Autoridade vaticana explica a nova via para a beatificação: Ofertar a vida

Segundo o ACI Digital (05/01/2018), o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, explicou em que consiste a nova via para a beatificação estabelecida pelo Papa Francisco, ofertar a vida.

No dia 11 de julho de 2017, o Vaticano publicou o motu proprio do Papa Francisco intitulado “Maiorem hac dilectionem”, no qual se estabeleceu que ofertar a vida sabendo que verá a morte certa é uma nova via para proceder à beatificação de um fiel.

Em entrevista publicada na edição de 5 de janeiro do jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, o Cardeal explicou que até antes do documento de julho “os caminhos para a beatificação de um servo de Deus eram, salvo raras exceções, substancialmente dois: aquele fundado na heroicidade das virtudes e aquele fundado no martírio”.

“Agora se soma um terceiro caso, que diz respeito aos cristãos que, seguindo mais de perto as pegadas e os ensinamentos do Senhor Jesus, oferecem voluntariamente e livremente a vida pelos outros, perseverando até a morte neste propósito”, explica o Purpurado.

Em seguida, o Cardeal colocou quatro exemplos para entender melhor o tema:

1. “Aqueles que, durante uma peste, contraem a doença assistindo por caridade os doentes e sucumbem contagiados pelo mesmo mal. Mesmo não sendo martírio, porque não existe um perseguidor que odeia a fé cristã, aqui estamos diante da oferta da própria vida ‘usque ad mortem’”.

2. “Entrariam neste caso também aqueles cristãos – como bispos, párocos, missionários, médicos, educadores, militares, pais e mães de família – que se oferecem espontaneamente por um ato de caridade pessoal ou social de tal forma arriscado, que permite prever o sacrifício da vida como certo”.

“Um exemplo poderia ser representado por aquelas gestantes cristãs que, para não prejudicar a criança que trazem no ventre, refutam os cuidados necessários para a saúdes delas, iniciando assim uma morte prematura e certa”.

3. Além disso, o Prefeito indica que “heroico é também aquele gesto de um jovem, que assume livremente e por caridade cristã o lugar de um condenado à morte, pai de família com filhos pequenos”.

4. Também é um exemplo “o caso de um capelão militar que, ao invés de buscar salvar-se, continua a assistir o moribundo sob o fogo inimigo, até ser morto”.

O Cardeal Amato afirma que, como se vê nos exemplos, o casos “podem ser muitos e são analisados e documentados com extrema atenção”;

Do mesmo modo, o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos indica que “até agora não existem causas de beatificação pautadas nesta modalidade” da oferta da vida.

Ao ser questionado sobre o motivo disso, o Purpurado italiano disse: “Penso que ainda se deva assimilar bem este terceiro caminho que, mesmo claramente distinto daquele da heroicidade das virtudes e do martírio, contempla precisas modalidades de atuação”.

O motu proprio do Papa, concluiu o Cardeal, “introduz oficialmente nos procedimentos das causas de beatificação um novo modelo de santidade canonizável, o do seguimento de Cristo na imitação de seu supremo ato de amor, como recita o Evangelho de João: ‘Ninguém tem maior amor do que quem dá a vida pelos próprios amigos’”.

Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/autoridade-vaticana-explica-a-nova-via-para-a-beatificacao-ofertar-a-vida-76346/

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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