado brasileiro, após uma sessão que teve início na quarta-feira, adentrou a madrugada e teve cerca de 21 horas de duração.

“Creio que depois de 20 horas de debate no Senado federal, este resultado fala um pouco daquilo que é a condição brasileira”, declarou o Arcebispo do Rio em entrevista à Rádio Vaticano.

Na manhã desta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff foi notificada da decisão e afastada do cargo por até 180 dias, período para o seu julgamento no Senado. Também hoje o vice-presidente Michel Temer assumiu a presidência do país.

Se ao fim do julgamento, Dilma sofra o impeachment, ela será afastada permanentemente e ficará inelegível para qualquer cargo público durante oito anos. Caso contrário, reassume a presidência do país.

O Cardeal declarou que no atual contexto, é preciso “rezar pelo Brasil, tanto pelo governo de Dilma – que agora está impedida – como também pelo novo governo que assume, para que tenha a luz necessária para conduzir o país”.

“É preciso acreditar neste país, nas nossas instituições e, ao mesmo tempo, como bem lembrava o presidente do Senado, se descobriu tantas necessidades de melhorias, tanto no nosso sistema republicano, presidencialista, como também da própria Constituição, porque muitas dúvidas pairaram neste tempo, sobre esta questão”, expressou o Cardeal.

Para Dom Orani, “cabe agora olhar para frente, ver como se pode recuperar o país, levá-lo para frente pelo bem de nosso povo”.

Ele ressaltou ainda que todo este processo “é algo muito traumático para o país”, portanto, não se trata de um “momento para festejarmos muito”.

“A alternância de poder, a mudança de poder é salutar para o país, ao mesmo tempo é muito importante que as pessoas saibam também ser razoáveis nas suas posições, sem guerras nem violência, mas sim ajudando, através da oposição, a governar bem, a fiscalizar para o bem do nosso país”, acrescentou.

Na semana passada, Dom Orani Tempesta participou da Audiência Geral com o Papa Francisco, no Vaticano, quando teve a oportunidade de falar com o Pontífice sobre a situação do Brasil. Segundo ele, o Santo Padre está ciente do que está acontecendo e reza pelo país.

Sobre a posição da Igreja no Brasil, o Purpurado declarou à Rádio Vaticano que esta “tem confiança nos poderes da República e está confiante que as autoridades vão realizar o seu trabalho de uma forma responsável; da mesma forma, reza pelas pessoas, pedindo-lhes estar juntos, unidos neste momento”.

Nesta quarta-feira, ao final da Audiência Geral, o Papa Francisco dirigiu uma saudação especial aos peregrinos brasileiros e pediu a Deus que “derrame abundantemente os dons do Espírito Santo para que, nesses momentos de dificuldade, o país caminhe pelas sendas da harmonia e da paz com a ajuda da oração e do diálogo”.

Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/cardeal-brasileiro-agora-e-momento-para-recuperar-o-pais-87193/

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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