O autor do
livro revela sua experiência de entrevistador do Papa
ROMA,
terça-feira, 23 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – O autor do livro “Luz do mundo”,
Peter Seewald, está visivelmente decepcionado pelo fato de que a recepção do
livro tenha se reduzido a artigos sobre o preservativo, quando ele pretende
falar do “futuro do planeta”, como indica no subtítulo: “O Papa,
a Igreja e os sinais dos tempos”.
Durante a
apresentação no Vaticano, hoje, o jornalista e escritor bávaro respondeu às
perguntas dos jornalistas, em alemão, e deplorou diante deles a “crise do
jornalismo”, como demonstra a acolhida oferecida à sua obra.
“Nosso
livro – afirma – evoca a sobrevivência do planeta que está ameaçado, o Papa
lança um apelo à humanidade, nosso mundo está no transe do colapso e a metade
dos jornalistas só se interessa pela questão do preservativo.”
Seewald
insiste em que o Papa busca “a humanização da sexualidade” e
apresenta a questão de fundo: “A sexualidade tem algo a ver com o
amor?”. Trata-se da “responsabilidade da sexualidade”.
Para o
escritor, o excesso de concentração no tema do preservativo é
“ridículo”, enquanto se esquece da questão de transformar o mundo,
que é a proposta do Papa, pois “não podemos continuar assim”, como
insiste o livro.
Peter
Seewald reconhece que o Papa apresentou um amplo “panorama”, em seis
horas de entrevista realizadas em junho passado, em Castel Gandolfo, a
residência de verão dos pontífices.
Sublinha
que o importante é descobrir o que verdadeiramente o Papa “faz” e
“diz”: este é o “presente” deste livro, que permite
“ouvir sua voz”, a forma como “interpreta” seu pontificado,
“viver” com ele de maneira muito pessoal.
O Papa se
coloca na categoria dos papas “pequenos”, frente aos
“grandes” papas, como João Paulo II. No entanto, Seewald, quem
descobriu a fé católica que havia perdido na juventude precisamente nos
diálogos com o cardeal Joseph Ratzinger nos anos 90, não hesita em falar dele como
um “gigante”, por seu pensamento, sua “autenticidade” e sua
capacidade de diálogo.
Reconhece
que trabalhou sem a “censura” do Papa, quem o deixou escrever e só
apontou algumas “precisões”.
O
jornalista admira no Papa seus “amplos horizontes” de intelectual
“brilhante” e sua “força espiritual”, assim como sua
“simplicidade”.
Em
definitiva, permite descobrir um Ratzinger que não tem nada a ver com o que com
frequência se diz dele: nem o “Panzer Kardinal” de ontem, nem o
“Panzer Papst” de hoje, mas um Bento XVI que emana luz.
(Anita S.
Bourdin)