Deus “entra
em nossa história e caminha conosco”
SÃO PAULO,
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010 (ZENIT.org) – O Advento “não é um tempo passageiro, mas é
uma proposta para ser vivida ao longo de toda a vida”, afirma o arcebispo de
São Paulo, cardeal Odilo Scherer.
Em artigo
na edição desta semana do jornal O São Paulo, Dom Odilo destaca que já no
primeiro domingo do Advento, São Paulo recorda: “já é hora de acordar! A noite
vai adiantada e o dia se aproxima; por isso, deixemos de lado as obras das
trevas, que são todas as obras desonestas e corruptas, e revistamo-nos de
Cristo Jesus”.
“Sim –
prossegue o arcebispo -, porque Cristo é a imagem perfeita do ‘homem novo’ que
somos chamados a ser, a seu exemplo.”
O risco,
segundo o cardeal, é passar a vida inteira “distraí-dos”, “sem nos preocuparmos
com nada e só pensando em desfrutar todo gozo que a vida é capaz de nos
proporcionar”.
“Daí o
chamado à vigilância, como atitude atenta para não tomar caminhos errados na
vida, ou a não tropeçar e cair; ou ainda, os encorajamentos a caminhar, a não
desanimar, a produzir frutos de obras boas ao longo da vida, sem se cansar.”
De acordo
com o cardeal, a Liturgia do Advento também fala do julgamento de Deus: “o
Filho de Deus, um dia, virá como Juiz e Senhor da História, revestido de poder
e glória, e todos deveremos prestar contas de nossa vida”.
“A árvore
que não deu fruto bom será cortada e jogada ao fogo. E, enquanto o trigo será
recolhido no celeiro de Deus, o céu, a palha improdutiva será queimada (cf Mt
3, 1-12). As palavras de São João Batista, no 2º Domingo do Advento, não deixam
dúvidas!”, comenta o arcebispo.
“Mas não
entendamos mal. O Advento não é um tempo de terror; pelo contrário, é marcado
pela alegre esperança e a certeza da bondade e da misericórdia de Deus”,
explica.
“Deus tanto
amou o mundo, que lhe enviou seu Filho único, para que todo o que nele crer,
não pereça, mas tenha a vida eterna!”, cita o cardeal.
O Advento,
portanto – afirma Dom Odilo -, não é um tempo passageiro. É “uma proposta para
ser vivida ao longo de toda a vida”. “De fato, ele nos fala dos grandes
mistérios da existência e joga um facho de luz e esperança sobre a vida”.
“Não
existimos à-toa e sem ter rumo; se para alguns filósofos a vida humana é
absurda, por estar cheia de sonhos impossíveis, nós percebemos que não é assim;
mas não somos nós a resposta última para os nossos sonhos: é Deus que entra em
nossa história e caminha conosco, apontando-nos o rumo certo”, afirma o
cardeal.
De fato –
prossegue Dom Odilo -, “nós vivemos em contínuo estado de Advento, à espera dos
novos céus e da nova terra que Deus prepara para aqueles que o amam”.