A incrível corrupção no Brasil de hoje

Quando eu era pequeno o povo dizia: “ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”. Hoje basta trocar a saúva pela corrupção. Nunca antes nos meus 62 anos eu tinha visto neste país tanta corrupção governamental. Já caíram cinco ministros, por corrupção, e o do Trabalho balança fortemente, com indícios de fortes corrupções. Eu nunca tinha visto uma miséria tão grande instalada no poder; tanto desrespeito ao povo brasileiro e a todo trabalhador que paga impostos. Uma vergonha e um pecado que brada justiça aos céus.

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PC do B), afirmou no dia 14/11/11 que cancelará entre 50 e 60 convênios firmados pela pasta com ONGs na gestão do seu antecessor, Orlando Silva. Isto mostra um sério indício de corrupção nessas ONGs. Por um decreto presidencial de 31 de outubro, todos os convênios com entidades de direito privado sem fins lucrativos estão suspensos até que sua regularidade seja avaliada. Por que?

A “Folha de São Paulo” noticiou em 15/11/11 que o Ministro do Trabalho ajudou aliado a criar “sindicatos-fantasmas”. Segundo a Folha de SP, Carlos Lupi, concedeu registro a sete sindicatos patronais no Amapá para representar setores da indústria que, segundo o próprio governo local, não existem no Estado.

Os certificados saíram a pedido de um deputado dirigente do partido de Lupi. Nenhum dos presidentes desses sindicatos é industrial. São motoristas de uma cooperativa de veículos controlada por um aliado de Rocha. Os sindicatos têm registros em endereços nos quais não há estrutura montada. Segundo a Folha, o ministério foi avisado por ofício pela Federação das Indústrias do Estado do Amapá, em fevereiro de 2009, de que esses sindicatos não tinham representação.

Em agosto deste ano, o deputado Vinícius Gurgel (PRTB-AP) enviou ofício ao gabinete de Lupi reiterando as suspeitas de irregularidades. Entre os sindicatos criados está o das “Indústrias da Construção e Reparação Naval”. A produção de navios no Estado é zero, segundo o secretário de Indústria do Amapá, José Reinaldo.

“No Amapá a gente apenas produz matéria-prima para fabricar papel”, disse o secretário. “A criação de tantos sindicatos só se explica pelo cunho político”.

Os sindicatos também têm o direito de recolher o imposto sindical pago por empresas que se filiarem a eles. Os presidentes dos sindicatos do Amapá têm em comum o fato de serem de uma cooperativa de motoristas ligada a um político do PTB, aliado ao PDT no Estado.

Por outro lado, a Folha mostrou Imagens divulgadas pelo site “Grajaú de Fato” que mostram o ministro Carlos Lupi (Trabalho) desembarcando de um jatinho que, segundo a revista “Veja”, foi alugado por um empresário dono de ONG que tem contratos com o ministério.

Mas o povo começa a se manifestar nas ruas; aos poucos cresce a indignação popular como pediram os cardeais D. Damasceno, presidente da CNBB e D. Odilo Scherer, de São Paulo, no dia 12 de outubro, dia da Padroeira do Brasil, quando convocaram o povo católico para sair às ruas de maneira ordeira e mostrar sua indignação. Parece-me até um pedido de Nossa Senhora Aparecida para lutar contra esse pecado tremendo contra o sétimo Mandamento da Lei de Deus: não roubar.

No dia 15 de novembro, proclamação da República, foram ao menos 37 cidades que fizeram protestos contra a corrupção (Folha de SP, 15/11/11). Os manifestantes defendem que a prática seja considerada um crime hediondo e pedem o fim do foro privilegiado que permite que autoridades sejam julgadas diretamente em instâncias superiores da Justiça. Os manifestantes defendem ainda a Lei da Ficha Limpa, cuja constitucionalidade está sendo analisada pelo Supremo Tribunal Federal. A lei prevê que políticos condenados em julgamentos por mais de um juiz sejam impedidos de assumir cargos eletivos.

Todo o povo brasileiro precisa se levantar, dentro da lei de da ordem, para salvar a Pátria dessa tragédia que consome os recursos da saúde, educação, segurança, habitação, saneamento, infraestrutura… como  cupim corrói a madeira. Isso também é vivência religiosa segundo a Doutrina Social da Igreja.

Prof. Felipe Aquino

 

 

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
Adicionar a favoritos link permanente.