A Primeira Guerra Mundial

O século XX amargou duas Grandes Guerras. Em 28 de julho de 1914 começou a Primeira Guerra Mundial que foi até 11 de novembro de 1918.

A Áustria declarou guerra à Sérvia e Itália; a Alemanha declarou guerra à Rússia e à França, e a Inglaterra contra a Alemanha. Neste tempo morreu o Papa São Pio X e foi eleito Bento XV (1914-1922). Sua mensagem de paz aos governantes em guerra não encontrou receptividade. Houve duas alianças opostas: os aliados (Tríplice Entente: Reino Unido, França e Império Russo) contra os Impérios Centrais (Tríplice Aliança: Império Alemão, Áustria-Hungria e Itália); mas a Itália não entrou em guerra. Foram envolvidos mais de 70 milhões de militares; mais de 9 milhões foram mortos.

Em Fátima, em 1917, os três pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta testemunharam as aparições de Nossa Senhora, no dia 13 de cada mês de maio a outubro, pedindo a consagração da Rússia a Seu Imaculado Coração, face ao perigo que representava para o mundo. Ela avisou que a Primeira Guerra Mundial ia terminar, mas se o mundo não se convertesse haveria uma Segunda Guerra Mundial.

Neste mesmo ano, em 1917, teve início a Revolução bolchevique (bolchevista), de cunho marxista, com a ditadura do proletariado na Rússia. As revoltas em Petrogrado (hoje Leningrado), derrubaram o governo de Nicolau II e um governo provisório. Em 24 de outubro os bolcheviques tomaram o poder. Em janeiro de 1918, por um decreto dos “Comissários do Povo”, os bens da Igreja foram confiscados; o casamento civil foi estabelecido e suprimido o ensino religioso nas escolas: “A religião é o ópio do povo”. Em 17 de julho de 1918 foi executado o Czar e sua família, semelhante ao que houve na Revolução Francesa com o rei Luís XVI.

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A Segunda Guerra Mundial

Segundo Stèphane Courtois, e seus colaboradores, no Livro Negro do Comunismo (Ed. Bertrand Russel, SP, 1995), a Revolução Russa que se espalhou pela China, Laos, Cambodja, Vietnã, Cuba etc., gerou 100 milhões de mortos e teve o desejo de eliminar o Cristianismo.

No mesmo sentido, em 09 de novembro de 1918 foi proclamada a República na Alemanha depois da abdicação de Guilherme II. Neste ano, com o Armistício de Compiègne na França, cessaram os combates da Primeira Guerra Mundial.

Em 1919, foi assinado o Tratado de Versalhes, de onde surgiu um novo mapa para a Europa, e que não trouxe a ela a paz desejada. Foi um tratado de paz assinado pelas potências europeias, que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial; o que a Alemanha o classificou como “imposição”. A Santa Sé foi excluída das negociações do Tratado, como tinha participado do Congresso de Viena (1815). O principal ponto do Tratado determinava que a Alemanha aceitasse todas as responsabilidades por causar a guerra e que fizesse reparações a certo número de nações da “Tríplice Entente”. Na verdade houve apenas uma trégua entre os dois grandes conflitos mundiais.

Os termos impostos à Alemanha incluíam a perda de uma parte de seu território para um número de nações fronteiriças, de todas as colônias sobre os oceanos e sobre o continente africano, e uma restrição ao tamanho do exército, além do pagamento de uma indenização pelos prejuízos causados durante a guerra. O Tratado foi ratificado pela Liga das Nações (Sociedade das Nações) em 10 de janeiro de 1920. A Liga das Nações foi uma organização internacional idealizada em 28 de abril de 1919, em Versalhes, Paris, onde as potências vencedoras da Primeira Guerra Mundial se reuniram para negociar um acordo de paz. Sua última reunião ocorreu em abril de 1946.

Na Alemanha, o Tratado causou choque e humilhação na população, o que contribuiu para a queda da República de Weimar em 1933 e a ascensão do nazismo. A Alemanha teve de pagar uma indenização de 33 milhões de dólares. Este pagamento é considerado como a principal causa do fim da República de Weimar e a subida ao poder de Adolf Hitler, o que levou à eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), apenas 20 anos depois da assinatura do Tratado de Versalhes.

Em 1919 tinha sido aprovada a Constituição da República de Weimar, e houve uma melhora nas relações do Estado com a Igreja na Alemanha: reconhecimento da liberdade de crença, direito ao ensino da religião, comunidades religiosas reconhecidas como de direito público. Outras concordatas foram assinadas pela Igreja com outros países: Baviera, Prússia, Baden, Polônia, Portugal, Tchecoslováquia.

Retirado do livro: “História da Igreja – Idade Moderna e Contemporânea”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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