As motivações mais profundas

Diariamente somos abalroados por notícias que nos tiram a segurança e o sono. Antigamente as más notícias vinham de longe. Tratava-se de assaltos, seguidos de morte, a quinhentos quilômetros de distância. Falava-se de roubos praticados nos lugares ermos das encruzilhadas. Ficávamos chocados com a ousadia dos assaltantes de bancos, mas nas grandes cidades. Hoje, no nosso bairro,  os bandidos batem em senhoras  idosas. Na rua paralela à nossa, os marginais, numa invasão de domicílio, matam uma criança porque não parava de chorar. Na frente de repartição pública os desocupados saqueiam um funcionário que fora pegar o dinheiro do salário dos trabalhadores. Tudo isso está numa escala ascendente. Piora a cada dia. Procura-se descobrir as causas de tão anômalos comportamentos.  São muitas as causas possíveis: falta de policiamento; falta de punição por parte dos poderes públicos; grandes desigualdades sociais; falta de escola. Tudo isso tem pontas de verdade.

Mas posso garantir que entre a bandidagem não há ninguém que seja participante de missa, ou que comungue regularmente; não há ninguém que faça as suas orações, adorando a Deus Criador e Pai de todos. Estou inclinado a dizer que os homens maus não tem fé, não se importam com os ensinamentos de Jesus, e não respeitam  a Igreja como entidade  para  reunir o povo santo de Deus. Podemos ter a certeza. O que convence uma pessoa, homem ou mulher, a praticar o bem, são os princípios religiosos. São as únicas que resolvem.”Todos sois filhos de Deus, mediante a fé em Cristo”  (Gal 3, 26). Isso nos leva a uma certeza profunda de sermos pessoa importante. Também nos leva a respeitar o semelhante, porque este também é filho de Deus. Sim, a escola ajuda a formar; a segurança pública inibe os maus comportamentos; maior igualdade econômica pode trazer sentimentos de paz. Mas nada iguala a afirmação da fé: “Não sabeis que sois templos de Deus, e que o Espírito habita em vós? (1 Cor 3, 16). Esse pensamento, desenvolvido na graça divina, tem uma potência de revolução social. Ou o homem adota os profundos princípios religiosos, ou as potências do mal tomam conta das pessoas e da sociedade.

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Dom Aloísio Roque Oppermann scj

Arcebispo de Uberaba – MG

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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