Até onde estamos dispostos a viver na Verdade?

O primeiro passo consiste em perder as ilusões sobre essa vida.
Quando não entendemos que somos homens mortais, pecadores, e que essa vida não passa apenas de um rascunho, é inevitável darmos importância a benefícios que pretendemos obter dessa vida e, consequentemente, perdemos forças para lutar pela Verdade.
Quando a Igreja nos ensina que os três grandes inimigos de nossas almas são: O Mundo, o Diabo e a Carne, precisamos entender bem o que isso significa.

Portanto, o que é a Carne?
A Carne é a tendência que o homem tem de acreditar que aquilo que o afeta, sensorialmente, é o mais importante, é a única realidade possível. Este homem toma apenas aquilo que é corporal, que é sensível, como sua realidade. Este é o primeiro engano.

O que é o Diabo?
O Diabo é a ausência de Bem. O Tentador é o acusador permanente. O diabo é aquele que induz o homem ao erro e, depois, coloca dentro da sua cabeça, não o arrependimento verdadeiro e o arrependimento que cura, mas o remorso. E remorso significa se remorder a si mesmo, se acusar a si mesmo, ficando cada vez mais angustiado e cometendo mais erros.

O que é o mundo?
O mundo é o mundo dos discursos inúteis, do falatório sem sentido, das promessas vãs…
Somente o homem, que consegue não cair nesses três engodos, está preparado para viver na Verdade, ter forças incansáveis para resistir aos sofrimentos dessa vida.
Com certeza, é preciso ser inteligente para não se deixar enganar pelo que você mesmo está fazendo e escolhendo para ter um sentido em sua vida.
Quando o homem não tem um sentido de vida; que é estar servindo algo que é infinitamente maior do ele mesmo, e que pode perder a vida por isso, e que isso não tem importância nenhuma – afinal o que vale é servir este algo infinitamente maior – sua alma cai nos erros do Mundo, da Carne e do Diabo.
Servir este algo, infinitamente maior do que nós mesmos, não pode depender de condições impostas pelo que acreditamos ser o melhor para nós. Por exemplo: Quero viver na Verdade desde que eu tenha segurança no mundo, desde que as coisas dêem certo em minha vida. Esse pensamento não adianta de nada, pois  o que devemos fazer é o nosso dever, e as coisas do mundo, que vierem  pela Graça, devemos recebê-las com muita gratidão.
Concluindo, para viver na Verdade, precisamos fazer o nosso dever de homens filhos de Deus, homens de Bem; e quando as coisas do mundo vierem para nós, de graça, devemos recebê-las. Mas se tivermos de largá-las, as deixamos. Devemos aceitar os benefícios sem temor, e nos desfazermos deles sem tristeza, nem remorsos; quando vierem damos Graças a Deus, quando forem embora damos Graças a Deus também.
Assim viver na Verdade ficará bem mais fácil e menos difícil enfrentar os obstáculos desse caminho.

? Dom Farès Maakaroun,
Arcebispo da Igreja Católica Apostólica Romana Greco-Melquita, no Brasil.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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