Ao participar da santa Missa desse domingo, a qual acompanhei com o folheto “Deus Conosco”, deparei-me com a seguinte situação:
Logo no começo achei estranho a frase em letras maiúsculas: “AMAR OS OUTROS PARA AMAR A DEUS”.
Mesmo que a intenção de quem escreveu isso seja boa, penso que a frase não está correta. O “Primeiro mandamento”, disse Jesus, é amar a Deus de todo coração… É por amor a Deus que amamos o próximo; não é isto que difere a caridade cristã da mera filantropia? Não é licito colocar o amor ao homem acima do amor a Deus; isto tem desdobramentos perigosos na Catequese. Deus em primeiríssimo lugar. Jesus disse que nem um copo de água dado por amor a Ele ficaria sem recompensa.
Depois, levei um susto quando li no final do folheto o seguinte: “Deus precisa do homem para ser Deus para sempre e eternamente Deus”. Repito, mesmo que a intenção tenha sido seja boa, de quem escreveu isso, objetivamente falando, é um tremendo erro de doutrina, heresia. Como pode Deus precisar do homem para ser Deus? É como dizer que o homem é o criador de Deus. Mas Deus é Incriado, Eterno, Onipotente, Incontingente. “Eu Sou Aquele que Sou” (IHAWEH). Aquele de quem depende todos os demais seres para existirem.
Mesmo que a intenção de quem escreveu isso tenha sido boa, mas as palavras não deixam de estar totalmente erradas; e causa preocupação que milhares de bons fiéis, que nem sempre tem uma boa formação teológica, leiam isso. Quem escreve sobre as coisas de Deus precisa ter toda a atenção para que não só haja “boa intenção” no que se escreve, mas é preciso cuidado para que as palavras não firam a “sã doutrina” da fé (1Tm 1,10; 6,20)
***
E-mail: deusconosco@editorasantuario.com.br
Prof. Felipe Aquino