Apologética: A Bíblia dos Testemunhas de Jeová é igual à Bíblia Católica?

biblia12-300x225Em teoria, todas as Bíblias deveriam ser iguais (…) Mas, infelizmente, não é o que acontece. Com o surgimento constante de seitas, principalmente entre os cristãos, torna-se necessário para os fundadores dessas seitas, legitimar o novo grupo sectário, de preferência usando a Bíblia como justificativa.

Dessa maneira, os grupos mais modestos – financeiramente falando – usam interpretações incomuns de Bíblias clássicas, porém, os grupos mais poderosos – também financeiramente falando – preferem publicar suas próprias Bíblias, fixando por escrito as deturpações que costumam a pregar para seus fiéis.

Este último caso se enquadra perfeitamente aos Testemunhas de Jeová. Quem nunca foi importunado nas primeiras horas da manhã de domingo por missionários Jeovistas? Eles se dizem entendidos nas Sagradas Escrituras, citam versículos de cabeça e manipulam a Bíblia (deles, é claro) com facilidade, encontrando palavras-chaves em questãode segundos…

Volta e meia conseguem “provar”, pela Bíblia, os “erros” das outras religiões (em especial do Catolicismo) e que a salvação provém do Deus Jeová, de quem devemos ser testemunhas.

O que poucos sabem é que a Bíblia dos Testemunhas de Jeová é uma Bíblia adulterada, às vezes de forma grosseira, com o intuito de expressar as falsas doutrinas da seita e enganar os incautos (…) É como diz o ditado: papel aceita tudo.

Esta página, ao contrário das demais que se encontram na área de apologética, é especial, pois tende a aumentar cada vez mais. Ela apresentará, versículo por versículo, as adulterações introduzidas pelos Testemunhas de Jeová em suas Bíblias. É importante lembrar que todos os versículos apresentados aqui não apenas se diferenciam na Bíblia Católica, como também se afastam da Bíblia Protestante. A única semelhança que a Bíblia Jeovista tem com a Bíblia Protestante é o fato de adotar apenas 66 livros, enquanto que a Bíblia Católica possui 73 livros. Porém, quanto à tradução, a Bíblia Católica e a Bíblia Protestante são iguais, o que nos dá a certeza – e que pode ser comprovada pelos originais hebraico, aramaico e grego – de que a Bíblia Jeovista foi completamente adulterada e falsificada. Certamente foi em virtude de grupos como este que São Pedro escreveu: “Nelas [as epístolas de São Paulo] há pontos de difícil compreensão que homens ignorantes e sem firmeza deturpam, assim como fazem com outras Escrituras, para sua própria perdição” (2Pd 3,16). Vemos, aqui, que a própria Bíblia dá a resposta sobre o destino dos deturpadores da Palavra de Deus.

I – Adulterações em geral

Os Testemunhas de Jeová entitulam sua Bíblia de “Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas”. Realmente, o verdadeiro estudioso cristão perceberá que se trata de uma “tradução do novo mundo” tamanhas as aberrações e falsificações que foram feitas (…)

Comecemos pela quantidade de livros: os Testemunhas de Jeová, como co-herdeiros da Reforma Protestante, seguem o cânon palestinense de 39 livros para o Antigo Testamento, definidos pelos fariseus reunidos em Jâmnia por volta do ano 90 dC. Isso os afasta dos cristãos católicos e ortodoxos, que seguem o cânon alexandrino de 46 livros para o Antigo Testamento, usado pelos Apóstolos de Cristo.

Portanto, na Bíblia Jeovista faltam 7 livros, a saber: Eclesiástico, Sabedoria, 1º Macabeus, 2º Macabeus, Judite, Tobias e Baruc; faltam, ainda, alguns trechos de Daniel e Ester comuns ao cânon alexandrino.

Contudo, as diferenças não param por aí… No Novo Testamento, a palavra grega Kyrios, que significa Senhor, é arbitrariamente traduzida por Jeová, num flagrante incontestável da negação da divindade de Cristo.

II – A adulterações eventuais

Esta seção apresentará os versículos adulterados existentes na Bíblia Jeovista. Estarão classificados por tema, e, dentro deste, ordenados por versículo.

Lembramos, ainda, que esta seção tende a crescer em virtude da quantidade de modificações encontradas na Bíblia dos Testemunhas de Jeová.

As citações são transcritas da mesma forma como aparecem na citada Bíblia, sem quaisquer acréscimos de pontuação ou uso de sinônimos. Nesta seção usamos a “Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas” (Bíblia oficial dos Jeovistas), editada em português em 1967, 1ª edição.

Jesus não é Deus!

Jo 1,1: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era deus.” (pág.1114)

– Sabemos que Jesus é o Verbo de Deus. Note-se, porém, como os Jeovistas distorcem a verdade grafando com “d” minúsculo a expressão “a Palavra era deus”. Isso vai de encontro à doutrina jeovista de que Jesus pode ser chamado de deus (com “d” minúsculo) por ser a criatura mais perfeita de Deus, mas não de Deus (com “d” maiúsculo) porque Ele não é o próprio Deus, indo contra o dogma da Santíssima Trindade. Obs.: “Palavra” pode ser perfeitamente admitida como sinônima de “Verbo”.

Jesus não morreu na cruz, mas numa estaca!

Mt 27,40b: “Se tu és filho de Deus, desce da estaca de tortura!” – Os Jeovistas afirmam que a palavra grega staurós significa poste, estaca, porém, se esquecem que o costume romano era acrescentar uma trave horizontal numa trave vertical fixa para possibilitar a prisão dos pulsos do supliciado. Isso explica porque Jesus foi crucificado e não “estacado”. Note-se ainda que, como o termo “estaca” é genérico demais, acrescentaram as palavras “de tortura”, que não existem no original grego.

Cl 1,20: “e, por intermédio dele, reconciliar novamente todas as [outras] coisas consigo mesmo, por fazer a paz por intermédio do sangue [que ele derramou] na estaca de tortura, quer sejam as coisas na terra, quer as coisas nos céus.”

– v. neste item, nº 1.

Oportunamente colocaremos um artigo explicando melhor as doutrinas jeovistas. Por ora, nos contentamos em apresentar os versículos distorcidos por essa seita pseudo-cristã.

***por Carlos Martins NabetoCopyright (c)1998.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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