A Congregação Cristã do Brasil

Congregação Cristã do Brasil

O fundador da Congregação Cristã do Brasil é o italiano Luigi Francescon, filiado, à colônia italiana de Chicago (EUA). Ele passou por uma trajetória religiosa muito oscilante: foi, primeiramente, membro de um grupo valdense (semi -calvinista), que se tornou presbiteriano propriamente dito; depois se fez batista; após nove anos de confissão batista, entrou no pentecostalismo. Sempre fora dirigente de comunidades, de modo que se pôs a organizar grupos pentecostais entre os colonos italianos dos Estados Unidos; estes enviaram pregadores para a Itália.

Em 1909 e 1910, Francescon viajou para a Argentina e o Brasil. Em 1910, estabeleceu sua modalidade pentecostal entre os imigrantes italianos de San­to Antônio da Platina (PR). O grupo foi crescendo e se difundiu cm diversas regiões do país. Dizem que, antes de regressar aos Estados Unidos, Francescon teve a intuição profética de que sua obra se expandiria rapidamente no Brasil

– o que de fato se deu, atraindo muitos colonos italianos do nosso país, a ponto de constituírem a chamada “Igreja dos Italianos”.

Milagres de grande vulto

A Congregação Cristã do Brasil tem suas características próprias dentro do molde geral do pentecostalismo:

– as reuniões de culto são menos emocionais e movimentadas não é costume aí bater palmas Cantam-se hinos solenes, que excitam a contrição em ambiente de seriedade;

– não é aberta ao intercâmbio com as várias denominações protestantes, nem mesmo com os pentecostais. Por isso, evita o título de “pentecostal” e se recusa a colaborar com as outras correntes do protestantismo;

–  e assaz severa no tocante á apresentação das mulheres: não lhes é permitido cortar os cabelos e usar roupas curtas ou decotadas;

– embora tenha seus dirigentes carismáticos, conhece uma certa burocratização da autoridade;

– e reservada frente àqueles membros que procuram se destacar intelectualmente, pois isso leva à confusão e à vaidade: Jesus escolheu os seus discípulos entre os humildes e os pouco instruídos;

 – seus dirigentes são chamados “encarregados, cooperadores, anciãos”, e não “evangelistas” ou “pastores auxiliares”, ou ainda “pastores”. Evita-se pôr em estaque qualquer pessoa, destaque insinuado pelos títulos de “pastor” e “ministro”;

– condenava, inicialmente, a candidatura de Crentes para cargos políticos;

– o batismo no Espírito Santo é chamado “promessa cio Espírito Santo”, ou simplesmente “promessa”;

– sua pregação procura levar os fiéis a ter a religião presente cru todas as suas fases de vida.

E mais: a Congregação Crista rejeita toda forma de pregação nas ruas e praças públicas, pelo rádio ou pela televisão. Expande-se através da pregação dos próprios membros, que atraem para o culto parentes e amigos. Eis como se exprime um membro da Congregação que, sem ser dirigente, sabe que “Deus utiliza seus filhos”: “Viajo muito para evangelizar e dar testemunho. Viajo sempre que sinto o chamado de Deus. Hoje mesmo parei para conversar com um maltrapilho na rua, e ele falou que me conhecia de um sanatório para tuberculosos no interior de São Paulo. Uma vez fui pregar nesse sanatório e orei pelos que lá estavam. O homem que tinha os pulmões roídos pela tuberculose, contou-me que saiu bom de lá” (trecho extraído do livro de Beatriz Muniz de Souza, A Experiência da Salvação – Livraria Duas Cidades: São Paulo, 1969).

A Congregação Cristã admite, ainda, milagres de grande vulto, como se depreende dos seguintes depoimentos: “Um operário em Sorocaba perdeu pedaços dos dedos em acidente de trabalho. Trouxe os pedaços em um vidro e muitas pessoas os viram. Depois da oração de cura, as feridas foram cicatrizando e, aos poucos, cresceram novamente os dedos e as unhas. Eu já fiz parar uma chuva por três horas em Franca. Sabe o que é dizer à multidão:

‘Fechem os guarda-chuvas porque não vai chover mais’? Isso é fé. Era uma concentração para a cura divina; se a chuva não parasse, quem acreditaria na cura?” (Ibidem, pág. 158)

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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