“A família que vive a alegria da fé é sal da terra e luz do mundo”, afirma o Papa

fpppapa210313O site ACI/EWTN Noticias publicou nesta segunda-feira (28/10/13) as palavras do Papa Francisco durante a homilia da missa em que presidiu ontem por ocasião do Encontro das Famílias, no qual mais de 150 mil pessoas peregrinaram a Roma pelo Ano da Fé, e assegurou que “a família que vive a alegria da fé a comunica espontaneamente, é sal da terra e luz do mundo”.

Em sua homilia, o Santo Padre meditou sobre “algumas características fundamentais da família cristã”.

A primeira, indicou, é “a família que reza. O trecho do Evangelho coloca em evidência dois modos de rezar, um falso – aquele do fariseu – e outro autêntico – aquele do publicano. O fariseu encarna uma atitude que não exprime a gratidão a Deus pelos seus benefícios e a sua misericórdia, mas sim satisfação de si”.

“O fariseu se sente justo, se sente no lugar, se apoia nisso e julga os outros do alto de seu pedestal. O publicano, ao contrário, não multiplica as palavras. A sua oração é humilde, sóbria, permeada pela consciência de sua própria indignidade, das próprias misérias: este é um homem que realmente se reconhece necessitado do perdão de Deus, da misericórdia de Deus”.

O Santo Padre destacou que “a oração do publicano é a oração do pobre, é a oração que agrada a Deus, que, como diz a primeira Leitura ‘chega às nuvens’, enquanto a do fariseu é sobrecarregada pelo peso da vaidade”.

“À luz desta Palavra, gostaria de perguntar a vocês, queridas famílias: rezam alguma vez em família? Alguns sim, eu sei. Mas tantos me dizem: como se faz? Mas, se faz como o publicano, é claro: humildemente, diante de Deus. Cada um com humildade se deixa olhar pelo Senhor e pede a sua bondade, que venha a nós”.

“Mas, em família, como se faz? Porque parece que a oração seja algo pessoal e então não há nunca um momento adequado, tranquilo, em família… Sim, é verdade, mas é também questão de humildade, de reconhecer que temos necessidade de Deus, como o publicano! E todas as famílias têm necessidade de Deus: todas, todas!”.

As famílias, indicou o Papa, têm “necessidade da sua ajuda, da sua força, da sua benção, da sua misericórdia, do seu perdão. E é necessário simplicidade: para rezar em família, é necessário simplicidade! Rezar junto o ‘Pai Nosso’, em torno da mesa, não é algo extraordinário: é algo fácil. E rezar junto o Terço, em família, é muito bonito, dá tanta força!”.

“E também rezar um pelo outro: o marido pela esposa, a esposa pelo marido, ambos pelos filhos, os filhos pelos pais, pelos avós… Rezar um pelo outro. Isto é rezar em família, e isto torna forte a família: a oração”.

Continuando, o Santo Padre assinalou que “a Segunda Leitura nos sugere um outro ponto: a família conserva a fé. O apóstolo Paulo, no fim de sua vida, faz um balanço fundamental e diz: ‘Conservei a fé’. Mas como a conservou? Não em um cofre! Não a escondeu sob a terra, como aquele servo um pouco preguiçoso.”.

“São Paulo compara a sua vida a uma batalha e a uma corrida. Conservou a fé porque não se limitou a defendê-la, mas a anunciou, irradiou-a, levou-a longe. Colocou-se do lado oposto a quem queria conservar, “embalsamar” a mensagem de Cristo nos confins da Palestina. Por isto fez escolhas corajosas, foi a territórios hostis, deixou-se provocar pelos distantes, por culturas diversas, falou francamente sem medo”.

“Também aqui, podemos perguntar: de que modo nós, em família, conservamos a nossa fé? Nós a temos para nós, na nossa família, como um bem privado, como uma conta no banco, ou sabemos partilhá-la com o testemunho, com o acolhimento, com a abertura aos outros?”.

Francisco reconheceu que “todos sabemos que as famílias, especialmente as mais jovens, muitas vezes são ‘apressadas’, muito ocupadas: mas alguma vez já pensaram que esta ‘corrida’ pode ser também a corrida da fé? As famílias cristãs são famílias missionárias”.

“Ontem ouvimos, aqui na Praça, o testemunho de famílias missionárias. São missionárias também na vida de todos os dias, fazendo as coisas de todos os dias, colocando em tudo o sal e o fermento da fé! Conservar a fé na família e colocar o sal e o fermento da fé nas coisas do cotidiano”.

O Papa indicou também que “a verdadeira alegria que se desfruta na família não é algo superficial, não vem das coisas, das circunstâncias favoráveis…A alegria verdadeira vem da harmonia profunda entre as pessoas, que todos sentem no coração, e que nos faz sentir a beleza de estar junto, de apoiar-nos uns aos outros no caminho da vida”.

“Na base deste sentimento de alegria profunda está a presença de Deus, a presença de Deus na família, está o seu amor acolhedor, misericordioso, respeitoso para com todos. E, sobretudo, um amor paciente: a paciência é uma virtude de Deus e nos ensina, em família, a ter este amor paciente, um com o outro. Ter paciência entre nós”.

O Santo Padre remarcou que “somente Deus sabe criar a harmonia das diferenças. Se falta o amor de Deus, também a família perde a harmonia, prevalecem os individualismos e se extingue a alegria. Em vez disso, a família que vive a alegria da fé a comunica espontaneamente, é sal da terra e luz do mundo, é fermento para toda a sociedade”.

“Queridas famílias, vivam sempre com fé e simplicidade, como a Sagrada Família de Nazaré. A alegria e a paz do Senhor estejam sempre com vocês!”, concluiu.

Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=26236

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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