As parábolas são um convite à conversão que respeita a liberdade humana, afirmou Bento XVI

CASTEL GANDOLFO, 10 Jul. 11 / 02:54 pm (ACI) Diante dos fiéis que se reuniram este meio dia (hora local) em Castelgandolfo para a oração mariana do Ângelus, o Papa Bento XVI destacou sobre o Evangelho deste domingo que ao falar em parábolas, Jesus não obriga o homem a crer nas suas palavras, mas lhe faz um convite à conversão porque “o amor, de fato, respeita sempre a liberdade” humana.

Após saudar os fiéis e recordando que chegou há pouco na residência pontifícia de Castelgandolfo onde passará as suas férias, Bento XVI falou sobre o Evangelho deste Domingo, que contém “a célebre parábola do semeador”.

Segundo o Papa, a parábola “é uma página, de algum modo, “autobiográfica”, porque reflete a experiência mesma de Jesus, da sua pregação: Ele identifica-se com o semeador, que espalha a boa semente da Palavra de Deus e observa os diferentes efeitos que obtém, seguidos do tipo de acolhimento reservado ao anúncio”.

O Sumo Pontífice afirmou sobre os diferentes tipos de terrenos mencionados na parábola que “há quem escuta superficialmente a Palavra, mas não a acolhe; há quem a acolhe no momento, mas não tem a constância e perde tudo; há quem seja dominado pelas preocupações e seduções do mundo; e há quem escute de modo receptivo, como o terreno bom: aqui a Palavra produz fruto em abundância”.

“Mas esse Evangelho insiste também sobre o “método” da pregação de Jesus, isto é, de fato, sobre o uso das parábolas”, acrescentou.

Logo depois, Bento XVI recordou as perguntas dos discípulos “Por que lhes falas em parábolas?” e como Jesus “responde colocando uma distinção entre esses e a multidão: aos discípulos, isto é, àqueles que já estão decididos por Ele, Ele pode falar do Reino de Deus abertamente, ao passo que, aos outros, deve anunciá-lo em parábolas, para estimular, de fato, a decisão, a conversão do coração”.

“As parábolas, de fato, por sua natureza, requerem um esforço de interpretação, interpelam a inteligência, mas também a liberdade”, sublinhou.

Finalizando sua breve exegese do Evangelho Dominical o Papa Bento recordou as palavras de São João Crisóstomo quem dizia que “Jesus pronunciou essas palavras com o objetivo de atrair a si os seus ouvintes e exortá-los, assegurando que, se se voltassem a Ele, Ele os curaria”.

“No fundo, a verdadeira “Parábola” de Deus é Jesus mesmo, a sua Pessoa que, na forma da humanidade, esconde e ao mesmo tempo revela a divindade. Desse modo, Deus não força a crer n’Ele, mas nos atrai a Si com a verdade e a bondade do seu Filho encarnado: o amor, de fato, respeita sempre a liberdade”, completou.

Bento XVI também recordou aos presentes que “amanhã celebraremos a festa de São Bento, Abade e Patrono da Europa” e referiu-se a este santo como “mestre da escuta da Palavra de Deus, uma escuta profunda e perseverante”.

Ao concluir sua alocução Bento XVI pediu que “a Virgem Maria ajude-nos a ser, com base em seu modelo, “terra boa” onde a semente da Palavra possa produzir muito fruto”.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
Adicionar a favoritos link permanente.