Bispos devem emitir juízo moral em matéria de política, reitera o Papa Bento XVI

Defender
a vida e a família, e anunciar nos meios a verdade, exortou o Pontífice.

 VATICANO,
29 Nov. 10 / 05:06 pm (ACI).- Ao receber esta manhã a um grupo de Bispos das Filipinas ao
final de sua visita “ad limina”, o Papa Bento XVI reiterou,
como disse no último 28 de outubro a um grupo de prelados da CNBB, que os
bispos têm o dever de “emitir um juízo moral também sobre coisas que
afetam a ordem política, quando o exigirem os direitos humanos fundamentais da
pessoa ou a salvação das almas”.

Em seu discurso em inglês, o Santo Padre explicou que “a Igreja sempre deve tratar
de encontrar sua voz própria, porque é a proclamação o que faz que o Evangelho
dê frutos que mudem a vida.
Graças à clara apresentação do Evangelho da verdade sobre Deus e o homem,
gerações de filipinos, religiosos e leigos, promoveram uma ordem social cada
vez mais justa”.

Às vezes, continuou o Papa, “essa missão de proclamação corresponde também
a questões pertinentes à esfera política. Não é motivo de surpresa, já que a
comunidade política e a Igreja, embora justamente separadas, estão ao serviço
do desenvolvimento integral de cada ser humano e da sociedade em seu
conjunto”.

“Ao mesmo tempo, o dever profético da Igreja requer que seja livre para
pregar a fé, ensinar sua doutrina social e emitir um juízo moral também sobre
coisas que afetam a ordem política, quando o exigirem os direitos humanos
fundamentais da pessoa ou a salvação das almas”, acrescentou.

Para esta tarefa, o Papa pediu à “Igreja em Filipinas que busque
desempenhar seu papel em favor da vida humana da concepção até a morte natural,
e em defesa da integridade do matrimônio e da família“.

“Nestes âmbitos promovem verdades sobre a pessoa humana e a sociedade que
se derivam não só da revelação divina, mas também da lei natural, uma ordem que
é acessível à razão humana e portanto proporciona uma base para o diálogo e
para o discernimento mais profundo por parte de todas as pessoas de boa
vontade. Do mesmo modo, avaliação o trabalho da Igreja para abolir a pena de
morte em seu país”.

Uma área específica onde a Igreja sempre deve encontrar sua voz própria “é
a da comunicação social e os meios de informação. É importante que os leigos
católicos peritos nas comunicações sociais ocupem o lugar que lhes corresponde
para propor a mensagem cristã de uma maneira convincente e atrativa. Se o
Evangelho de Cristo quer ser levedura da sociedade filipina, toda a comunidade
católica deve prestar atenção à força da verdade proclamada com amor”.

O Papa Bento XVI
exortou os bispos filipinos a “proclamar a palavra de Deus que dá
vida”, ressaltando a tarefa da Igreja em “seu compromisso com as
preocupações econômicas e sociais, em particular com respeito aos mais pobres e
fracos da sociedade”.

Embora seja “alentador ver que este compromisso deu seus frutos, graças à
participação ativa das instituições católicas de caridade de todo o país”,
no entanto “muitos cidadãos ainda seguem sem emprego, e sem a educação ou
os serviços básicos adequados”, disse o Santo Padre.

Finalmente o Papa elogiou os esforços dos bispos das Filipinas, sublinhando
deste modo seu “compromisso permanente na luta contra a corrupção,
conscientes de que o crescimento de uma economia justa e sustentável só será
obtido quando houver uma aplicação clara e coerente do Estado de Direito em
todo o país”.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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